MRV, EzTec e Even lideram ranking de construtoras brasileiras do Santander

Banco lista as preferências no setor levando em consideração lucratividade, avaliação, alavancagem LPA e liquidez

Marcel Teixeira

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SÃO PAULO – Em relatório sobre as construtoras brasileiras, o banco Santander fez uma lista com suas preferências para o setor. Os analistas Flavio Queiroz e Fabiola Gama apontam que as classificações levam em conta a lucratividade, a alavancagem, o crescimento do lucro líquido por ação e a liquidez das empresas em questão.

O Santander aponta que suas principais recomendações são os papéis da MRV (MRVE3), da Even (EVEN3) e da EzTec (EZTC3). Além disso, afirma que embora a Direcional (DIRR3) e a Tecnisa (TCSA3) estejam entre as cinco melhores nos quesitos avaliados, não estão entre as principais sugestões.

“No caso da Direcional, a liquidez restrita de suas ações e a falta de catalisadores podem impedir a reclassificação da ação no curto prazo; quanto à Tecnisa, a lucratividade fraca no curto prazo e nossa estimativa de que os impactos positivos do projeto Telefônica serão refletidos apenas nos resultados de 2013 criam uma ausência de momento”, afirmam Queiroz e Fabiola.

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Confira, abaixo, a classificação das companhias:

Relatório Construtoras Brasileiras – Santander
Posição Empresa Ticker Recomendação Preço-alvo Upside
1 Direcional DIRR3 Compra R$ 17,90 77,22%
2 Tecnisa TCSA3 Compra R$ 21,20 114,14%
3 MRV Engenharia MRVE3 Compra R$ 20,10 40,75%
4 EzTec EZTC3 Compra R$ 25,00 32,27%
5 Even EVEN3 Compra R$ 10,80 38,10%
6 PDG Realty PDGR3 Compra R$ 12,60 61,53%
7 Rodobens RDNI3 Compra R$ 15,10 39,04%
8 Brookfield BISA3 Compra R$ 10,40 55,22%
9 Viver VIVR3 Compra R$ 3,30 48,64%
10 Rossi RSID3 Compra R$ 14,60 35,31%
11 Cyrela CYRE3 Compra R$ 22,10 25,78%
11 Gafisa GFSA3 Compra R$ 10,70 109,39%

Direcional: a alavancagem confortável da companhia, além de sua lucratividade e margem líquida são os pontos positivos da avaliação. Entretanto aponta a baixa liquidez como principal ponto negativo. “Apesar de a empresa estar na melhor posição da classificação, acreditamos que sua baixa liquidez e a ausência de catalisadores interfiram em sua reclassificação, por isso ela não está entre nossas principais recomendações do setor”, justificam os analistas.

Tecnisa: a lucratividade crescente foi o principal fator responsável pela boa classificação da companhia no ranking do banco. Entretanto, os analistas destacam que sua alavancagem, combinada com as perspectivas de que os próximos resultados operacionais sejam fracos, criam um momento desfavorável para as ações.

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MRV Engenharia: a construtora mineira está entre as cinco empresas mais bem avaliadas em todos os parâmetros usados pelo banco para a classificação das companhias do setor. Apesar da alta lucratividade, os diferentes cenários de lançamentos sugerem uma alavancagem operacional acima da média, segundo o banco.

EzTec: a forte lucratividade da construtora e sua estrutura de capital confortável são os pontos mais bem avaliados, ao contrário de sua liquidez. “Sua consistência também foi demonstrada pela menor volatilidade em nossa análise de sensibilidade, o que torna sua tese sólida se comparada a seus pares”, diz o banco.

Even: o ponto forte da companhia fica por conta de sua estrutura de capital, enquanto a expansão menor do lucro por ação é um fator negativo, “resultante da estratégia mais conservadora de crescimento nos lançamentos em 2009 e 2010, o que pode permitir que a empresa obtenha um fluxo de caixa livre positivo nos próximos trimestres”.

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PDG Realty: “a alavancagem da PDG deve ficar entre as mais altas do setor, o que prejudica a classificação consolidada da empresa, embora isso seja neutralizado pela forte liquidez de suas ações. Nos demais indicadores, a empresa está em linha com as médias do setor”, afirma a instituição financeira.

Rodobens: a falta de consistência nos parâmetros analisados é o ponto negativo na classificação da empresa. O fraco desempenho de lucratividade e liquidez foi compensado pela liderança nos quesitos crescimento de LPA e avaliação. “Além disso, considerando que a empresa está passando por uma importante reestruturação corporativa, ela pode vir a apresentar volatilidade nos lucros, que combinada com o volume diário negociado limitado, poderia enfraquecer seu momento”, atestam os analistas.

Brookfield: o atual ritmo forte de lançamentos da construtora deve pressionar o balanço nos próximos trimestres, avalia o Santander.

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Viver: a baixa lucratividade da empresa, que ocupa o último lugar nesse quesito, como consequência do alto nível de pagamentos à vista do banco de terrenos, é “compensada pelo crescimento interessante do LPA e a avaliação razoavelmente atrativa”, afirma o banco. A alavancagem também representa uma fonte de preocupação.

Rossi: o fato da construtora estar entre as últimas do ranking do Santander deve-se ao fraco desempenho em lucratividade e pela alavancagem, os quais foram, de certa forma, contrabalanceados por uma avaliação relativamente atrativa. “Em temos de volatilidade, a Rossi registrou um desempenho ligeiramente melhor do que a média do setor.

Cyrela: os analistas afirmam que apesar do cenário interessante para a empresa, ela apresenta lucratividade relativamente baixa, aliada a uma avaliação alta, fato que sugere que o mercado já está prevendo uma melhora na lucratividade. “Sendo assim, não enxergamos muito espaço para a ação continuar a apresentar desempenho superior ao de seus pares nos próximos 12 meses”, constata a instituição financeira.

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Gafisa: a companhia ficou na última posição em todos os parâmetros analisados pelo Santander. A baixa lucratividade e o nível de alavancagem relativamente alto são importantes obstáculos a serem superados pela Gafisa antes que ela retome seu crescimento, segundo Queiroz e Gama, que acreditam que custos acima do previsto e cancelamentos de vendas devem continuar a prejudicar o momento de lucros da construtora neste ano.