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A expansão de uma agricultura de precisão cada vez mais digital ainda esbarra na deficiente infraestrutura de telecomunicações no campo. Para contornar este desafio, uma nova tecnologia wireless de coleta e transmissão de dados – já mais bem difundida nos Estados Unidos e Europa – tem potencial para ser uma alternativa interessante para os produtores rurais brasileiros. Foi o que destacou Herlon S. Oliveira, vice-presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc), em evento realizado na última quinta-feira (06), em São Paulo (SP).

Segundo Oliveira, trata-se da tecnologia de radiofrequência LoRa®, que permite a comunicação a longas distâncias – em torno de 15 quilômetros – com consumo mínimo de energia – duração média da bateria próxima a dez anos. Baseada em uma rede com topologia estrela – similar à de telefonia celular -, a nova tecnologia tem como principais aplicações sistemas de Internet das Coisas (Iot), baseados em sensores e monitores remotos capazes de capturar e transmitir os mais diversos dados sobre clima, solo, plantas, água, funcionamento de maquinários, entre outros fatores do dia a dia da atividade rural.
“Esta tecnologia permite a implantação de redes alternativas de comunicação no campo a custos mais baixos, diminuindo a dependência da existência da infraestrutura a cargo das tradicionais operadoras de telecomunicações”, ressaltou Oliveira. De acordo com o dirigente da Abinc, projetos-piloto desta tecnologia já vêm sendo desenvolvidos entre o setor privado e instituições de pesquisa do agronegócio brasileiro, como, por exemplo, Embrapa e Iapar.
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Oliveira assinalou que a entidade vem participando de reuniões no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para mostrar os benefícios da nova tecnologia. Em um dos encontros, na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), a Abinc apresentou dados que apontam o aumento dos investimentos em start-ups dedicadas ao agronegócio. Na ocasião, o presidente da entidade, Flávio Maeda, acentuou que os investimentos – em nível mundial – estão dobrando ano a ano, chegando atualmente à casa dos US$ 4,6 bilhões. “E não estão ficando mais somente aos EUA”, salientou Maeda na oportunidade.