Mercado de capitais e as imprescindíveis análises documentais em era de crise

Escrito por Inon Neves – vice-presidente da P3IMAGE + Acces

O sistema que define o mercado de capitais é sem sombra de dúvidas um dos mais burocráticos quando pensamos no processo de fiscalização de documentos. São ações, debêntures, comerciais papers, títulos, contratos futuros e uma série de documentos que, a partir de uma criteriosa análise, define o desfecho da negociação. 

O atual cenário da crise econômica trouxe a incerteza nos negócios. Não suficiente, a presente crise política fortaleceu este grau de indefinições. Contudo, é inevitável a busca da recuperação econômica por parte das empresas, em um momento no qual os recursos financeiros estão cada vez mais instáveis.  E é isso que deve gerar a movimentação no mercado de capitais neste ano de 2016.

A busca por inovação tecnológica, automatização de alta performance, implantação de novos serviços, entre outros, é a esperança para uma significativa mudança de cenário econômico.  Logo, é esperado que meios que possibilitem recursos para novos investimentos sejam acionados com maior intensidade, como tentativa de transformar este triste cenário da economia em um contexto positivo. E honestamente acredito ser uma medida que possa sim fazer a diferença, desde que seja apoiada em uma sólida análise de dados que permitam uma visão panorâmica do negócio, inclusive, se houver, análises de indicadores em crises anteriores.  A medida não só trará dimensão de risco, como mostrará maior probabilidade no índice de acerto em altos investimentos.

A formalização de processos e o correto armazenamento das informações fazem a diferença na hora da captação de recursos, seja qual for a espécie. Ter uma visão panorâmica dos indicadores da companhia, mesmo que não seja uma obrigatoriedade formal, permite às instituições financeiras cautela e discernimento na hora da tomada de decisão. A importância disto não está só na análise de indicadores de terceiros, mas formalizar e armazenar corretamente todos os processos internos incorporando inteligência  na gestão de documentos, para que, na necessidade de uma análise mais estratégica, todo o fluxo possa ser consultado, com certeza renderá em decisões mais assertivas. Inclusive, o PMI, umas das instituições mais respeitadas do Gerenciamento de Projetos está estudando o Plano de Gerenciamento de Documentos como atividade estratégica, que poderá integrar o Plano de Gerenciamento do Projeto, seja qual for o setor.

O sistema financeiro, seja representado pelo mercado monetário, mercado de crédito ou mercado de capitais, deve considerar àinformação como o maior e mais impactante tesouro a ser consultado antes de qualquer tomada de decisão. Os mecanismos para o acesso aos documentos também devem ser considerado, visto que o objetivo é somar, facilitar e trazer assertividade para a tomada da decisão. Logo, os famosos arquivos físicos que ilustram uma gestão retrógrada e traz sérios riscos às informações confidenciais das empresas, devem ser transformados em arquivo digitais conectados a rígidos back ups de segurança para o caso de alguma contingência.     Apesar da praticidade com a consulta virtual, é extremamente importante que os relatórios originais sejam armazenados em galpões apropriados para a guarda documental e, se necessário, sejam prontamente localizados, caso haja a necessidade de consulta por um órgão regulamentador.

Sei que estamos em uma era dinâmica marcada por excesso de processos e, muitas vezes, buscar com afinco informações antigas e fazer análises detalhadas torna-se inviável. Porém, os mais triunfais projetos tiveram como base processos anteriores documentados, registrando significativas oportunidades e experiências desastrosas, que futuramente foram consideradas, reverberando em lucrativas negociações.