Qual será a nova carteira do Ibovespa? Analistas projetam saída de ações da Positivo (POSI3) e nenhuma inclusão

Primeira prévia do Ibovespa será divulgada no dia 1º de dezembro e passará a vigorar a partir de 2 de janeiro de 2023

Felipe Moreira

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A cada quatro meses a bolsa brasileira, B3 (B3SA3), faz um rebalanceamento do índice Ibovespa, uma decisão que impacta diretamente investidores e empresas já que estar dentro ou fora do principal benchmark do mercado nacional influencia na liquidez e visibilidade das ações.

As alterações levam em conta fatores como o histórico de volume de negociação, o número de ações negociadas e o total de papéis da companhia listados na bolsa.

A próxima prévia oficial do Ibovespa será divulgada no dia 1 de dezembro e passará a vigorar a partir de 2 de janeiro de 2023. Duas prévias adicionais estão programadas para 16 e 29 de dezembro.

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O consenso entre Bank of America, Itaú BBA, Morgan Stanley, XP Investimentos e Genial aponta que nenhuma ação será adicionada nesta revisão do índice. Em contrapartida, as instituições financeiras acreditam que as ações da empresa de tecnologia Positivo (POSI3) podem ser excluídas.

“Em nossa opinião, a POSI3 pode ser excluída, pois as métricas de negociabilidade estão abaixo do limite para membros do índice”, comenta Bank of America.

O Morgan Stanley vai na mesma linha e destaca que a POSI3 (91,1%) está próximo do limite de exclusão acumulado do Índice de Negociabilidade de 90,0%, portanto, tem uma probabilidade moderada de exclusão.

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Enquanto isso, analistas do Morgan comentam que a Ez Tec (EZTC3) não entrou na lista de exclusão por uma pequena margem (89,46%); assim, ainda tem uma chance moderada de exclusão.

Para BBA, Ez Tec, Ecorodovias (ECOR3) e CSN Mineração (CMIN3) estão se aproximando do limite de exclusão.

O número de integrantes no Ibovespa deve cair para 91, de 92 no último rebalanceamento.

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Possíveis alterações na representatividade dentro do Ibovespa

Além de debater quem entra e quem sai do Ibovespa, os analistas das cinco casas comentaram também a possibilidade de papéis ganharem ou perderem importância dentro do índice – seguindo, majoritariamente, os mesmos parâmetros.

Segundo BBA, Vale (VALE3) e (WEGE3) devem perder representatividade dentro do índice porque ultrapassaram seus limites de negociabilidade após o forte desempenho das ações desde o rebalanceamento de setembro. O peso da VALE3 cairá para 16,4% dos atuais 18,1%, mas permanecerá acima do peso de 13,7% registrado no último rebalanceamento. Já o peso do WEGE3 pode cair para 2,5% dos 2,76% atuais, mas também permanecerá acima do peso de 2,14% registrado no último rebalanceamento.

Para Petrobras (PETR3), o modelo do BBA prevê um aumento de peso para 5,2% de 4,0% atualmente, também acima do peso de 4,8% registrado no último rebalanceamento, seguindo o aumento do limite de negociabilidade da ação desde o último rebalanceamento.

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O Morgan Stanley também vê as ações ordinárias Petrobras ganhando importância no Ibovespa, avançando 1,4 ponto percentual sobre a sua atual participação, de 4,0%, para 5,4%. Além disso, o banco americano vê as units do BTG (BPAC11) subindo 0,3 ponto percentual em peso. Para units da Energisa (ENGI11) e Klabin (KLBN11), o banco espera alta de 0,2 ponto percentual (p.p.) e 0,1 (p.p.), respectivamente.

Com relação à perda de representatividade, analistas do Morgan também espera recuo das ações da WEG (WEGE3) e da Vale (VALE3), menos 0,2 p.p. e 0,1 p.p, nesta ordem. Mas a maior perda de peso esperada é para ações ordinárias da Eletrobras (ELET3), caindo 0,8 p.p.

Segundo modelo da XP Investivmentos, PETR3 (+1,39 p.p.) e ELET3 (+1,13 p.p.) estão entre os maiores aumentos. Enquanto, B3SA3 (-0,27%), ITSA4 (-0,22%) e VALE3 (-0,19%) têm potencialmente as maiores perdas de peso no índice.

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Já a Genial Investimentos espera que as ações da Petrobras ON (PETR3), Eletrobras ON (ELET3), JBS (JBSS3), Iguatemi unit (IGTI11) e Itaú Unibanco PN (ITUB4), sejam as ações com maior ganho de participação. Já entre as maiores perdedoras, Vale (VALE3), WEG (WEGE3), Itaúsa PN (ITSA4), CCR (CCRO3) e Fleury (FLRY3) diminuirão sua representatividade na nova composição do Ibovespa.

Possíveis entradas no futuro

Em uma avaliação dos critérios de entrada no Ibovespa, as ações da Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), seriam as mais próximas de cumprir as exigências, porém, a Genial Investimentos não acredita que ela venha integrar a próxima composição, “pois ainda é necessário um longo caminho a ser percorrido até o índice”.

De acordo com estimativas do Bank of America, CBA, M. Dias Branco (MDIA3) e Movida (MOVI3) são não membros que ocupam o próximo lugar em termos de métricas de negociabilidade, mas precisariam que sua negociabilidade melhorem em relação ao restante do índice para ter maiores chances de inclusão.

Analistas do Itaú BBA apontam que CBA, Auren Energia (AURE3) e Movida podem aparecem nas prévias oficiais da B3.