No duelo entre Appel e Xavier, o vencedor foi Stuhlberger

Parecia que 2018 seria o ano das gestoras Adam e SPX. Mas, depois de um começo difícil, foi o fundo Verde que teve o melhor desempenho

Giuliana Napolitano

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Quando 2018 começou, Luis Stuhlberger, gestor do Verde, um dos principais fundos multimercado do país, tentava recuperar-se do baque do ano anterior. Em 2017, o Verde havia rendido 5,25%, pouco mais da metade do CDI.

Parecia que seria o ano de outros grandes gestores de fundos, Marcio Appel, da Adam, e Rogério Xavier, da SPX – que, ao contrário de Stuhlberger, haviam tido um 2017 invejável. O fundo Adam Macro, o maior da gestora de Appel, rendeu 16,45% naquele ano. Já o Nimitz, carro-chefe da SPX, teve uma rentabilidade de 15,17%.

Mas os eventos inesperados e a intensa volatilidade dos mercados em 2018 mudaram o desfecho do ano. O Verde começou mal, ficou abaixo do CDI de janeiro a setembro, mas se recuperou a partir daí e encerrou o ano com um rendimento de 7,91%, acima do CDI, que ficou em 6,42%.

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Já o Nimitz, que chegou a render 7,63% de janeiro a junho, mais que o dobro do CDI, fechou 2018 com uma rentabilidade de 3,70%. O Raptor, um multimercado de maior risco da SPX, rendeu menos ainda, 2,4%. O Adam Macro rendeu 4,97% e o Adam Advanced, 4,69%, no ano passado. O Adam Strategy rendeu mais que o CDI, 7,29%.

Mudança de humor

O bom resultado do Verde em 2018 pode ser creditado à melhora do humor de Stuhlberger em relação ao Brasil. “Nos anos anteriores, ele estava bastante pessimista com o país, principalmente pela situação fiscal e, por isso, cauteloso na tomada de riscos em ativos domésticos. Apesar de as preocupações persistirem em 2018, o gestor foi migrando gradativamente para uma visão menos pessimista do que a média do mercado”, diz José Tibães, analista de fundos do grupo XP.

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O fundo ganhou dinheiro, principalmente, comprando títulos atrelados à inflação (que valorizaram com a queda dos juros futuros) e ações brasileiras.

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Appel, da Adam, também começou o ano com uma visão positiva para Brasil, comprado em bolsa, e lucrou com isso. Mas reduziu o risco da carteira depois da greve dos caminhoneiros, que prejudicaram os ativos de maior risco. Por isso, não aproveitou tanto a retomada de fim de ano. “O fundo mudou de posição em momentos ruins”, diz Otavio Vieira, sócio da assessoria financeira Taler.

A Adam voltou a aumentar o risco dos fundos recentemente, mas num nível menor que o do início de 2018. 

No caso da SPX, o que beneficiou a gestora no começo de 2018 prejudicou-a no fim do ano: em especial a posição tomada em juros nos países desenvolvidos (ou seja, uma aposta que as taxas subiriam mais que o esperado).

De janeiro a setembro, os fundos da SPX conseguiram se proteger da piora do cenário interno – com a incerteza eleitoral e a greve dos caminhoneiros – e também se favoreceram do quadro externo – em razão principalmente da possibilidade de um aumento maior de juros nos Estados Unidos. Mas, no fim do ano, a gestora devolveu quase todo o ganho dos meses anteriores. 

No último call com investidores, a SPX admitiu que falhou ao interpretar a tendência dos juros nos Estados Unidos e na Europa – e zerou essa posição. Além disso, ganhou menos que os pares com a alta da bolsa brasileira e queda do dólar em relação ao real que aconteceram no segundo semestre, quando Jair Bolsonaro começou a subir nas pesquisas de intenção de voto.

Um novo round da disputa começa agora.

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Giuliana Napolitano

Editora-chefe do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre finanças e negócios. É co-autora do livro Fora da Curva, que reúne as histórias de alguns dos principais investidores do país.