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SÃO PAULO – Na volta do feriado de independência, os principais índices acionários dos Estados Unidos fecharam a sessão desta terça-feira (5) em sentidos opostos, contrariando a tendência de alta vista na semana anterior, quando foram registradas os maiores ganhos em quase dois anos.
Com a agenda economica escassa no front doméstico, a sessão foi marcada pela cautela dos investidores em relação às notícias sobre a situação fiscal na Grécia. Além disso, as atenções voltaram-se no final da tarde para o rebaixamento da nota soberana de Portugal pela Moody’s, que trouxe novos temores ao mercado.
O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, fechou em leve baixa de 0,13% a 1.338 pontos, acumulando no ano forte alta de 6,38%. O Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, encerrou o pregão em leve desvalorização de 0,10% atingindo 12.570 pontos e subindo 8,57% no ano. Por outro lado, o Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia, apresentou alta de 0,35%, chegando a 2.826 pontos e acumulando no ano forte alta de 6,52%.
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Bancos recuam, enquanto techs ganham
Os bancos regionais M&T (-1,16%), PNC (-1,02%), Comerica (-3,02%) e Fifth Third (-0,46%) recuaram na sessão, após o Citigroup anunciar que pretende cortar o preço-alvo das companhias, caso os lucros continuaem pressionados pelas baixas taxas de juros.
As perdas foram acompanhadas pelos grandes bancos, entre eles o Barclays (-2,05%), Bank of America (-0,09%), e Goldman Sachs (-2,15%) e, por fim, o JP Morgan (-1,32%), que ficou entre as maiores perdas do índice Dow Jones.
No setor de tecnologia, por sua vez, os papéis da Netflix saltaram 8,07%, liderando as altas do índice S&P 500, depois da afirmação de que está expandindo seu serviço de streaming de vídeo a 43 países da América Latina e no Caribe.
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Já a Apple foi considerada culpada por violação de duas patentes sob controle da S3 Grafics, que produz chips utilizados em jogos de dispositivos móveis. As penas serão apresentadas na próxima semana pela comissão internacional de comércio. A despeito do noticiário, suas ações subiram 1,80%.
Ainda entre as techs, os ativos do Google ganharam 2,19%, após o Evercore elevar sua avaliação de equal-weight (desempenho em linha com a média do mercado) para overweight (desempenho acima da média do mercado) e aumentar o seu preço-alvo de US$ 620 para US$ 670 ao final deste ano.
No mesmo sentido, os papéis da Baidu (1,76%) e Microsoft (+0,04%) subiram diante da notícia de que uma empresa de buscas chinesas fará parcerias para desenvolver uma pesquisa na lingua inglesa.
Outros destaques corporativos
As ações da Pfizer registraram leve alta de 0,14%. Nesta sessão, foi revelado um estudo que constata que fumantes de meia idade que ingerem os remédios Chantix ou Champix, para pararem de fumar, têm maior probabilidade de sofrerem ataques cardíacos ou outros problemas do coração.
Enquanto isso, as ações da Novartis registraram alta de 0,59%, após a companhia informar resultados positivos na fase final de estudo para o Afinitor, drogas contra o câncer de mama.
Portugal em foco
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de Portugal para “Ba2”, a segunda nota entre as classificadas como grau especulativo, ou seja, entre os papéis que oferecem maior risco de calote ao investidor.
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A agência explicou que existe uma grande risco de o país precisar de um segundo pacote de ajuda financeira antes de conseguir voltar a se financiar no mercado financeiro.
De olho na Grécia
O mercado ainda refletiu nessa sessão o anúncio feito na véspera pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s dizendo que irá considerar como “default” qualquer rolagem da dívida grega.
Por outro lado, o Financial Times reportou que o Banco Central Europeu continuará aceitando títulos do governo da Grécia como garantia até que todas as principais agências de classificação de risco tomem a mesma medida adotada pela S&P.
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Agenda
Em dia de agenda fraca de indicadores, o destaque ficou por conta da divulgação, pelo Departamento de Comércio dos EUA, do volume de maio dos pedidos de bens-duráveis e não duráveis feitos à indústria norte-americana. O Factory Orders mostrou avanço nos pedidos de maio, entretanto, foi pior do que o esperado.
Obama fala sobre déficits
Entre as notícias relevantes para o mercado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deverá se reunir com líderes congressistas – tanto republicanos quanto democratas – na quinta-feira (7) para discutir acerca da dívida norte-americano, e o teto da mesma, na Casa Branca, residência oficial da autoridade máxima da maior economia mundial.
Obama afirmou nessa terça-feira (5) que “diferenças reais ainda existem” e lembrou que o país está próximo de alcançar o limite da dívida estipulado pelo mercado, além do fato de que se a legislação sobre os déficits não for alterada até o dia 2 de agosto, o país poderá passar pelo seu primeiro default – o que lançaria uma núvem negra aos mercados.
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O governo do presidente tem oferecido, em troca do apoio republicano, cortar gastos com os programas de assistência médica para a população, mas em contra-partida deseja que o partido oposicionista aceite um aumento no imposto de renda cobrado no país.
Confira o desempenho dos principais índices acionários dos Estados Unidos nesta terça-feira:
| % Var Dia | Pontos | %Var 30D | %Var Ano | |
|---|---|---|---|---|
| Nasdaq | +0,35 |
2.826 | +3,40 |
+6,52 |
| Dow Jones | -0,10 |
12.570 | +3,45 |
+8,57 |
| S&P 500 | -0,13 |
1.338 | +2,90 |
+6,38 |