Nos braços do governo, ações do setor de educação duplicaram de valor em 2012

Ampliação de programa de financiamento estudantil abriu caminho para crescimento do setor, que reserva boas perspectivas para 2013

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – 2012 não foi um ano inspirador para o mercado brasileiro de ações. Com o rali de dezembro, o Ibovespa conseguirá terminar o ano com alta, embora essa alta não irá superar a faixa dos 8%. Esse desempenho tímido do principal índice de ações da bolsa brasileira se deu muito por conta de importantes empresas que tiveram um desempenho negativo.

Dentre essas empresas, destaque especial para dois importantes setores: o elétrico e o financeiro. O primeiro foi duramente impactado pela MP (Medida Provisória) 579 imposta pelo governo, obrigando as concessionárias de energia a aceitarem a redução das tarifas de energia a ser distribuída nos próximos anos de contrato, tirando do setor a característica defensiva de previsibilidade que as empresas detinham.

Já o segundo setor foi penalizado pela intervenção do governo por intermédio dos bancos públicos – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BBAS3), reduzindo as taxas e tarifas cobradas por eles, obrigando dessa forma as instituições privadas a seguirem o mesmo caminho para não perder competitivdade no mercado. Esse movimento diminuiu o popular “spread bancário” existente no setor, afetando diretamente as margens operacionais das instituições financeiras.

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Mas enquanto esses dois importantes setores da economia sentiram a “mão pesada” do governo, um outro setor não teve do que reclamar na bolsa: o de educação. Com a ampliação do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), programa governamental que estimula os brasileiros a ingressarem no ensino superior privado, as empresas do setor conseguiram se aproveitar da oportunidade de crescimento, refletindo diretamente no desempenho das ações das quatro empresas de educação listadas na BM&FBovespa.

A Estácio (ESTC3) é a preferida do HSBC e e da Corretora Ágora, que analisam a companhia com bom potencial de valorização e por ter seu valor de face destoando das concorrentes. No ano, os ativos ESTC3 valorizaram-se 132% – até o fechamento da última quinta-feira (27). Outras companhias do setor também apresentam alta anual acima do benchmark da bolsa brasileira: a Kroton (KROT3) registrou avanço de 145%, a Anhanguera (AEDU3) teve a menor alta no setor, de 70%. A Abril Educação (ABRE11), por sua vez, registrou valorização de 96%.

Ação

Valorização em 2012* 

Ibovespa +6,45%
Estácio   +131,79%
Kroton  +145,24%
Anhanguera  +71,61%
Abril Educação  +95,50%
Petrobras  -7,44%
Vale  +14,33%
IEE (Índice de Energia Elétrica) -12,85%
ICON (Índice de Consumo) +40,05%
IFNC (Índice do Setor Financeiro) +14,53%
IBRX 100 +10,81%
SMLL (Índice de Small Caps) +27,25%
*Até o fechamento da última quinta-feira (27)

E 2013?
Em relatório, o HSBC aponta para um cenário positivo para o setor, com resultados acima do previsto anteriormente em 2013 para as três principais companhias: Estácio, Kroton e Anhanguera. Os analistas acreditam que o mercado de ensino superior do País pode atingir o pico em 2015. Eles salientam que, como o crescimento atual do volume é baseado em participação de mercado, haverá um limite para a expansão das empresas do setor, que poderá compensada com elevação de preços dos cursos.

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A corretora Ágora também acredita no crescimento do setor, com alta na demanda e consolidação no mercado, com melhores margens para a Estácio, mais alunos e retorno de aquisições para a Anhanguera e espera ganhos com sinergia da Kroton.