Morgan Stanley reitera compra em XP e vê forte potencial de alta com queda da Selic

Companhia está bem posicionada tanto estruturalmente quanto ciclicamente para capturar ganhos de longo prazo em um cenário de queda de juros

Felipe Moreira

Ativos mencionados na matéria

XP (Foto: Divulgação)
XP (Foto: Divulgação)

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O Morgan Stanley reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para XP (BDR: XPBR31), com preço-alvo de US$ 26, o que representa um potencial de alta de aproximadamente 50%. Segundo o banco, a companhia está bem posicionada tanto estruturalmente quanto ciclicamente para capturar ganhos de longo prazo em um cenário de queda de juros.

O banco explica que a XP é o nome mais sensível a juros no setor financeiro brasileiro, e o ciclo de flexibilização provavelmente começará nos próximos meses.

Estruturalmente, a XP continua a aprofundar o engajamento do cliente e a ampliar sua plataforma, reforçando sua trajetória de crescimento de longo prazo.”Essa combinação de força estrutural e alavancagem cíclica posiciona a XP de forma única para apresentar desempenho superior”, comenta.

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Valuation atrativo

A avaliação continua atraente, apesar do forte desempenho acumulado no ano. A XP subiu 47% no ano, contra alta de 31% do MSCI Brasil, mas ainda oferece um potencial de valorização significativo.

As ações são negociadas a 10,0 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) para 2025 e 8,9 vezes o P/L para 2026 — atraente em relação ao crescimento, com um PEG de apenas 0,6.

O Morgan acredita que a XP ainda não precificou um ciclo de flexibilização das taxas de juros. Com base em correlações históricas, a XP pode ser negociada a 14 a 15 vezes o P/L futuro se as taxas caírem para 12% em 2026, implicando uma expansão significativa dos múltiplos.

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Estimativas

Para o Morgan, as estimativas do lado da venda para 2027 parecem inconsistentes com os cortes esperados nas taxas. O consenso prevê uma flexibilização de 500 pontos-base até 2027 (de 15% para 10%), mas nenhuma mudança na taxa de aceitação da XP, apesar da provável migração de ativos para ações com a queda das taxas de juros.

O consenso prevê uma taxa de aceitação de 90 pontos-base em 2027, estável em relação ao primeiro semestre de 2025, enquanto o banco projeta 97 pontos-base. Como resultado, a estimativa de lucro líquido para 2027 está 8% acima do consenso.

5 pilares estratégicos

Após conversa com o CFO da XP, Victor Mansur, o Morgan destacou cinco pilares estratégicos:

  1. Foco em rentabilidade: A XP está priorizando margens em vez de volume no varejo de baixa renda, reduzindo exposição a clientes com menos de R$ 300 mil e apostando em automação e IA para tornar o segmento lucrativo e escalável no futuro.
  2. Manutenção da base: O público com mais de R$ 300 mil segue como motor de lucros, impulsionado pela consolidação de ativos na plataforma e maior eficiência dos consultores. O Morgan sugere que investidores foquem na expansão de margens e ganhos de participação, não na fraqueza momentânea dos fluxos líquidos.
  3. Private Banking em ascensão: Ainda em estágio inicial, o segmento tem alto potencial e deve atingir o ponto de equilíbrio até 2026-27, apoiado na integração com as áreas de corretagem e banco de investimento.
  4. Rede IFA (rede de assessores de investimentos autônomos) mais eficiente: Após investimentos pesados entre 2020 e 2023, a produtividade cresce e as margens devem convergir para a média da companhia até 2028, sustentando margens de longo prazo entre 35% e 40%.
  5. Tecnologia como diferencial competitivo: A digitalização e o uso de IA têm elevado a produtividade em 15% ao ano e ampliado a oferta de produtos (ETFs, crédito estruturado, fundos cripto), reforçando a vantagem de custo e a expansão sustentável de margens.