Minerva dispara 9% com notícia sobre OPA; estatais e bancos caem com tensão eleitoral

Mercado reage negativamente ao resultado da última pesquisa Ibope, com Lula reforçando sua liderança, enquanto Geraldo Alckmin perde espaço

Lara Rizério

Bandeja de carne vermelha (Shutterstock)

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SÃO PAULO – A despeito do cenário positivo no exterior, o Ibovespa registra uma sessão de perdas com bancos – como o Bradesco (BBDC3;BBDC4), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) – e estatais de olho no cenário eleitoral incerto. Os investidores reagem negativamente ao resultado da última pesquisa Ibope, com Lula reforçando sua liderança, o que gera preocupações sobre a potencial transferência de votos para Fernando Haddad, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB) perde espaço nas intenções de votos.

Enquanto isso, com o dólar em alta, a Suzano (SUZB3) e a Fibria (FIBR3) mais uma vez têm ganhos. Fora do Ibovespa, o destaque fica para a Minerva (BEEF3), que saltou até 12% após notícia do Estadão sobre OPA.

Confira os destaques do pregão desta terça-feira (21):

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Petrobras (PETR3; PETR4)

As ações da Petrobras registram uma sessão de leve baixa, a despeito da alta de mais de 1% do petróleo. Os papéis ficam de olho no cenário eleitoral incerto no Brasil com as últimas pesquisas mostrando maior força do candidato do PT (através do capital eleitoral de Lula) e de Jair Bolsonaro (PSL), enquanto o candidato visto como o mais favorável ao mercado, Geraldo Alckmin, ainda “patina” nos levantamentos. 

Já no radar da companhia, a explosão na madrugada de segunda-feira (20) na Refinaria de Paulínia (Replan) não deve fazer a Petrobras acionar sua apólice de seguros para cobrir eventuais prejuízos, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Isso porque o impacto financeiro mensurado até o momento deve ficar dentro da franquia da apólice, de até US$ 180 milhões.

Minerva (BEEF3)

As ações da Minerva têm disparada em meio à notícia de que o Salic, fundo soberano da Arábia Saudita, estrutura uma operação de oferta de aquisição (OPA) das ações da Minerva, que pode envolver cerca de R$ 1 bilhão, para ficar com o controle da companhia e fechar seu capital, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. O fundo tem hoje participação de 21,4%, adquirida em 2015. Os primeiros cálculos estão sendo feitos com um valor de R$ 9 por ação, ágio de R$ 3 em relação ao atual valor de negociação em bolsa, em torno de R$ 6. 

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Segundo os analistas do Itaú BBA, a notícia é uma surpresa positiva e uma simulação feita por eles aponta que o valor do patrimônio dos acionistas minoritários aumentaria em pelo menos 16% se o negócio for confirmado.

Vale (VALE3)

Em um dia de estabilidade para o minério de ferro, as ações da Vale também operam entre leves perdas e ganhos. No radar da companhia, atenção ainda para a notícia da Bloomberg de que a Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, não deve voltar a operar antes de 2020. 

Segundo o Itaú BBA, esta é uma notícia ligeiramente negativa. “O potencial atraso no reinício das operações da Samarco e no acordo entre a Vale e a BHP para o controle total é um pouco ruim, já que a incerteza em torno da Samarco deve continuar por mais tempo. Enquanto isso, a Vale e a BHP estão queimando caixa para manter as atividades atuais da Samarco”, avaliam. 

Eletrobras (ELET6ELET3)

A diretoria da Eletrobras aprovou edital de leilão para venda de 71 participações societárias em SPE (Sociedades de Propósito Específico), reunidas em 18 lotes, segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O leilão tem o objetivo de reduzir alavancagem financeira da estatal e suas controladas a “patamares usualmente praticados pelo mercado”. O Credit Suisse foi contratado pela Eletrobras como assessor na venda das participações societárias.

Marfrig (MRFG3)

Para a S&P, a Marfrig concluiu com sucesso a aquisição do controle da processadora de carne bovina americana National Beef por cerca de US$ 1 bilhão e a venda de sua processadora de frango norte-americana KeyStone por US$ 2,2 bi, diz S&P em relatório. Com isso, a companhia foi removida da lista de CreditWatch da agência de classificação de risco e elevada  de B+ para BB-, com perspectiva estável. A mudança no rating reflete a expectativa da S&P de que a Marfrig se concentrará na melhoria de seu desempenho operacional
no Brasil, reduzindo as necessidades de capital de giro enquanto integra a National Beef, em uma abordagem conservadora em relação ao crescimento baseado em aquisições. 

CSN (CSNA3)

O pagamento de de R$ 890 milhões em dividendos pela CSN teve como estratégia prover caixa para uma das holdings da família Steinbruch, que precisa honrar parte de um crédito com o Bradesco, informa o jornal o Estado de S. Paulo. O banco atrelou o alongamento de uma dívida detida pela CSN, que está em negociação, à amortização de parcela de outra dívida, detida pela holding da família. Assim, o pagamento de proventos foi a solução encontrada para cumprir com essa condição imposta pela instituição financeira.

Em evento da indústria do aço em São Paulo, Luis Fernando Martinez, diretor executivo da CSN, disse que a empresa ainda não definiu novo reajuste, mas o valor anunciado anteriormente considerou dólar a R$ 3,85. Com o dólar atual, acima de R$ 3,98, o produto brasileiro ganha pelo menos 3% mais competitividade em relação ao importado. Ele ainda contou que a companhia estuda implantar frota própria de caminhões para reduzir o impacto do tabelamento mínimo de frete, que afeta mais o segmento de cimento

Copel (CPLE6)

A Copel não vê riscos de o resultado das eleições para o governo do Paraná em outubro deste ano impactar a política tarifária da companhia, disse à Reuters o diretor financeiro da companhia, Adriano Rudek de Moura. A declaração do executivo vem após o deputado estadual Ratinho Junior (PSD), que lidera as pesquisas de voto para o governo paranaense, ter criticado duramente uma recente alta de cerca de 16% nas tarifas da Copel autorizada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3)

Segundo o Valor Econômico, o acionista minoritário da Fibria, JGP, recorreu à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pedindo o adiamento da assembleia geral extraordinária que vai deliberar sobre a reorganização societária da fusão entre Suzano e Fibria no dia 13 de setembro. “Ao longo do último mês, questionamentos de minoritários perante à CVM trouxeram volatilidade às ações da Suzano, processo que deve ser monitorado de perto”, destaca a XP.

CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3)

O JPMorgan reiterou a recomendação de compra para as ações de CCR e de EcoRodovias em decorrência do valuation descontado. Os analistas do banco acreditam que o tráfego permaneça em tendência positiva e esperam que desequilíbrio financeiro criado pela  suspensão do pagamento de pedágio para eixo suspenso seja resolvido até o fim do ano ou começo de 2019. O preço-alvo estimado para CCR foi cortado de R$ 14 para R$ 13, e para EcoRodovias foi reduzido de R$ 11 para R$ 10.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.