Minoritários querem mais espaço nas empresas, mas mercado está preparado?

Para gestores da Tarpon e Leblon Equties, empresas têm dado cada vez mais espaço para investidores ativistas e citam Lojas Renner

Paula Barra

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SÃO PAULO – Cada vez mais os investidores brasileiros têm se posicionado em busca de maior relevância nas assembleias das empresas de capital aberto. Esse comportamento trouxe à tona um questionamento: o mercado está pronto para o investidor ativista? Em evento realizado pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) nesta terça-feira (15), Pedro Rudge, sócio fundador da gestora de recursos Leblon Equities, disse que o Brasil está caminhando para abrir um espaço maior esses investidores.

“Temos visto um crescente aprimoramento na participação dos investidores nas reuniões. Tiveram casos emblemáticos como da Gafisa (GFSA3) e HRT (HRTP3), em que os investidores tentaram antecipar-se para decidir nomes, sendo mais unânimes nas votações”, comentou. 

Para o fundador da Tarpon, José Carlos Magalhães, que também estava presente no evento, o importante agora é distinguir esses comportamentos. “Primeiramente, tivemos o ativismo no sentido de proteger o minoritário. Depois vimos o engajamento no sentido de melhorar a gestão das empresa. E agora devemos dar início ao “ativismo 3.0″, ou seja, aquele em que o investidor não está preocupado apenas no impacto, mas que tem consciência e compromisso do que vai emergir com seu movimento”, comentou.

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Entretanto, o Brasil ainda precisa trabalhar na construção desse espaço, onde possa promover a conscientização dos acionistas, mas a regulamentação do mercado brasileiro está à frente de outros países. “A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tem se posicionado a favor dos acionistas”, afirmou. 

Segundo Rudge, as próprias empresas tem estimulado suas bases a participar cada vez mais das assembleias. “A Lojas Renner (LREN3), por exemplo, tem um comportamento exemplar e pulverizado. Eles tem dado toda a transparência e incentivo necessários para que os acionistar participem”, disse. Magalhães também cita a empresa como exemplo de governança corporativa com foco em ampliar a base de acionistas.

O que fazer para o investidor pensar no longo prazo?
Um dos problemas das empresas nos últimos anos têm sido com os investidores de curto prazo. “Esse tipo de acionista tem pressionado o desempenho de algumas ações”, disse Rudge. 

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Magalhães dá como exemplo o mercado da França: “Lá, quanto mais tempo você fica com um papel, mais peso você ganha nas votações das assembleias das empresas. Isso poderia incentivar o longo prazo”.