MMX despenca 7%, OGX vira para queda e Helbor bate máxima histórica; veja destaques

Cemig sobe 1,3% e corrige perdas de 14% da véspera; T4F segue em bom momento e já acumula alta de 20% nos últimos 45 dias

Rodrigo Tolotti

Igarape, 04 de novembro de 2011Imagens das minas de minerio de ferro Tico Tico e Ipe, da empresa MMX, no complexo Serra Azul.Foto: Bruno Magalhaes / Nitro

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SÃO PAULO – Com mais um dia predominantemente negativo para os mercados, o Ibovespa alcançou com mais um dia de queda – a 7ª nas últimas 8 sessões – o patamar de 55.576 pontos, seu menor fechamento desde 16 de novembro. Assim como na véspera, o pregão desta quinta-feira (21) teve destaque negativo mais uma vez para as empresas do Grupo EBX, de Eike Batista e para ações de terceira linha. No lado positivo, o destaque aparece com a Helbor, que fechou na sua máxima histórica.

Do lado negativo, as ações da MMX Mineração (MMXM3) lideraram as perdas do Ibovespa ao cair 7,02%, cotadas a R$ 2,65 – menor patamar desde 23 de março de 2009. Analistas de mercado acreditam que essa derrocada dos ativos da MMX ocorre por conta de uma antecipação equivocada do mercado em função de expectativa do balanço de resultados da mineradora no quarto trimestre, que foi divulgado no início dessa semana. A projeção positiva levou os investidores a liquidarem suas posições alugadas em MMX – que caiu de 51 milhões na última sexta-feira (15) para 42 milhões na véspera.

Entretanto, a mineradora do Grupo EBX mostrou um prejuízo de R$ 792,4 milhões em 2012 – 40 vezes maior do que as perdas de R$ 19,2 milhões registradas em 2011. Como o resultado ficou bem aquém do esperado, a pressão vendedora deve voltar com força nas ações nos próximos dias, aponta o operador Luís Morato, da TOV Corretora.

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OGX: após subir 4,6%, ação fecha em queda de 6%
Também do Grupo EBX, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) fecharam com queda de 4,58%, aos R$ 2,50, após chegarem a ter ganhos de 6,11% no intraday. Apesar da força vendedora, que leva os papéis para queda de 13,02% no mês, as ações da companhia registraram 6 altas em 7 pregões, e acumularam nesse período ganhos de 16,46%, sugerindo que o papel pudesse sofrer uma correção negativa.

Durante a tarde, a alta dos ativos foi sustentada com a notificação de descoberta de gás natural feita pela companhia à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no bloco PN-T-49, na Bacia terrestre do Parnaíba, no Maranhão. A descoberta ocorreu no poço 4OGX108BMA. 

“No primeiro momento, esta notícia é um catalisador positivo para os papéis da companhia”, ressalta o analista-chefe da Geral Investimentos, Carlos Müller, uma vez que a OGX amargava uma sequência de fortes perdas até a sessão do último dia 18. Para ele, o mercado está exagerando qualquer notícia, boa ou ruim, sobre a OGX. 

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Cemig corrige pequena parte da queda de 14% na véspera
As ações da Cemig (CMIG4) fecharam o dia com ganhos de 1,35%, cotadas a R$ 22,50, em um fraco movimento de correção após forte queda na véspera. Na quarta-feira, os ativos tiveram desvalorização de 13,95%, quando a revisão “surpresa” da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu em R$ 5,11 bilhões a base de remuneração líquida da Cemig Distribuição para fins do 3° ciclo de revisão tarifária – valor bem inferior aos R$ 6,7 bilhões previstos.

Outra empresa que tem forte exposição à revisão é a Light (LIGT3), que registrou queda de 6,20% na véspera. O papel, ao contrário da Cemig, seguiu o movimento negativo nesta sessão, e atingiu perdas de 1,31%, a R$ 18,80. No pregão da última quarta-feira, as 23 empresas do setor de energia elétrica listadas na BM&FBovespa perderam R$ 7,15 bilhões de valor de mercado, segundo cálculos da Economática.

Helbor bate máxima histórica
Na contramão do movimento negativo do mercado, a Helbor (HBOR3) seguiu seu rali de alta, impulsionado pelo resultado apresentado antes do pregão de quarta-feira, levando os papéis da construtora ao seu maior fechamento da história. Com alta de 2,13%, os ativos HBOR3 fecharam a R$ 12,95, superando a máxima de fechamento atual, de R$ 12,75 – alcançada no último dia 13 de dezembro.

“Apesar da redução significativa na velocidade das vendas (VSO), em função da redução da demanda e das dificuldades para a obtenção de aprovações para as obras (…), a Helbor conseguiu apresentar bons resultados”, resume Karina Freitas, analista da Concórdia Corretora, em relatório.

A analista ainda lembra que a distribuição de dividendos da empresa aumentará para 45% do lucro líquido neste ano e para 50% no próximo. Isso faz parte de uma política adotada desde 2009, na qual ela se propõe a elevar a distribuição em 5 pontos percentuais todo ano. “Dessa forma, vislumbramos que a empresa seja uma boa oportunidade no setor de construção para investidores de médio e longo prazo”, conclui.

T4F tenta apagar 2012 e já sobe 20% em 30 dias
Após um ano complicado, com resultados ruins e shows dando prejuízos, a Time For Fun (SHOW3) começa 2013 trazendo um fio de esperança aos seus acionistas. Nesta sessão, as ações da companhia fecharam com alta de 1,92%, valendo R$ 8,51. Com isso, os papéis acumulam valorização de 8,55% no ano. De 7 de fevereiro pra cá, a alta é ainda mais significativa: 20,6% em 2013.

Para a Rio Bravo Investimentos, após um ano complicado, a T4F pode ter bons números este ano. “Para 2013, já imaginamos situação melhor, com o espetáculo Rei Leão gerando grandes resultados para a área de Teatro, Cirque du Soleil contribuindo com o espetáculo Corteo e shows outdoor sem prejuízos”, conclui a carta aos cotistas da corretora.

Biomm e Laep caem forte após altas na véspera
Após uma sessão de fortes ganhos na véspera, as ações da Biomm (BIOM4) caíram 7,13%, a R$ 7,43, neste pregão. Vale ressaltar que foram apenas 7 negócios, que movimentaram R$ 59,2 mil, abaixo da média dos últimos 21 dias que é de R$ 88,3 mil.

O movimento ocorre após a Biomm desistir de realizar o desdobramento de suas ações, na proporção de três papéis para um, atendendo ao pedido da BM&FBovespa. A bolsa teme que a medida contribuísse para aumentar o número de especuladores, já que as ações ficariam extremamente baratas.

Enquanto isso, a Laep (MILK11) voltou a sofrer após novas polêmicas com a empresa. Na véspera ocorreu a desistência da polêmica fusão da companhia com a Prosperity – que fizeram os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da companhia dispararem na última sessão -, porém, a divulgação de informações sobre a petição inicial feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pelo MPF (Ministério Público Federal), a qual o Valor Econômico teve acesso, revelam que o “cerco” para a companhia está se fechando cada vez mais.

“Este é sem dúvida o caso mais aviltante que já ocorreu na história do mercado de capitais brasileiro e quiçá mundial. Uma absoluta afronta e um total desrespeito não só com os investidores, mas com todos os poderes constituídos no país”, afirmaram a CVM e o MPF na petição, que resultou no bloqueio dos bens da Laep e de seu acionista controlador, Marcus Elias. Com isso, os ativos da Laep caíram 13,11% nesta sessão, e fecharam a R$ 0,53.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.