Moody’s avalia que TLP terá efeito negativo na rentabilidade do BNDES

A agência diz que a implementação da TLP, em 2018, levará a uma redução na participação de mercado do banco "à medida que sua originação de empréstimos diminui de forma gradual"

Estadão Conteúdo

Sede do BNDES, no Centro do Rio de Janeiro

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A Taxa de Longo Prazo (TLP), nova taxa de juros para empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), terá um efeito negativo na rentabilidade do banco, de acordo com a agência de classificação de risco Moody’s.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 12, a agência comenta que a implementação da TLP, em 2018, levará a uma redução na participação de mercado do banco “à medida que sua originação de empréstimos diminui de forma gradual”. A Moody’s diz ver um impacto imediato limitado para companhias de infraestrutura, “mas os custos de financiamento delas irão se elevar no futuro”.

Embora a Moody’s espere que o BNDES mantenha uma posição dominante no mercado para financiamento de longo prazo e de infraestrutura, “a sua capacidade de competir em financiamentos com prazos entre dois e três anos diminuirá”. No comunicado, a agência afirma que a ampla liquidez do BNDES poderia reduzir a dívida pública do governo e cita negociações em andamento “para que o banco use alguns dos ativos líquidos que acumulou devido à fraca demanda por crédito para pagar empréstimos com o Tesouro Nacional”.

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Para a Moody’s, os projetos de infraestrutura e as empresas não financeiras, que são os principais tomadores de empréstimos do BNDES, “provavelmente irão buscar outras alternativas de captação com bancos comerciais e no mercado de capitais”. De acordo com a agência, a queda das taxas de juros e das necessidades de investimento devem contrabalancear o impacto do aumento do custo dos empréstimos do BNDES para essas empresas.

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