Mercosul e Colômbia assinam acordo que libera comércio para 97% dos produtos

"É um acordo muito positivo", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção

Estadão Conteúdo

Publicidade

Mercosul e Colômbia assinaram nesta sexta-feira, 21, um acordo que reduzirá a zero as tarifas de importação de 97% dos itens da pauta comercial a partir de janeiro de 2018. Os principais beneficiados são os setores têxtil, automotivo e siderúrgico. O entendimento foi formalizado hoje em Mendoza, na Argentina, durante a reunião de cúpula do Mercosul.

“A assinatura do novo acordo com a Colômbia é expressão da disposição do Brasil e dos sócios do Mercosul de diversificar parcerias comerciais, ampliar a integração com a região e intensificar a aproximação com os países da Aliança do Pacífico”, diz nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) indicam que o comércio entre Brasil e Colômbia aumentou 27% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2016. No ano passado, as vendas para esse parceiro já haviam registrado alta de 6%, atingindo US$ 2,2 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 908 milhões.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“É um acordo muito positivo”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. O setor espera dobrar as exportações para a Colômbia, que no ano passado comprou US$ 39 milhões. “É muito mais saudável ampliar a corrente de comércio com eles do que abrir espaço para os asiáticos”, avaliou. “É um passo a mais para a integração econômica na região.”

O mercado colombiano tem 40 milhões de consumidores e, em contrapartida, eles terão acesso a um mercado de 200 milhões de consumidores brasileiros. Antes mesmo do acordo, as empresas brasileiras já participavam de eventos importantes de moda e confecção na Colômbia.

A redução tarifária já estava acertada desde 2003, num acordo que envolvia também a Venezuela e o Equador. Porém, no caso dos têxteis, ela ficou congelada desde 2008 por causa de uma discussão sobre regras de origem dos produtos. Dois anos depois, foi fechado um entendimento sobre esse tema, mas a Venezuela se recusou a assinar o protocolo adicional ao acordo.

Continua depois da publicidade

O impasse só foi solucionado agora, sete anos depois, com a assinatura de um novo acordo, idêntico ao original, mas excluindo a Venezuela.

Na visão da Abit, a Colômbia pode ser uma plataforma de exportações de têxteis e confecções brasileiros para os Estados Unidos, com o qual já possui um acordo. Para tanto, é preciso que o Brasil avance nas negociações com os EUA para que os produtos estejam de acordo com as normas adotadas naquele mercado.