Na contramão do mercado, “risco X” pressiona empresas de Eike no pregão

Investidores desistem ou adiam projetos no Superporto do Açu e gera repercussão internacional; vencimento do Ibovespa Futuro também pressiona

Fernando Ladeira

Publicidade

*Matéria atualizada às 17h46

SÃO PAULO – Eike Batista, um dos nomes mais conhecidos no mercado acionário brasileiro, continua no holofote dos investidores. Em dia de alta para as bolsas, os papéis de suas seis empresas com negociações na bolsa registraram desvalorizações.

Chama atenção, por exemplo, a queda de 4,50% para as ações da MMX (MMXM3) – maior queda do Ibovespa nesta terça-feira (16) -, fechando aos R$ 4,46, em um dia no qual ativos como os da Vale (VALE3+1,90%, R$ 38,11; VALE5, +2,04%, R$ 36,95), CSN (CSNA3, +0,78%, R$ 11,59), Gerdau (GGBR4, +2,06%, R$ 19,30) e Usiminas (USIM3, +3,04%, R$ 11,85; USIM5, +2,38%, R$ 10,32) tiveram fortes ganhos. Já o Ibovespa terminou o pregão com alta de 0,24%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Desconfiados, investidores evitam grupo X
O megaempresário tem sido alvo de desconfiança do mercado nos últimos meses. No início da semana reportagens alertam que um de seus maiores projetos, o Superporto do Açu, tem enfrentado dificuldades em atrair os investimentos de US$ 40 bilhões necessários para avançar na obra.

Segundo reportagens, as conversas com a Ternium para um acordo não avançaram, enquanto a Nissan desistiu do empreendimento e a Anglo American adiou em um ano o projeto Minas-Rio. A imprensa internacional também tem repercutido o caso. O Financial Times lembra em matéria desta terça-feira que o projeto era conhecido como “uma estrada para a China”, mas, no momento, parece como uma estrada a lugar nenhum.

Logo a frente da MMX na última posição do índice, aparece outra ação pertencente ao grupo EBX: OGX Petróleo (OGXP3), que caiu 4,20%, para R$ 5,47. Um pouco mais distante fechou a LLX (LLXL3), que amenizou as perdas e fechou com desvalorização de 3,32% aos R$ 2,62. Fora do índice, Os papéis da CCX Carvão (CCXC3, R$ 2,53) recuaram 1,94%, enquanto a MPX Energia (MPXE3, R$ 10,51) perdeu 0,56% de valor de mercado. Por fim, a OSX Brasil (OSXB3, R$ 12,14) terminou o dia com desvalorização de 1,72%.

Continua depois da publicidade

Risco X
“Não vejo nada entre os fundamentos que justifique essa queda”, alerta Victor Penna, analista do BB Investimentos. Entretanto, o analista lembra que as ações do grupo possuem uma particularidade, já que o movimento de suas ações nem sempre está relacionado somente a notícias específicas sobre as empresas, conhecido no mercado pelo jargão “risco X”.

Sandro Fernandes, operador da Corval Investimentos, segue a mesma linha e alerta que as ações do grupo costumam se movimentar em bloco. Isso se evidenciou quando a OGX Petróleo anunciou, em junho, que a produção no campo de Tubarão Azul seria muito abaixo do que estimado inicialmente. Na época, as ações da MMX foram uma das mais pressionadas, descolando-se de seu setor.

O operador da Corval lembra que, além da notícia do Superporto do Açu, que evidencia a desconfiança dos grandes investidores com relação ao grupo de Eike Batista, há também o vencimento dos contratos futuros do Ibovespa na próxima sessão, o que pode levar a um ajuste de posições entre os investidores. Penna concorda e lembra que há muitos investidores estrangeiros no capital social das empresas do grupo.