Mesmo com pressão externa, Ibovespa deve ter forças para buscar 3ª alta

Sem indicadores relevantes na agenda, mercado deve repercutir principalmente discussões sobre abismo fiscal nos EUA e situação política na Itália

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu caminho ascendente aberto na semana passada e fechou a última segunda-feira (10) com alta expressiva de 1,30%, aos 59.248 pontos, no maior patamar desde o início de novembro. 

Um dos principais impulsos para esse desempenho foi a forte alta das ações das companhias do empresário Eike Batista – OGX Petróleo (OGXP3, +8,76%), LLX Logística (LLXL3, +7,34%) e MMX Mineração (MMXM3, +3,38%). Esse movimento acompanhou os rumores de uma possível venda de parte da empresa para  o BNDESPar, o braço de participações do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

O cenário internacional, por sua vez, preocupou os mercados, em meio às preocupações com o futuro político da Itália e a situação fiscal nos Estados Unidos.

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Ibovespa deve ter forças para buscar mais uma alta
A situação conturbada no ambiente externo ainda deve exercer alguma pressão na bolsa brasileira, mas o analista Hamilton Moreira Alves, do BB Investimentos, estima que o Ibovespa deve ter força para seguir esse caminho ascendente no final do ano. 

“Enquanto o Dow Jones (índice acionário norte-americano) estiver acima dos 13.000 pontos, nós devemos ver uma resposta positiva do Ibovespa. Em função de uma certa estabilidade econômica brasileira e perspectiva favorável para o ano que vem, não vejo motivo para a bolsa terminar 2012 abaixo dos 60.000 pontos”, comentou. 

Segundo ele, a bolsa está muito descontada e final de ano normelmente vemos uma forte força compradora, que deve jogá-la para cima nesses últimos dias de 2012. 

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Os investidores contam nesta sessão com uma agenda de indicadores econômicos enfraquecida, o que deve abrir caminho para mais debates em torno do abismo fiscal nos EUA e a situação política na Itália. 

Por sua vez, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, que anunciou sua renuncia após perder o apoio político de Silvio Berlusconi, tentou na véspera tranquilizar os mercados, ao assegurar que não existe risco de um “vazio” político no país.