Mineradora desaba 30% com temor de que dívida irá “evaporar” valor de suas ações

SÃO PAULO – As ações da gigante da mineração Glencore chegaram a desabar 29% na Bolsa de Londres nesta segunda-feira (28), renovando suas mínimas históricas, com investidores vendo dificuldades da companhia em atingir suas metas de redução do endividamento líquido se os preços das commodities permanecerem fracos ou caírem ainda mais. 

Às 09h58 (horário de Brasília), os papéis da companhia caíam 26,03%, sendo cotadas a 71,91 libras. As demais mineradoras concorrentes, embora também operassem em queda, registravam uma desvalorização bem mais amena no mercado internacional: Anglo American e Rio Tinto recuavam 4,81% e 4,40%, respectivamente. 

Analistas internacionais atribuíram a queda da Glencore a uma série de fatores, que incluem indicadores fracos na China, que mostram desaceleração da segunda maior economia do mundo, além de preocupações de que a empresa tenha problemas em executar medidas, no valor de US$ 10 bilhões, de forma adequada e atingir o objetivo de reduzir sua dívida líquida em um terço, para cerca de US$ 20 bilhões até o fim de 2016.

Recentemente, a Glencore levantou US$ 2,5 bilhões com a venda de ativos não estratégicos, mas aluns observadores preveem que esse processo será difícil. 

A Glencore tem a intenção de vender participações em negócios de metais e agrícolas. Nesta segunda-feira, a mineradora anunciou a venda de um projeto de níquel no Brasil para a Horizonte Minerals, por US$ 8 milhões.

Hoje, os investidores seguem cautelosos no mercado asiático após dados mostrarem que os lucros das companhias industriais chinesas tiveram queda mais forte em quatro anos. A queda foi de 8,8% em agosto ante igual mês do ano passado, após recuar em ritmo mais moderado em julho, de 2,9%. O resultado ajuda também a pressionar as ações das demais mineradoras globais. 

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