Multiplan tem queda de 38% do lucro, Tenda lucra 45% menos e mais resultados; IPOs e outros destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta sexta-feira (7)

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A temporada de balanços vai mostrando como a pandemia da Covid-19 afetou as empresas. A construtora Tenda registrou recuo de 45% no lucro e a Multiplan, de 38,6%. Já a Valid apresentou prejuízo.

O setor bancário deve ter mais um pregão de pressão após o Senado aprovar projeto de lei que estabelece um teto para taxas de juros de cheque especial e cartão de crédito enquanto durar o estado de calamidade pública imposto pela pandemia.

E entre as ofertas de ações, a Quero-Quero levantou R$ 2,2 bilhões e a d100, braço no varejo farmacêutico da Profarma, R$ 460,1 milhões. Confira os destaques:

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou que deu início à fase vinculante referente à venda da totalidade de sua participação no campo de Tartaruga, que faz parte da concessão em águas rasas SES-107D (Bacia de Sergipe-Alagoas).

Segundo a empresa, os habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo orientações para a realização de “due diligence” e envio das propostas vinculantes. A Petrobras detém 25% de participação no campo e a MahaEnergy Brasil Ltda é a operadora, com 75% de participação.

Multiplan (MULT3)

A operadora de shopping centers Multiplan fechou o segundo trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 70,802 milhões. O resultado foi 38,6% menor do que no mesmo período do ano passado.

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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 180,768 milhões, recuo de 15,6% na mesma base de comparação. A margem Ebitda, entretanto, subiu 4,4 pontos porcentuais, para 70,3%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) atingiu R$ 15,936 milhões, queda de 90,1%. A margem FFO despencou 43,4 pontos, para 6,2%.

A receita operacional líquida totalizou R$ 257,049 milhões, encolhimento de 20,9%.

A queda no lucro da Multiplan está relacionada à paralisação temporária dos shoppings durante a pandemia, à concessão de descontos nos aluguéis dos pontos comerciais e ao aumento nas provisões para lojistas inadimplentes.

Os efeitos negativos da pandemia foram compensados por um corte de 67,7% nas despesas de sede, para R$ 13,5 milhões, o menor nível em 12 anos. A Multiplan reduziu e suspendeu contratos de trabalho (conforme autorizado pela lei 14.020) e diminuiu despesas com serviços e viagens.

Também foi registrada uma baixa de R$ 15,5 milhões na linha de remuneração baseada em ações. Fora isso, houve uma diminuição de 40,2% nas despesas com dívidas em meio à redução da Selic e renegociações.

O Bradesco BBI avalia que o cenário de curto e médio prazo é desafiador para a Multiplan. Ainda assim, não vê mudanças estruturais para o setor de shoppings no Brasil. A Multiplan é classificada como “neutra”, com preço-alvo de R$ 25.

Os analistas do Bradesco BBI destacaram ainda que embora os shoppings da Multiplan tenham operado apenas 8% do tempo (medido em horas) em relação ao registrado no segundo trimestre de 2019, as vendas totais atingiram 15%.

“Para aliviar os impactos do cenário da Covid-19 para seus lojistas, a Multiplan adotou medidas como a isenção de tarifas de aluguel para lojas fechadas; reduções de 50% nas taxas de condomínio; e isenção das taxas relacionadas a fundos de marketing”, reforçaram os analistas.

Tenda (TEND3)

A construtora Tenda registrou um lucro líquido de R$ 40,3 milhões no segundo trimestre do ano, um recuo de 45% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As vendas líquidas da construtora totalizaram R$ 576,4 milhões, alta de 20,1%.

A receita líquida foi de R$ 526,1 milhões no período, uma alta de 7,6% no comparativo anual. O Ebitda chegou a R$ 72,3 milhões, queda de 24,1%.

O Bradesco BBI atribui o resultado da tenda à resiliência do setor de baixa renda. “Vemos a Tenda muito bem posicionada para continuar apresentando bons resultados e é o nome mais barato do setor”, segundo relatório enviado a clientes.

A construtora é uma “top pick” do Bradesco BBI, com recomendação de “outperform” e preço-alvo de R$ 38.00.

BMG (BMGB3)

O Banco BMG registrou lucro líquido contábil de R$ 81 milhões no segundo trimestre de 2020, alta de 30,2% em relação ao mesmo período de 2019, e de 6,5% na comparação com o primeiro trimestre. No critério recorrente, o lucro da instituição financeira foi de R$ 101 milhões, avanço de 20,2% na relação anual, e de 3,9% na trimestral.

