Momento para realizar investimentos na África é agora, diz estudo

Continente terá, contudo, que provar que é um local seguro para se investir

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SÃO PAULO – A África tem começado a se destacar como um destino interessante para investimentos, conforme aponta a consultoria Ernst & Young, em um estudo sobre o perfil de risco de 17 países do continente, divulgado nesta segunda-feira (10).

“A África ganha cada vez mais notoriedade como destino de negócios, mas, em muitos setores, ainda há uma janela de oportunidades aberta. Porém, a concorrência está se intensificando e fazendo com que a janela se feche”, diz Michael Lalor, sócio da Ernst & Young.

De acordo com a publicação, o volume de IED (Investimento Estrangeiro Direto) para a região tem aumentado de forma expressiva na última década, e a tendência é que continue a crescer. O continente, contudo, tem pela frente o desafio de consolidar sua imagem como um local seguro e menos arriscado para os investidores.

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“O tamanho do continente pode ser assustador para muitos investidores, bem como as diferentes regras, regulamentos, as partes interessadas e as dinâmicas de mercado que existem entre os 54 países”, diz Ajen Sita, também sócio da assessoria de investimentos.

Infraestrutura precária
Apesar do momento propício, a consultoria realça que não há como ignorar os problemas estruturais do continente. “A África continua a ser um ambiente complexo para fazer negócios. Além da questão da escala, o subdesenvolvimento também impõe que soluções precisam ser encontradas nas áreas de infraestrutura, logística, comunicações, transportes e energia.”, diz o estudo.

Para Lalor, contudo, agora é o momento de realizar investimentos com foco no longo prazo na região. “Agora é a hora para investir em mercados consolidados, identificar parceiros, desenvolver oportunidades, configurar a indústria e construir marcas, e estabelecer credibilidade local.”

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Perfil de risco
A África do Sul é o principal destaque positivo do estudo sobre o continente. A escolha se deve à classificação de risco menor e, também, ao tamanho da economia e aos investimentos em curso que estão sendo feitos em ativos de capital fixo.

Gana também está em evidência no relatório, por conta da alta taxa de crescimento econômico  -impulsionada pela produção recente de petróleo -, e pela estabilidade política e um ambiente que, geralmente, é propício para fazer negócios.

Países do norte, como Tunísia e Marrocos, apesar de abalados por motivos políticos, também são considerados como locais atraentes para investimentos. A Zâmbia também tem se destacado, enquanto a região do Oriente Africano (incluindo os países da Comunidade do Leste Africano do Quênia, Uganda e Tanzânia, e os países que fazem fronteira da Etiópia e Moçambique) estão caminhando para a mesma direção.

Investimentos com maior qualidade
A integração regional é o ponto-chave para elevar o montante de investimentos. Segundo o estudo, contudo, isso só poderá acontecer caso haja melhoras na infraestrutura, tanto para conectar os mercados, quanto para apoiar o desenvolvimento da indústria e de outros setores. O relatório acrescenta que uma colaboração mais estreita e produtiva entre as empresas e o governo também ajudará a incentivar ainda mais o IED no continente.

De acordo com Lalor, apesar dos avanços realizados ao longo da década passada, efetivamente, há questões e desafios que devem ser abordados, não só para aumentar a atratividade do investimento global no continente, mas também para garantir que os países africanos possam usufruir ao máximo desse montante.

“A África ganha cada vez mais notoriedade como destino de negócios, mas, em muitos setores, ainda há uma janela de oportunidades aberta. Porém, a concorrência está se intensificando e fazendo com que a janela se feche”, diz Lalor.