NotreDame Intermédica (GNDI3) tem prejuízo líquido de R$ 90,7 milhões e reverte lucro

Companhia vê margens pressionadas por materiais médicos, por gastos com pacientes com Covid-19 e por aquisições

Vitor Azevedo

Publicidade

SÃO PAULO – A NotreDame Intermédica (GNDI3) teve no terceiro trimestre de 2021 um prejuízo líquido de R$ 90,7 milhões, revertendo o lucro de R$ 196,8 milhões do mesmo período de 2020.

O resultado negativo vem mesmo com a companhia tendo aumentado a sua receita líquida em 19,3%, chegando a R$ 3,2 bilhões. Isso se deu porque a gestora de convênios de saúde viu seus gastos com contas médicas crescer 39,2%, saindo de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,5 bilhões, com maiores custos com materiais e medicamentos, gastos com pacientes com covid-19 e com mais gastos de ativos adquiridos (são nove aquisições apenas neste ano).

No lado positivo da balança, o do faturamento, a NotreDame viu seu número de beneficiários saltar 18,8%, chegando a 7,3 milhões – sendo 4,2 milhões nos planos de saúde e 3,08 milhões nos odontológicos. Apenas no terceiro trimestre foram 78 mil novos beneficiários adicionados nos planos de saúde, sendo 30,8 mil de forma orgânica e 47,3 mil de aquisições.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

M&As realizados pela NotreDame diminuem ticket médio

Apesar disso, a NotreDame reportou que houve redução de seu ticket médio mensal, que saiu de R$ 229,1 para R$ 226,7 – fruto das aquisições realizadas nos últimos doze meses. Os M&As foram responsáveis em parte também por aumentarem as despesas administrativas em 8,9%, para R$ 260,4 milhões e as despesas comerciais, que chegaram a R$ 180 milhões, ante R$ 143 milhões no terceiro trimestre de 2020.

O Ebitda da companhia foi impactado por esses maiores gastos, recuando 70,8% na base anual, para R$ 132 milhões. Apesar da alta dos custos, a NotreDame defende que o maior impacto lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização se deu por conta de itens não caixa, como a sinistralidade causada pelos pacientes com Covid-19, e os M&As recentes.

Por fim, o balanço da gestora de convênios também foi impactado pelo crescimento da dívida líquida, que chegou a R$ 1,9 bilhão – contra R$ 1,5 bilhão no segundo trimestre deste ano e ante um caixa líquido de R$ 104 milhões no terceiro trimestre do ano passado -, o que fez as despesas financeiras dispararem, bem como o múltiplo de alavacangem, medido pela relação dívida e Ebitda, que agora esta em 2,3.