“Não tem nada a ver com a nossa carne”, diz CEO da Marfrig sobre coronavírus encontrado em produtos na China

Miguel Gularte disse que o forte desempenho da empresa no 3º trimestre refletiu o perfil "flex" da companhia, que focou mais nas exportações

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O coronavírus encontrado por autoridades chinesas em embalagens de produtos da Marfrig (MRFG3) na semana passada não tem relação com a produção da companhia, segundo o CEO da empresa, Miguel Gularte. Ele afirmou que a brasileira toma todas as medidas de proteção e testagem dos funcionários e esterilização da linha de produção. Ele comentou que as exportações fortaleceram o balanço no terceiro trimestre, entre elas para a própria China.

“Na China, constantemente as autoridades estão fazendo buscas em termos de contaminação de produtos ou instalações. No caso da Marfrig foi na província de Wuhan, onde começou a crise sanitária, e em um depósito onde tinha carne nossa, que estava nacionalizada já há vários meses. Foi encontrada nas instalações do depósito Covid, ou resíduos da Covid. Esses resíduos da Covid estavam em pallets, em estruturas do depósito e em algumas caixas de produtos. Entre os produtos onde foi encontrado nas embalagens alguns resíduos de Covid, tinham alguns produtos que eram da Marfrig. Mas isso ai não tem nada a ver com a nossa produção e com a nossa carne”, disse.

“Nossa carne entrou [na China], foi testada. Importante dizer que dentro do protocolo sanitário da Marfrig, nós fomos pioneiros em assinar um TAG [Termo de Ajustamento de Gestão] com o Ministério Público do Trabalho, no qual testamos 100% dos nossos funcionários. A Marfrig testou 100% dos nossos funcionários e implementou um sistema muito interessante que se chama busca ativa, estar constantemente testando as pessoas na fábrica. Ele é um protocolo que impede que as pessoas sintomáticas adentrem o recinto industrial e impede que pessoas sem sintomas possam estar lá dentro trabalhando”, completou.

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Ele participou nesta segunda-feira (16) de uma live no InfoMoney da série Por Dentro dos Resultados, onde executivos de importantes empresas da Bolsa apresentam os principais destaques financeiros do terceiro trimestre, comentam os números e falam sobre perspectivas.

“Evidentemente quanto nós recebemos essa notícia sobre o problema em Wuhan, nós fomos atrás da informação, e o que nós recebemos foi de que em princípio não afeta em nada a nossa produção porque o vírus foi encontrado nas instalações e na parte externa do produto, não é um problema do produto. Até porque nós sabemos também que uma carne para chegar na China demora 60 dias. Um vírus sobreviver a 60 dias numa viagem de navio não é tão provável. É possível? É possível. Mas pouco provável”, disse Gularte.

O CEO da Marfrig comentou ainda que a forte evolução apresentada pela empresa em seu balanço do terceiro trimestre reflete à capacidade de a companhia ser “flex” — ora reforça as exportações, ora foca mais no mercado doméstico no Brasil. “Geramos neste trimestre R$ 16,8 bilhões em receita líquida, sendo 89% em dólares. (…) Alcançamos a nossa menor alavancagem histórica [relação percentual entre dívida e Ebitda], de 1,68x em dólares e 1,88x em reais”, disse Tang David, CFO da Marfrig, que também participou da live.

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Tang e Gularte falaram sobre concorrência, custos, eventual nova onda de Covid no Brasil e pagamento de dividendos. Na visão do CEO, as ações da companhia na Bolsa estão baratas. Assista à live acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.