Neoenergia (NEOE3) tem lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no 1º trimestre, alta de 20% na base anual

Reajustes tarifários impulsionam lucro e remediam maiores gastos com dívidas e queda da distribuição de energia

Vitor Azevedo

Usina solar em Pernambuco da Neoenergia

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A Neoenergia (NEOE3) lucrou de forma líquida R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2022, número 20% maior do que os R$ 980 milhões registrados em igual período do ano passado.

Em parte, a alta do lucro líquido acompanha a alta da receita líquida da companhia de energia elétrica, que saltou 15%, chegando a R$ 9,5 bilhões.

No braço de renováveis, a receita avançou 67%, para R$ 406 milhões, com a entrada em operação do Complexo Chafariz. No segmento liberalizado, de térmicas, a alta foi de 36%, para R$ 770 milhões.

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No seguimento de redes, o maior da Neonergia, que contempla tanto as distribuidoras quanto os ativos de transmissão, a receita líquida saltou 15%, saindo de R$ 7,2 bilhões para R$ 9,5 bilhões. Segundo a companhia, a alta se dá, majoritariamente, pelos reajustes tarifários registrados ao longo de 2021.

A alta das tarifas remediou o fato de a energia injetada ter recuado 1,5% na base anual, ficando em 19,4 GWh, considerando tanto o mercado cativo quanto o livre – isso por conta dos maiores volumes de chuvas e das temperaturas inferiores na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O lucro bruto da Neoenergia, ainda com os reajustes, saltou 31% na base anual, chegando a R$ 4,1 bilhões.

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As despesas operacionais, por sua vez, cresceram bem menos, cerca de 12%, para R$ 889 milhões. “Desconsiderando os valores da Neoenergia Brasília em janeiro e fevereiro de 2022, as despesas somaram R$ 710 milhões, alta de 9% no ano, absorvendo a inflação do período”, ainda argumenta a companhia no documento publicado na noite desta terça-feira (26).

Com isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 39%, para R$ 3,16 bilhões.

O déficit financeiro da Neoenergia, por outro lado, cresceu 140%, saindo de R$ 382 milhões para R$ 917 milhões. “A variação é explicada, principalmente, pela maior despesa com encargos de dívida, com gasto de R$ 654 milhões, em razão do aumento de 49,4% no saldo médio da dívida devido às captações direcionadas para Capex de novos projetos de transmissão e eólicas, além das Distribuidoras”, explica a companhia.

O Capex da Neoenergia fechou março em R$ 2,4 bilhões, alta de 34% na base anual. O endividamento liquido, por sua vez, atingiu R$ 33,6 bilhões, avançando 10% na mesma comparação, com a alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficando em um múltiplo de 3,14.

Análises do mercado

Segundo o Credit Suisse, a Neoenergia teve fortes números, liderados por resultados térmicos e controle de custos.

Os resultados regulatórios superaram as estimativas do banco, beneficiando-se de reajustes tarifários, consolidação de novos ativos (Brasília distribuidora, complexo eólico Chafariz e linhas de transmissão) e bom desempenho de custos, enquanto os números da geração de energia também vieram em melhores do que o previsto, principalmente devido a resultados térmicos mais fortes (ajuste tarifário e menores custos de compra de energia).

O banco mantém classificação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o papel, e preço-alvo de R$ 23,30 frente a cotação de terça de R$ 17,21.

O Itaú BBA apontou que a Neonergia teve outro bom trimestre. Para analistas, o Ebitda recorrente veio acima do esperado, explicado por margens acima do esperado na Termopernambuco. Também enxergam um aumento maciço de Ebitda em uma base anual, auxiliado por todos os negócios, principalmente distribuição.

Apesar dos resultados sólidos entregues até o momento, a Neoenergia teve desempenho inferior aos seus principais concorrentes nos últimos meses e é o nome mais barato sob a cobertura do BBA. O banco mantém recomendação outperform para Neonergia, e preço-alvo de R$ 27,90.

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