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As ações do Méliuz (CASH3) correm o risco de virar penny stocks – ações com preço médio abaixo de R$ 1,00 por 30 pregões consecutivos – em breve. A avaliação foi feita por Fernando Ferreira, Thales Carmo, Julia Aquino, Rebecca Nossig e Jennie Li, todos da equipe de análise da XP.
Em relatório enviado a clientes, a casa destacou que, por enquanto, o valor médio do papel estava em R$ 1,08 no período. Isso levando em conta o fechamento da última quinta-feira (16). Na prática, isso coloca a ação em risco de ser excluída de todos os índices da B3. O próximo rebalanceamento dos índices da B3 será no dia 2 de maio de 2023 e, antes disso, a primeira prévia das será publicada no dia 3 de abril.
Na sexta-feira (17), as ações fecharam cotadas a R$ 0,92. Apenas em 2023, os papéis recuam 22%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a queda chega a 67%. A companhia ficou nacionalmente conhecida por oferecer cashback em compras online.
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O baixo valor de uma ação costuma ser reflexo do momento atual mais conturbado de uma empresa. Geralmente, as penny stocks pertencem a empresas com pouco ou nenhum valor de capitalização. Também há casos de companhias que já faliram ou que estão em processo de falência.
Ações do tipo apresentam alguns riscos como o de ter baixa liquidez, alta volatilidade e possibilidade de grandes perdas.
De acordo com regra da B3 de 2015, quando um ativo atinge um valor menor que R$ 1 por 30 pregões consecutivos, a instituição envia uma notificação para que a empresa apresente um plano de ação para reverter a situação em no máximo 15 dias.
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Após esse período, o mercado precisa ser informado sobre o plano de ação apresentado e os valores dos ativos.
Em muitos casos, as empresas optam pelo agrupamento das ações, o que permite reduzir o número de ativos disponíveis no mercado, aumentando o valor do mesmo.
Quem é o Méliuz
As ações do Meliuz foram listadas na B3 em novembro de 2020, em um período que registrou a chegada de diversas startups ao mercado de capitais. Na época, a empresa conseguiu levantar R$ 367 milhões na abertura de capital, com cada papel sendo negociado a R$ 10.
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De lá para cá, em dezembro de 2022, a companhia assinou um acordo com o Banco Votorantim (BV) em que os fundadores (Israel Salmen, André Ribeiro e Lucas Figueiredo) venderam uma fatia de 3,85% da empresa a R$ 1,50 por ação, na época.
No meio de janeiro, a Méliuz engrossou a lista de empresas que realizaram demissões em massa. Na ocasião, a companhia cortou 59 funcionários, o que representava cerca 6% do quadro de funcionários.
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Segundo a companhia, a demissão foi fruto de uma reestruturação interna que tinha objetivo de aumentar a eficiência operacional e se adaptar ao cenário macroeconômico.
“Apesar do Méliuz estar em uma posição confortável por possuir um caixa robusto, foi necessário ajustar os planos, assim como muitas empresas de tecnologia fizeram, para nos adaptarmos ao cenário macroeconômico desafiador e incerto que se instaurou após a pandemia”, disse a companhia em documento divulgado à época.