Michelle vai ter papel fundamental, ajuda a suavizar imagem do meu pai, diz Flávio

"Ela conquistou uma credibilidade, em especial perante o público feminino, que por alguma razão sempre teve uma resistência ao Jair Bolsonaro", disse Flávio

Estadão Conteúdo

Flávio e Michelle Bolsoanro - Reprodução Redes Sociais
Flávio e Michelle Bolsoanro - Reprodução Redes Sociais

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O pré-candidato à Presidência da República e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta quinta-feira, 11, que a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) terá papel fundamental nas eleições de 2026. Em entrevista ao podcast “Irmãos Dias”, o parlamentar destacou que é o filho de Jair Bolsonaro que possui “melhor relação” com a madrasta.

“Ela conquistou uma credibilidade, em especial perante o público feminino, que por alguma razão sempre teve uma resistência ao Jair Bolsonaro”, disse Flávio. “A Michelle que ajuda a dar essa suavizada, essa humanizada na imagem do meu pai, porque é relação de esposa e marido, relação de carinho, de amor, de cumplicidade e de fidelidade.”

O “01” afirmou reconhecer a importância e o peso que Michelle terá no processo político até 2026. Segundo ele, pesquisas indicam que o estilo mais “durão” de Bolsonaro tende a afastar parte do público feminino, embora isso “não corresponda” ao que observa pessoalmente. Disse ver, nas ruas, mulheres de todas as idades demonstrando forte admiração, carinho e até veneração pelo ex-presidente.

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Segundo a Coluna do Estadão, Michelle foi pega de surpresa pelo anúncio da candidatura de Flávio. Além disso, ela recentemente se afastou da Presidência do PL Mulher por motivos médicos.

Tanto Flávio quanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) entraram em rota de colisão com Michelle após a ex-primeira-dama fazer críticas ao deputado federal e dirigente cearense André Fernandes (PL) pela possível aliança com Ciro Gomes (PSDB). A militância bolsonarista saiu em defesa de Michelle, que acabou saindo vitoriosa do embate.

Ainda na entrevista, Flávio chamou de “porcaria” o projeto que tramita no Congresso para reduzir as penas de condenados de 8 de Janeiro e que beneficiará seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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“Vou continuar insistindo para não esperar tanto até chegar o momento de conseguirmos aprovar a anistia. Vamos pegar essa porcaria de dosimetria e vamos continuar lutando pela anistia”, declarou Flávio.

Flávio afirmou que não está se candidatando só para aprovar a anistia e, na mesma entrevista, disse que Jair Bolsonaro deu aval para que a oposição apoie o projeto de dosimetria. Segundo Flávio, o recado foi passado durante uma visita de Flávio a Bolsonaro, que está preso em Brasília.

“Ele falou: ‘Flávio, pode aprovar desse jeito que vou pagar o preço. Encaro isso e resolvo, mas me dói saber que pessoas inocentes estão sendo perseguidas'”, disse.

O senador afirmou ainda que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes desequilibrou a eleição de 2022 em favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O projeto de dosimetria foi aprovado nesta semana pela Câmara e reduz penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A votação ocorreu poucos dias depois de Flávio Bolsonaro afirmar que havia “um preço” para retirar sua candidatura à Presidência em 2026, anunciada na última sexta-feira, 5. O senador disse que essa contrapartida seria uma anistia ampla e a recuperação da elegibilidade do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Antes da votação, Flávio também se reuniu com lideranças do Centrão.

O texto aprovado na Câmara não atende integralmente à demanda, mas vem sendo chamado de “anistia light”. De acordo com o relator na Câmara, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), os efeitos da proposta podem reduzir o tempo de prisão do ex-presidente Bolsonaro para dois anos e quatro meses – bem abaixo dos 27 anos e 3 meses impostos pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes relacionados à trama golpista.

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Agora, no Senado, o relator Esperidião Amin (PP-SC) admite a possibilidade de fazer mudanças ao texto, incluindo trechos que poderiam permitir uma anistia. O relatório deve ser apresentado na próxima semana, e o governo tenta empurrar uma votação para 2026.