Mudança em diretoria da Petrobras (PETR4) é a primeira de outras em estudo, dizem fontes à Reuters

Previsão é de que novas indicações do CEO possam acontecer nos próximos dias, o que seguiria roteiro de mudanças na estatal esperado por Bolsonaro

Reuters

Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (FOTO ANDRÉ MOTTA DE SOUZA/AGÊNCIA PETROBRAS)

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RIO DE JANEIRO (Reuters) – A mudança anunciada nesta segunda-feira pela Petrobras (PETR3;PETR4) na diretoria de assuntos digitais pode ser apenas a primeira entre algumas que estão sendo estudadas pelo presidente da companhia, Caio Paes de Andrade, segundo fontes com conhecimento a situação.

A previsão é de que novas indicações do presidente da Petrobras possam acontecer nos próximos dias, o que seguiria um roteiro de mudanças na estatal esperado pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo suas próprias declarações após apontar o executivo para atuar como CEO.

“Haverá mais mudanças, nada mais natural em uma troca de comando”, disse uma das fontes, em condição de sigilo, para falar sobre o assunto, sem indicar quais cargos estão em avaliação.

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O novo CEO da empresa assumiu a presidência no fim de junho, após indicação de Bolsonaro, candidato à reeleição, que naquela oportunidade estava descontente com a execução da política de preços da estatal e o impacto da valorização dos combustíveis para os consumidores.

A empresa tem oito diretores estatutários, além do CEO, e trocas nessas posições precisam de um aval da governança da empresa e do Conselho de Administração, que também é novo na petroleira, na esteira da mudança do CEO –pelas regras da companhia, o presidente-executivo precisa ser também conselheiro.

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira que seu CEO indicou Paulo Palaia para ocupar a direção executiva de Transformação Digital e Inovação, em substituição a Juliano Dantas.

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A indicação, a primeira de Andrade para uma diretoria da Petrobras, será submetida aos procedimentos internos de governança corporativa da estatal.

“Provavelmente essa é apenas a primeira mudança de algumas”, disse uma segunda fonte.

“Quantas e quando ainda em análise. Mas não deve ser nas oito diretorias”, adicionou.

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As decisões sobre os preços de combustíveis são ratificadas por três executivos: o presidente da empresa, o diretor financeiro, Rodrigo Araujo, e o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella.

No mês passado, houve uma reformulação no Conselho de Administração da estatal, com a eleição de seis novos conselheiros, sendo quatro indicados pelo governo, acionista majoritário da companhia.

A escolha foi polêmica, pois dois indicados não tiveram aval prévio dos órgãos da Petrobras, que apontaram conflitos de interesse entre a empresa e os cargos que eles ocupam no governo.

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“A escolha dos diretores cabe ao Conselho de Administração. Temos um conselho novo, que pode repensar nomes”, afirmou uma terceira fonte.

As mudanças na presidência e na composição do colegiado aconteceram após uma enxurrada de críticas do Palácio do Planalto quanto à política de preços da empresa.

Desde a chegada de Andrade, houve uma série de reduções nos preços de diesel e gasolina, além de outros derivados como gasolina e querosene de aviação e asfalto, seguindo quedas nas cotações internacionais do petróleo.

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Nesse período de troca de comando na Petrobras, o governo conseguiu implementar uma lei que reduziu o ICMS de combustíveis e outros serviços essenciais, o que ajudou a diminuir os valores a bomba.

Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente.