“Não adianta a tese ser boa se o investidor brasileiro não souber onde colocar”: as estratégias globais da Schroders, gestora de quase US$ 1 trilhão

Daniel Celano e Fernando Cortez contam como a Schroders criou a plataforma Gaia, que trouxe fundos exclusivos das maiores gestoras do mundo para o País

Clara Sodré

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Facilitar a entrada das maiores gestoras globais no mercado de capitais brasileiro sendo também uma gestora de recursos, já bem consolidada no Brasil, em um primeiro momento não parece uma boa ideia. Entretanto, essa foi uma das maneiras que a Schroders encontrou para ampliar as soluções já oferecidas aos investidores brasileiros, trazendo alternativas de investimentos complementares aos produtos já oferecidos pela casa.

Conhecida por ser uma gigante global, a Schroders tem mais de 200 anos de história, e atualmente conta com US$ 991 bilhões sob gestão. Operando em 37 diferentes países, a gestora está presente no Brasil desde 1998 e é responsável por gerir cerca de R$ 8 bi no mercado local, contando com uma ampla gama de produtos – desde fundos de renda fixa até estratégias internacionais.

Daniel Celano, responsável por toda operação da Schroders no Brasil, junto com Fernando Cortez, diretor comercial da gestora, foram os entrevistados do episódio 54 do podcast Outliers, apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

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Celano e Cortez contam que foi de olho no crescente movimento de internacionalização das carteiras dos investidores que a gestora criou, em 2008, a Schroders Gaia, plataforma de distribuição de algumas estratégias exclusivas das maiores gestoras do planeta.

Em busca da capilaridade global

Ao serem questionados sobre o que os gestores dessas estratégias mundialmente conhecidas estão buscando quando firmam essa parceria de distribuição, um dos pontos de destaques é para a complexidade do arcabouço regulatório, cujas restrições precisam ser analisadas e adequadas para que a comercialização dos produtos seja possível no Brasil.

Dessa forma, a parceria fornece a esses gestores maior capilaridade global, permitindo que eles fiquem focados na estratégia e gestão da carteira dos fundos, enquanto a distribuição fica sob a responsabilidade da Schroders.

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Além disso, o fato de a Schroders ser uma gestora institucional de grande relevância, somado à sua estrutura de distribuição global já consolidada, facilita a comunicação e negociação com esses grandes gestores – cujos fundos, antes de serem disponibilizados na plataforma, passam por um processo rigoroso de investigação por parte da Schroders.

Retornos consistentes, baixa correlação com os índices do mercado e boa proteção em momentos de estresse são alguns requisitos na escolha das estratégias e fundos a serem distribuídos. Celano conta que é necessário levar em consideração o perfil do investidor brasileiro e a acomodação da estratégia no portfólio. Além disso, também é analisada a demanda local antes de selecionar as estratégias – “tudo no padrão Schroders”, de acordo com o gestor.

Parceria entre gigantes

Entrando como responsável legal pelo produto e sua distribuição global, a Schroders fechou uma parceria institucional com a Wellington Management, uma das maiores gestoras independentes do mundo, que conta com US$ 1,3 trilhão sob gestão. Como resultado dessa parceria a estratégia Wellington Pagosa chegou ao Brasil com o nome Wellington Schroders Gaia, um fundo multiestrategia global com histórico de bons retornos.

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Celano conta que alguns fatores foram levados em consideração na hora de escolher a estratégia, a começar pela diferença do custo de oportunidade entre os brasileiros e os investidores globais, que pediam um fundo com retornos consistentes, mas que não oferecesse riscos excessivos.

Além disso, a diversificação seria um requisito chave, já que todo arcabouço fiscal limita a concentração de estratégias. Por fim, a estratégia precisava ter espaço na carteira dos investidores, para que houvesse demanda para o produto.

Se é para ter espaço no portfólio a descorrelação não pode ficar de fora. Por isso, Fernando Cortez reforça o objetivo de trazer estratégias complementares, o que envolve analisar a descorrelação com os fundos e índices locais. “Não adianta a tese ser boa se o investidor brasileiro não souber onde colocar em seu portfólio”.

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Nesse aspecto, segundo ele, o Wellington Pagosa consegue oferecer excelente composição estrutural na carteira.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast estreou no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.

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