Hoje, o ministro das Relações Exteriores do México, Jorge Castañeda, anunciou que a Secretaria Nacional de Defesa comprará 3 aviões da Embraer, que serão utilizados no combate ao narcotráfico. Jorge Castañeda também declarou que não houve licitação para a compra dos aviões, que está avaliada entre US$ 230 milhões e US$ 250 milhões, mas uma concorrência fechada, da qual participaram a Embraer e a empresa sueca Saab. A empresa canadense Bombardier, maior concorrente no mercado de aviões de pequeno e médio portes da Embraer, está em guerra comercial com a empresa brasileira, que foi acusada de receber incentivos ilegais para a fabricação de aviões. Após a acusação, a OMC (Organização Mundial do Comércio) aprovou uma retaliação de US$ 1,4 bilhão do Canadá contra produtos brasileiros.
A decisão de comprar os aviões da Embraer foi, segundo o presidente Vicente Fox, política, para compensar a proibição da carne brasileira no território mexicano. O México, apesar de não importar a carne do Brasil, teve de proibir a entrada do produto no país, seguindo as instruções do Canadá, que é responsável pela certificação sanitária do Nafta. O Canadá acusou o produto brasileiro de estar infectado da doença da vaca louca e, na sexta-feira, anunciou a interrupção da importação de carne enlatada e caldo de carne do Brasil devido à demora das autoridades brasileiras para fornecer maiores informações sobre as condições do gado bovino. Com isso, os Estados Unidos e o México, membros do Nafta, seguiram a mesma trajetória.
Para muitos, a atitude do Canadá está sendo vista como um golpe baixo do governo canadense para prejudicar o Brasil, já que nunca foram registrados casos da doença da vaca louca no rebanho brasileiro. Além disso, funcionários da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura declararam ter enviado um documento, no dia primeiro de fevereiro, anteriormente à decisão do Canadá, aos técnicos canadenses.