“Não dá para ficar tranquilo e dizer que a bolsa vai ‘bombar'”, diz analista

Altas recentes não são justificáveis, acredita Carlos Müller, da Geral Investimentos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O Ibovespa terminou a sessão de quinta-feira (20) com alta de 0,46%, aos 61.276 pontos – sua máxima desde o dia 24 de setembro de 2012. O rali de fim de ano veio e já ajuda o índice a subir 6,62% no mês, colaborando para que o mercado nacional termine 2012 no positivo – mesmo que o cenário econômico não tenha mostrado melhoras significativas, acredita Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos. 

“Eu acho que esse movimento pode durar um ou dois meses no máximo, mas não dá para ficar tranquilo e dizer que a bolsa vai ‘bombar'”, destaca o analista. Para ele, a economia não deu nenhum sinal de melhora desde os períodos em que o índice estava consistentemente abaixo do patamar atual – e possivelmente, esse número não é sustentável, na opinião do analista. 

Ele cita o mês de agosto, quando o índice estava próximo dos 54.000 pontos, patamar cerca de 12% abaixo do atual – com um cenário econômico parecido, mas com a “tranquilidade” de que o abismo fiscal norte-americano ainda estaria longe de ocorrer. Com o congresso norte-americano dividido, é provável que a solução, embora venha, leve ao rebaixamento da nota de crédito do país. 

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Esse tipo de pressão não existia quatro meses atrás. “Não vejo nenhum passo definitivo para resolver o abismo nos EUA. Essa alta não condiz com o cenário econômico”, diz o analista. O movimento, talvez, acredita, seja resultado de um ajuste de posição de grandes fundos – que usam o final do ano para fazer novas posições. “E se os grandes fundos estrangeiros ou de pensão entrarem comprando, acabam elevando o preço das ações”, acredita o analista.

Para Müller, as perspectivas futuras também não ajudam a explicar esse cenário. “Não dá para dizer que o cenário melhorou, é apenas, na melhor das hipóteses, que a situação está melhor”, destaca.

O sentimento dos envolvidos do mercado, porém, favorece a alta: otimismo, justificável ou não, e a perspectiva de um possível rali de final de ano, ajudam alguns investidores a entrarem na ponta compradora. “Mas com o que temos de informação hoje não dá para cravar que tivemos uma melhora significativa”, finaliza o analista.

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