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Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, disse que o mercado está precificando muitos cortes nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Segundo ele, isso não irá acontecer porque a economia americana continua crescendo.
“Não vejo nenhum pouso”, disse Fink em entrevista à Bloomberg nesta terça-feira (1), em programação paralela durante a conferência Berlin Global Dialogue 2024. “A quantidade de afrouxamento que está na curva futura é uma loucura. Acredito que há espaço para flexibilizar mais, mas não tanto quanto a curva futura indica.”
Os mercados monetários sugerem um terço de chances de o Fed fazer outro corte de meio ponto percentual em novembro, e precificam um total de cerca de 190 pontos-base de flexibilização até o final do ano que vem. Mas Fink disse que é difícil ver isso se materializando, já que a maioria das políticas governamentais no momento são mais inflacionárias do que deflacionárias.
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O Fed reduziu os custos dos empréstimos em meio ponto percentual em setembro, a primeira redução desde 2020 e um movimento maior do que o normal. Desde então, traders e analistas têm debatido como as autoridades abordarão o tamanho e o ritmo da flexibilização nos próximos meses.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na segunda-feira que o banco central reduzirá as taxas de juros “ao longo do tempo” e enfatizou que a economia geral dos EUA permanece em bases sólidas. Ele também reiterou sua confiança de que a inflação continuará se movendo em direção à meta de 2%.
“Há segmentos da economia que estão lutando. Há segmentos da economia que estão indo muito bem”, disse Fink. “Passamos muito tempo focando nos segmentos que estão indo mal.”
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O CEO da BlackRock também disse que, apesar das avaliações de ativos e de alguns problemas geopolíticos, o mercado não está enfrentando nenhum risco sistêmico real e vê os lucros corporativos continuando a se sair bem.
“Eu diria hoje que, por causa da expansão dos mercados de capital globais, estamos difundindo mais risco do que nunca”, disse ele. “Na verdade, há menos risco sistêmico hoje do que nunca.”
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