MMX é a maior alta do mês e Petrobras cai 6,4% na semana; veja destaques

Brasil Foods e Marfrig também se destacaram ao ocupar posto de maior queda do dia e do mês, respectivamente

Felipe Moreno

(Petrobras)

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SÃO PAULO – O último pregão do ano foi positivo na BM&FBovespa, com o Ibovespa registrando ganhos de 0,89% e fechando 2012 com alta de 7,40%, aos 60.952 pontos. A Brasil Foods (BRFS3) liderou as perdas da sessão com queda de 1,19%, para R$ 42,19, enquanto as ações da Vanguarda Agro (VAGR3) lideraram os ganhos do dia com alta de 5,13%, aos R$ 0,41. 

Chamou a atenção, porém, a MMX Mineração (MMXM3), que ocupou o posto de melhor ação do Ibovespa em dezembro ao subir 26,77% no período, influenciada tanto pelo cenário mais positivo referente ao preço do minério de ferro, quanto pelo aporte de capital de R$ 1,36 bilhão anunciado no início do mês – garantido pelo acionista controlador Eike Batista. 

A outra ponta do índice no mês ficou com o Marfrig (MRFG3), com perdas de 26,90% em dezembro, aos R$ 8,48. O frigorífico iniciou o mês pressionado tanto com a prestação de contas do BNDES (Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social) no congresso quanto a precificação das suas novas ações – o que fez os papéis despencarem nos primeiras sessões do último mês do ano. 

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Mais adiante, a empresa encontrou dificuldades com os embargos de Rússia, China, África do Sul e Egito, adicionaram pressão negativa aos papéis da empresa e suas rivais. Esses casos ocorreram após ser descoberto um suposto caso de Mal da Vaca Louca no País. 

Eletropaulo é segunda maior alta do mês
As ações da Eletropaulo (ELPL4) chegaram perto de liderar as altas do mês, acumulando valorização de 26,67%, após um rali iniciado no dia 17, fechando aos R$ 16,80. Por trás desse forte movimento, a possibilidade de que o mercado está invertendo a mão: os investidores, que predominantemente estavam vendidos na ação, agora estão no lado comprador.

Os números de ações alugadas aumentou nos últimos 90 dias: passou de 13 milhões por volta do dia 15 de agosto para cerca de 22 milhões no dia 20 de dezembro – aumento de 70%. Em outras palavras, 22 milhões de papéis ELPL4 estavam em posse de investidores que apostavam na queda do papel – geralmente, quem toma um papel alugado o faz para vendê-lo ao preço atual e recomprá-lo futuramente a um valor menor, lucrando com essa diferença. Alcançando seu topo máximo, o número de ações ELPL4 alugadas voltou a cair na proximidade da empresa pagar dividendos – e com isso, o preço dos ativos voltou a subir.

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O rali ocorre na tradicional falta de liquidez das ações na BM&FBovespa no final de ano, por conta do hiato de três pregões entre o Natal e o Reveillon. Na perspectiva de fechar suas posições alugadas, os investidores precisam exercer pressão compradora para fechar suas posições. “O mercado está recomprando esse papel, ele caiu bastante, essa é a hora que os investidores vendidos escolhem para realizar seus lucros”, alerta Henri Evrard, analista da Infinity Asset.

Petrobras perto de liderar perdas na semana
Apesar dessa alta, o Ibovespa teve um desempenho semanal praticamente estável – queda de 0,09%. Pesou no benchmark a forte queda dos ativos da Petrobras (PETR3PETR4) na semana, uma das principais empresas do índice. No período, os papéis ordinários recuaram 6,37%, fechando aos R$ 19,55 enquanto as ações preferenciais tiveram queda de 5,65%, para R$ 19,52.

“É um movimento acentuado, seguindo o índice, mostrando o desapontamento com o ano que a companhia teve”, acredita João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos. Ele destaca que nada específico causa esse movimento – mas que notícias da imprensa ajudam a pesar o movimento. Um estudo da consultoria Gas Energy apontou que a petrolífera acumula perdas com acionamento de usinas térmicas, conforme notícia publicada no Valor Econômico.

A operação plena das termelétricas para garantir a segurança do abastecimento do sistema brasileiro, enquanto os reservatórios hidrelétricos estão em níveis críticos, está gerando um prejuízo da ordem de R$ 240 milhões por mês à Petrobras, com base no volume e no preço de gás natural liquefeito importado pela estatal para complementar a oferta do insumo para as usinas brasileiras.

Rossi: pior ação da semana
A Petrobras só foi superada pela Rossi Residencial (RSID3), que caiu 6,38% na semana, fechando a R$ 4,55. Para Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos, esse movimento foi amparado pela dinâmica atual do mercado, que começa a ficar nervoso com o desenrolar da crise fiscal norte-americana, levando os investidores a tomarem menos risco. Essa postura acaba afetando diretamente o desempenho das ações das imobiliárias, historicamente conhecidas por seu perfil volátil na bolsa.

Além disso, as duas empresas mais afetadas estavam entre as maiores altas do índice no mês, o que sinaliza um possível movimento de realização de lucros, aponta Müller.  Mesmo com a queda momentânea, a Rossi sobe mais de 13,5% em dezembro, enquanto a alta da PDG é de quase 11%.

Müller também lembra que a Rossi sofreu um rebaixamento de recomendação recentemente por parte da equipe de análise do Morgan Stanley. Esse tipo de recomendação é bastante ouvido por parte dos investidores, sobretudo os estrangeiros, bastante importantes para o andamento da bolsa nacional, o que costuma trazer pressão negativa para os papéis da empresa revisada.

Um último fator é citado pelo analista. Há a expectativa de que as empresas do setor imobiliário continuem com o pé no freio no início de 2013. “Saiu recentemente uma notícia na imprensa citando nominalmente a Rossi como uma das empresas que deverão apresentar menos lançamentos no ano que vem”, finaliza o analista.

JBS: recuperação após “efeito salmonela”
Durante o intraday, o JBS (JBSS3) chegou a registrar queda de 2,32%, aos R$ 5,90, mas fechou com recuo de 0,66%, aos R$ 6,00. Esse movimento ocorreu depois que autoridades russas afirmaram ter encontrado salmonela, bactéria que pode causar infecção intestinal, em um lote de carne bovina congelada da empresa, de acordo com matéria publicada pela Folha de S. Paulo. O serviço russo realizou a análise em novembro e disse que irá notificar a empresa.

O jornal entrou em contato com a empresa, que disse não ter sido oficialmente notificada ou procurada para prestar esclarecimentos. A Rússia ainda afirmou que empresas de outros países também serão consultadas sobre a possível presença de bactérias em suas cargas.

B2W repica
Enquanto isso, os papéis da B2W Varejo (BTOW3) subiram 3,66%, aos R$ 17,00. Eduardo Machado, analista da Amaril Franklin, acredita que o papel está repicando após uma breve correção. “O papel saiu praticamente dos R$ 9,00 para buscar os R$ 20,00 e depois corrigiu”, destaca o analista.

Ele destaca que esse é o movimento comum de ações que apresentam altas muito fortes em poucos meses: em algum momento, os investidores realizam seus lucros e aplicam pressão vendedora, prejudicando-o por algumas sessões. “Mas tirando a queda recente, não vejo nada que possa influenciar”, destaca o analista.