Negociações nos EUA emperram e bolsas entram em compasso de espera

Barack Obama e John Boehner divergem sobre aumento de impostos; agenda traz diversos indicadores importantes

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Esta quinta-feira (20) é de ligeiras perdas para os mercados acionários, uma vez que as negociações nos EUA para evitar que o país caia em um abismo fiscal no próximo ano parece ter estagnado.

Na Europa, os índices FTSE MIB e o Ibex 35, de Itália e Espanha, recuam 0,43% e 0,20%, respectivamente. Nos EUA os índices se dividem próximos da estabilidade.

Fontes da administração de Obama disse a empresários norte-americanos e grupos financeiros que as negociações com o líder republicano na Câmara dos Deputados, John Boehner, se deterioraram nas últimas 24 horas, noticia a Bloomberg.

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Na véspera, Barack Obama disse já ter percorrido a metade do caminho para chegar a um acordo com os republicanos, mas Boehner diz que o seu Plano B, que envolve a extensão dos cortes de impostos da Era Bush para as pessoas com salários abaixo de US$ 1 milhão, será aprovado pela Câmara nesta quinta-feira.

No entanto, o Senado, controlado pelos democratas, dificilmente passará a medida, noticia a imprensa norte-americana. Caso isso aconteça, Boehner culpa Obama pelo maior aumento de impostos na história do país.

Com divergências sobre os impostos e cortes de gastos, os políticos tem até o fim deste ano para chegar a um acordo e evitar que os cortes de gastos e aumentos de impostos automáticos entrem em vigor, o que trará um impacto fiscal de US$ 600 bilhões. Assim, o tempo está acabando, tendo em vista que na próxima semana já se iniciam as festas de Natal e Ano Novo, o que pode paralisar o Congresso.

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À espera de novidades no campo político dos EUA, os investidores aguardam por uma série de indicadores por lá. Às 11h30 (horário de Brasília) será revelada a terceira estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano no terceiro trimestre. Às 13h00 serão reveladas as vendas de imóveis usados em novembro, o indicador de atividade industrial em Filadélfia para dezembro e o Leading Indicators de novembro, que compila diversos dados já divulgados.

Enquanto isso, no Japão, o BoJ (Bank of Japan) revelou que irá comprar mais 10 trilhões de ienes (cerca de US$ 119 bilhões) em títulos do governo. Essa é a quinta vez no ano que a autoridade monetária no país eleva as compras.

Brasil: mais estímulos
Por aqui o destaque fica para o PIB mensal de outubro, divulgado pela Serasa Experian, e o Relatório de Inflação do quarto trimesrte, publicado pelo Banco Central.

Na última quarta-feira o ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou a extensão do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) reduzido para carros, eletrodomésticos, móveis e materiais de construção. No entanto, o benefício será retirado gradualmente ao longo do próximo ano.

O ministro também revelou a desoneração da folha de pagamentos no setor varejista, com validade a partir de abril. A estimativa é de uma renúncia fiscal de R$ 1,27 bilhão no próximo ano e R$ 2,1 bilhões em 2014.