Mineradoras e B2W sobem forte e Marfrig lidera perdas; veja mais destaques

Frigoríficos figuram entre as maiores perdas do Ibovespa; OGX e LLX recuam depois da negativa sobre capitalização do BNDESPar

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa mostrou forte volatilidade na parte da manhã, mas conseguir se firmar no campo positivo após a abertura das bolsas norte-americanas e terminou a sessão desta terça-feira (11) em alta de 0,30%, aos 59.424 pontos. Puxando os ganhos do índice estiveram as ações da Rossi (RSID3), com alta de 5,48%, aos R$ 4,62, enquanto a ponta negativa ficou com as ações da Marfrig, com desvalorização de 5,33%, cotadas a R$ 8,17.

Logo atrás das ações da imobiliária, aparecem os papéis da B2W (BTOW3, +5,28%, R$ 17,74), que estenderam pelo terceiro pregão consecutivo os ganhos, em meio a um otimismo gerado em torno da melhora na logística de entrega da empresa. Em três dias, as ações registraram valorização de quase 20%.

O mercado espera que o final de ano apresente números mais robustos para a companhia, o que pode estar contribuindo para essa movimentação dos papéis, disse o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.

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Segundo ele, esse desempenho parece uma continuação do fluxo de notícias positivas, já que não possui nada de novo publicamente.

Mineradoras e siderúrgicas entre as maiores altas
Ainda no campo positivo, as ações de siderurgia e mineração registraram forte alta, em meio a expectativas melhores para os setores no longo prazo, explica o analista da Ágora Corretora, Aloisio Lemos. A projeção do mercado é de que as empresas de mineração apresentem melhores resultados nos próximos trimestres, em meio à recuperação do preço médio de minério de ferro, afirma Lemos. Após um grande período em queda e de forte volatilidade, o minério está cotado a um preço em cerca de R$ 120,00.

Os papéis da MMX (MMXM3) se destacaram na ponta positiva, com ganhos de 4,02%, aos R$ 4,14, seguidas pelas ações da CSN (CSNA3+2,13%, R$ 11,50) e Vale (VALE3; +2,23%, R$ 39,00; VALE5; +2,00%, R$ 38,18). Em seguida, aparecem os papéis preferenciais da Usiminas (USIM5), com ganhos de 1,52%, aos R$ 12,65, enquanto os ordinários USIM3, mostraram movimento contrário e caíram 1,10%, sendo cotados a R$ 13,52.

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Para a MMX, o analista avalia que a ação vem passando por um período de recuperação de perdas, após fortes quedas observadas no ano. No acumulado de 2012, os papéis MMX registravam queda de 38,21% enquanto, somente no mês de dezembro, a alta é de 17,08%, também relacionada à subscrição dos papéis da companhia. Lemos ressalta que os papéis da companhia registram forte volatilidade, além de serem fortemente correlacionadas às notícias do grupo EBX.

Já a CSN, avalia Lemos, é um caso interessante, ainda mais se levar em conta o seu desempenho com os papéis da Usiminas. O analista ressalta que os papéis da companhia apresentaram forte queda no ano, mostrando-se bastante descolada da outra siderúrgica. Entretanto, apenas neste mês, as ações CSNA3 registram alta de 10,39%, enquanto os papéis USIM5 têm alta de apenas 1,36%. “Esta alta mais expressiva da CSN indica um reposicionamento dos investidores em relação ao setor”, avalia o analista.

OGX e LLX despencam depois de negativa do BNDESPar
Por sua vez, do lado negativo da bolsa, as ações da OGX (OGXP3, R$ 4,70, -2,89%) e LLX (LLXL3, R$ 2,31, -1,28%) recuaram forte neste pregão.

As quedas sucedem a notícia de que o o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar) e o Grupo EBX, do empresário Eike Batista, negaram que existam negociações em curso para a capitalização de empresas do conglomerado.

A última edição da revista Veja informou que o BNDESPar está negociando com Eike para a compra de fatias em suas empresas de capital aberto.

Além disso, a OGX companhia de petróleo do bilionário Eike Batista, poderá reduzir sua participação em áreas como a de Tubarão Martelo, na bacia de Campos, disse o diretor financeiro da companhia, Roberto Monteiro, em evento para investidores.

Eletrobras sobe forte
Na sequência dos destaques positivos, ganharam destaque os papéis ordinários da Eletrobras (ELET3), que subiram 5,26%, aos R$ 6,81, após ocupar a ponta negativa na véspera. Um pouco mais distante aparecem as ações preferenciais ELET6, que subiram 2,37%, aos R$ 9,52. Segundo o analista Henri Evrard, da Infinity Asset, o movimento deve refletir uma perspectiva de que a companhia assuma os ativos que não serão renovados pelas outras companhias elétricas.

Ainda no setor, mostraram bom desempenho os papéis da Eletropaulo (ELPL4, R$ 13,85), Copel (CPLE6, R$ 30,75), CPFL (CPFE3, R$ 22,68) e Coelce (COCE5, R$ 42,00), com ganhos de 3,44%, 1,22%, 1,20% e 9,03%, respectivamente. 

Com possível embargo russo às carnes, Marfrig lidera perdas do Ibovespa
Os sinais de que a Rússia, principal destino da carne bovina “in natura” do Brasil, pode seguir o Japão e suspender a importação do produto pressionam as ações de companhias do setor listadas na Bovespa nesta sessão.

Os papéis da Marfrig (MRFG3) lideraram as perdas do índice, com queda de 5,33%, aos R$ 8,17, seguidos pelas ações da Minerva (BEEF3; -4,48%, R$ 10,02) e JBS (JBSS3; -2,74%, R$ 5,67). 

Segundo a imprensa internacional, o porta-voz do órgão russo de fiscalização de saúde animal comentou que o governo do país está analisando o possível embargo, por conta do caso de vaca louca no Brasil.

Na véspera, o embargo do Japão às carnes bovinas do Brasil impactou diretamente as companhias do setor listadas na Bovespa. O Brasil notificou a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal, na sigla em inglês) que uma fêmea bovina que morreu em 2010 no Paraná estava com o causador da BSE (encefalopatia espongiforme bovina, na sigla em inglês), a doença da vaca louca.

Para a equipe de análise da XP Investimentos, a notícia é obviamente ruim para as empresas brasileiras do setor. Dentre as brasileiras, a XP aponta a JBS como a mais exposta, “uma vez que teve no 3T12 aproximadamente 12% de suas receitas advindas diretamente do Japão”.