A rentabilidade do BMG no trimestre, medida pelo retorno sobre patrimônio líquido recorrente, ficou em 10,7%, ante 14,1% ano passado e 10,5% nos três primeiros meses deste ano. Os ativos totais chegaram a R$ 22,528 bilhões em junho, aumento de 30% em 12 meses e de 10,9% em três meses.

A carteira de crédito total do banco fechou o semestre em R$ 12,497 bilhões, número 21,8% maior que em junho do ano passado, e 6,6% superior à carteira de março deste ano. A inadimplência ficou estável em relação ao primeiro trimestre, em 5,9%, e aumentou levemente ante os 5,6% do ano passado.

O Índice de Basileia fechou junho em 19,8%, também praticamente estável em relação a março (19,9%), e muito mais confortável que o registrado em junho de 2019, quando estava em 13,6%.

Wiz (WIZS3)

A seguradora Wiz Soluções e Corretagem de Seguros registrou lucro líquido de R$ 34 milhões no segundo trimestre de 2020, queda de 37% em relação ao mesmo período de 2019, quando lucrou R$ 54 milhões.

A receita líquida caiu 9,3%, a R$ 149,5 milhões. O Ebitda teve baixa de 9,9%, somando R$ 81,2 milhões.

A Wiz anunciou ainda a compra de 40% da corretora de seguros do Banco BMG, a CMG. O valor da transação é de R$ 89,8 milhões.

Valid (VLID3)

A Valid registrou prejuízo de R$ 148,1 milhões entre abril e junho de 2020, ante um lucro de R$ 6,3 milhões no segundo trimestre de 2019.

A receita da certificadora digital teve queda de 10,5%, a R$ 414,6 milhões, com a pandemia do coronavírus afetando os negócios da Valid.

Ouro Fino (OFSA3)

A empresa de saúde animal Ouro Fino registrou lucro ajustado de R$ 15,2 milhões no segundo trimestre do ano, leve queda de 0,7% na coparação com igual período do ano passado.

No período, a companhia registrou receita líquida de R$ 172,5 milhões, queda de 2,9% no comparativo anual. O Ebitda ajustado ficou em R$ 38,6 milhões, alta de 11,6%.

Burger King Brasil (BKBR3)

A BK Brasil, que administra os restaurantes do Burger King no Brasil, registrou prejuízo líquido de R$ 186,7 milhões no segundo trimestre de 2020, ante prejuízo de R$ 600 mil em igual período de 2019.

A receita operacional líquida ficou em R$ 292,7 milhões entre abril e junho, uma queda de 56,7%. Já o Ebitda ficou negativo em R$ 92 milhões, ante resultado positivo de R4 95,1 milhões no segundo trimestre de 2019.

A companhia totalizava 868 restaurantes da marca Burger King e 41 restaurantes Popeyes.

O Morgan Stanley destacou o esforço da companhia em trabalhar com canais de venda alternativos. “A entrega e o drive thru representaram até 80% das vendas no 2T20 e ajudaram a minimizar o impacto do distanciamento social”, segundo relatório enviado a clientes.

Outro ponto destaque foi o balanço da empresa, com uma posição de caixa significativa, “o que será essencial para retomar seu plano de abertura de lojas assim que as condições do mercado melhorarem”.

Ser Educacional (SEER3)

A Ser Educacional comunicou a compra, por meio de sua subsidiária Cenesup, da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (Facimed) por R$ 150 milhões.

Oi (OIBR3;OIBR4)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não tem preferência sobre outros credores no plano de recuperação judicial da operadora Oi, que se arrasta desde 2016.

A Oi deve à Anatel mais de R$ 11 bilhões relativos a multas e outras penalidades.

O STJ considerou que os créditos reivindicados pela Anatel têm natureza administrativa e, portanto, não podem ter o tratamento prioritário destinado aos créditos tributários.

Cemig (CMIG4)

Em coletiva de imprensa realizada via redes sociais, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), informou que a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) não vai aplicar o reajuste nas contas dos consumidores de 4,27%, que foi aprovado em maio. Na quarta-feira, a companhia havia comunicado que está contestando reajuste aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e que pediria a devolução de R$ 714,4 milhões aos clientes de seu braço de distribuição.

