Minerva: a queda de 8,65% da ação BEEF3 após Uruguai barrar operação com a Marfrig

Em documentos separados, tanto a Minerva quanto a Marfrig disseram que as três fábricas no Uruguai estão avaliadas em R$ 675 milhões, um ponto destacado por análise da XP

Equipe InfoMoney

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Em um dia bastante negativo para o Ibovespa, o grande destaque de baixa do índice ficou com as ações da Minerva ( (BEEF3), que fecharam em queda de 8,65% (R$ 6,34) após a autoridade concorrencial uruguaia Coprodec rejeitar um pedido da Minerva para a compra de três unidades de abate da Marfrig (MRFG3) no país.

A Minerva disse que está avaliando os termos da decisão e que deve apresentar recurso “nos próximos dias”. Marfrig ON encerrou o dia com variação negativa de 3,14%.

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Em documentos separados, tanto a Minerva quanto a Marfrig disseram que as três fábricas no Uruguai estão avaliadas em R$ 675 milhões, acrescentando que a decisão do órgão regulador uruguaio não afeta os planos de aquisição de plantas de abate no Brasil, Chile e na Argentina pela Minerva.

Em relatório, a XP ressaltou que, desde que o negócio foi anunciado, entendia que o Uruguai representava cerca de 20% do contrato, semelhante à sua participação em volume, ou R$ 1,5 bilhão. Isso avaliaria todas as plantas em US$ 100 milhões em um acordo sem um múltiplo consensual.

No entanto, ambas as empresas divulgaram que as plantas no Uruguai têm um valor de R$ 675 milhões (US$ 45 milhões/planta), indicando que, apesar de uma margem historicamente maior em um país com mais amplo acesso ao sistema sanitário, e melhor acesso ao mercado do que o Brasil, seu múltiplo implícito parece menor.

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“Sem a aprovação da CPDC, a Minerva ainda aguarda a aprovação do Cade para as plantas no Brasil. Quando aprovado, o valor a ser pago será de R$ 5,375 bilhões (e não R$ 4,5 bilhões como esperado anteriormente), implicando em um desembolso acima do esperado para a parte não uruguaia do negócio”, ressaltam Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, analistas que assinam o relatório da XP.

Ao falar sobre a aquisição total dos ativos da Marfrig, a XP aponta que a estratégia da Minerva foi um movimento ousado que os investidores não apoiaram, e que pode levar mais tempo do que o esperado para dar frutos, o que não é ideal para um negócio cíclico, ainda que pondere os benefícios de um modelo de negócios mais diversificado.

(com Reuters0