Mineração de Bitcoin registra queda em meio a apagão de Internet no Cazaquistão

Segundo maior país em mineração de criptomoedas do mundo passa pelos piores protestos em 30 anos

CoinDesk

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A indústria de mineração de Bitcoin (BTC) do Cazaquistão, a segunda maior do mundo, foi severamente interrompida pelo segundo dia por um apagão de Internet em todo o país em meio a protestos generalizados.

“Sem internet, sem mineração”, disse ontem, via Twitter, o co-fundador da empresa de mineração Xive Didar Bekbau. Ao CoinDesk, o pesquisador norueguês Jaran Mellerud confirmou que é quase impossível minerar sem Internet.

Os principais pools (agrupamentos) de mineradores perderam uma média de 10% de seu hashrate em 24 horas a partir das 3h de hoje pelo horário de Brasília, de acordo com dados do site BTC.com. O hashrate mede o poder de computação na rede de mineração de Bitcoin.

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O Cazaquistão perde apenas para os EUA hashrate de mineração de Bitcoin, com cerca de um quinto do total global, de acordo com dados de agosto do Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index.

“Parece que a conexão com a Internet caiu em todo o Cazaquistão”, disse Alan Dordzhiev, chefe da Associação Nacional da Indústria de Blockchain e Data Center do Cazaquistão ao CoinDesk. “Portanto, nenhuma das fazendas [instalações] é capaz de se conectar aos pools de mineração.”

A plataforma BitFuFu da Bitmain disse por volta da meia-noite de hoje que as minas de Bitcoin no Cazaquistão enfrentavam interrupções na conectividade de rede e eletricidade e que estavam tentando se conectar à equipe local.

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O monitor de Internet NetBlocks relatou que a conectividade no Cazaquistão ainda é quase inexistente. As comunicações foram inicialmente perdidas por volta das 9h de ontem. “As métricas indicam uma perda simultânea de conectividade que afeta vários provedores, o que pode indicar o uso de uma chave de desligamento centralizada”, disse o NetBlocks.

A Internet foi restaurada parcialmente durante um breve momento durante o discurso do presidente cazaque algumas horas depois, de acordo com o NetBlocks. Na ocasião, ele pediu à Rússia e seus aliados que ajudassem o país a enfrentar o que ele chamou de “ameaça terrorista”.

Protestos eclodiram na cidade de Zhanaozhen, no sul do país, por causa de um aumento no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), comumente usado para abastecer veículos, que entrou em vigor no fim de semana.

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Já a rede elétrica do Cazaquistão está sob pressão há meses, em parte devido ao aumento da demanda por criptomoedas, mas também por conta de falhas em usinas de carvão e outros problemas relacionados à infraestrutura do país.

Os protestos se espalharam para Almaty, a antiga capital e maior cidade com maior contingente populacional do Cazaquistão, e se transformaram nas maiores manifestações que o país já viu desde que se tornou independente da União Soviética, em 1991, de acordo com a mídia internacional.

Ontem, a população supostamente invadiu o prédio da prefeitura em meio a saques generalizados. Dezenas de manifestantes e 12 policiais foram mortos, informou a Associated Press. Uma força de paz liderada pela Rússia deve intervir para conter os protestos.

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