Segundo informações da Agência Minas, o cancelamento do aumento, que se refere ao reajuste anual, é resultado de negociação entre o governo e a presidência da Cemig. Segundo Zema, a medida faz parte do esforço para amenizar os impactos da pandemia de covid-19 na população do Estado. Ainda segundo o governo, a iniciativa deve beneficiar também pequenos empresários.

Bancos

O Senado concluiu na noite de ontem a aprovação do projeto de lei nº 1.116 que limita em 30% ao ano os juros cobrados por bancos em operações com cartão de crédito e cheque especial. A medida dependerá da Câmara e vale para operações de crédito contratadas durante o período de calamidade da pandemia do novo coronavírus, que a princípio vai até 31 de dezembro.

No caso das fintechs (empresas de tecnologia do setor financeiro), o limite de juros proposto é de 35% ao ano. Ideia com forte apelo popular no Brasil, o tabelamento do juro do cartão e do cheque especial foi aprovado por 56 votos 14 pelo plenário do Senado, com uma abstenção. A medida foi proposta em março deste ano pelo senador Alvaro Dias (Podemos-PR), quando a pandemia se intensificou no Brasil.

Os senadores ainda aprovaram uma emenda do PT abrindo espaço para o tabelamento permanente dos juros em operações de crédito com cartões após o período de calamidade pública, no próximo ano. A medida prevê que o Conselho Monetário Nacional (CMN) regule o limite de juros no cartão, assim como fez com o cheque especial, após o período de calamidade pública.

O CMN é formado por dois representantes do Ministério da Economia (o ministro e o secretário especial de Fazenda) e o presidente do Banco Central.

O Credit Suisse avaliou como negativa para o setor bancário a aprovação do projeto de lei. No entanto, reforçou, em comentário, a cliente, que a decisão era esperada. “Esperamos que a lei encontre grande resistência na Câmara dos Deputados. Mantemos nosso cenário de base, que é improvável que a lei prospere.”

Quero-Quero

A varejista de materiais de construção Quero-Quero realizou uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de R$ 1,94 bilhão na B3, a Bolsa paulista, em meio à pandemia de covid-19. O êxito da oferta foi a porta de saída do fundo de private equity norte-americano Advent Internacional do ativo. Com a operação, o Advent colocou R$ 1,66 bilhão no caixa.

A ação foi precificada em R$ 12,65, no centro da faixa indicativa de preço, que variava de R$ 11,30 a R$ 14. Se o lote suplementar da oferta for exercido nos primeiros dias de negociação da ação, o Advent se despedirá por completo da empresa, após 12 anos como investidor. A estreia da Quero-Quero na B3 será na próxima segunda-feira. A varejista concentra 75% de suas lojas no Rio Grande do Sul.

d1000

Também foi finalizado o IPO da d1000, braço no varejo farmacêutico da Profarma. A companhia levantou R$ 400,1 milhões que serão investidos na expansão da rede.

O valor de cada ação saiu a R$ 17, no piso da faixa indicativa de preço que ia até R$ 20,32.

O início das negociações das ações no Novo Mercado ocorrerá em 10 de agosto.

Kallas e Patrimar

E ainda sobre ofertas de ações, as construtoras Kallas e Patrimar pediram registro para realizar IPO.

Ambas as operações envolvem ofertas primária e secundária, ou seja, servirão tanto para que as empresas captem recursos para investimentos quanto para dar saída de atuais investidores.

Segundo a agência Reuters, o setor de construção civil tem 12 das 23 empresas brasileiras à espera de aval da CVM para seguirem adiante com seus IPOs. O grupo também inclui Canopus, Almeida Junior, Pacaembu, One Innovation, Cury, Alphaville Urbanismo, Lavvi, Nortis, Plano & Plano, Melnick.

MPR

Já o grupo MPR, dono das marcas de álcool Coperalcool, Zulu e Zumbi, tem um novo presidente: José Vicente Marino, executivo que ajudou a vender a Avon para a Natura.

Em entrevista ao Valor, Marino destacou que seu foco é acelerar o crescimento da companhia que, no ano passado faturou R$ 500 milhões e neste ano deve chegar a R$ 850 milhões.

“Estamos estudando alguns caminhos: aquisições, IPO (oferta inicial de ações na bolsa), venda de uma fatia para um sócio estratégico ou continuarmos sozinhos”, disse o executivo ao Valor. Sobre a possibilidade de abrir capital na bolsa, Marino diz que já estão sendo feitas conversas com bancos que, mais adiante, organizariam a operação.

(com Agência Estado e Bloomberg)

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