Melhorando o boletim? Analistas divergem sobre resultados de educacionais no 1T24

XP e BBA apostam em dados fortes para setor enquanto BBI não apresenta tanto otimismo para educacionais

Camille Bocanegra

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Os balanços de companhias do setor educacional devem tirar boas notas no primeiro trimestre de 2024, de acordo com alguns analistas. O setor, como um todo, deve apresentar crescimento da base de alunos, racionalidade nos tickets e maturação das faculdade de medicina, de acordo com a XP. Para outros, a má fase ainda perdurará para as companhias educacionais.

A Cogna (COGN3) deve se apresentar como destaque, na análise do Research da XP. A corretora ressalta que as companhias devem apresentar despesas financeiras líquidas ainda elevadas, que poderão impactar os resultados operacionais. Os lucros principais devem vir das faculdades de medicina, que vivem momento de maturação de vagas e aumento dos tickets. Em linhas gerais, o ciclo de captação (em todas as divisões) é considerado “sólido”, mesmo comparado com os fortes dados de 2023.

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Tradicionalmente, os primeiros trimestres são vistos como mais relevantes para empresas de educação, uma vez que concentram a maioria das matrículas do ano.

Além disso, a XP considera positiva a racionalidade em relação aos preços, entendendo as companhias como disciplinadas e a concorrência mais branda. A projeção é que a dinâmica garanta aumento de rentabilidade. Esse cenário deve facilitar a queda da alavancagem (ainda muito presente nas companhias do setor sob cobertura da XP, como Cogna, Yduqs [YDUQ3] e Ser Educacional [SEER3]).

BBI projeta números mais fracos para setor

O Bradesco BBI tem posição diferente e espera resultados relativamente fracos para as companhias de educação sob sua cobertura, com exceção da Afya. Ainda que considere que as captações devem ser positivas, a análise antecipa que os valores médios devem permanecer estáveis tanto para cursos presenciais quanto à distância. Ânima (ANIM3) poderá ter queda de 5% nos alunos de cursos presenciais e Yduqs deve recuar no segmento de longa distância em 2%.

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Ainda assim, a visão é positiva para o setor com base no valuation das companhias e a potencial melhoria na geração de caixa. O BBI também tem expectativa de alta nos papéis de educacionais pela consolidação do setor.

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Na análise, o banco alterou sua preferência para Yduqs (de Ânima anteriormente), considerando que o valuation deve ficar mais atrativo (com 6% de prêmio em relação à concorrente para 2025) e menor alavancagem em meio a condições macroeconômicas mais incertas. O principal gatilho para o nome deve ser o anúncio do guidance para lucro líquido ajustado do 2T24, que deve ser anunciado junto com o balanço do 1T24.

BBA prevê avanços na captação

O Itaú BBA considera que a Ânima deve apresentar crescimento de 4% na comparação anual na captação tanto no segmento Core quanto na frente Digital, mesmo que o ambiente competitivo limite ajustes de preços. Já para Cogna, o destaque deve ser a Kroton, que deve trazer um trimestre positivo impulsionado por um bom ciclo de captação, com um crescimento de volume esperado de 10%. Dentre as divisões da companhia, a Saber deve ter um aumento de receita líquida de um dígito após recompra significativa no programa PNLD. A projeção é de uma receita líquida consolidada de R$ 1,5 m bilhões para a Cogna, representando um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. O BBA tem expectativa ainda que os custos mais elevados de marketing na Kroton impactem a lucratividade consolidada, com uma margem de EBITDA ajustada prevista de 32,7% no 1T24, uma queda de 1,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

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A Yduqs deve apresentar um esperado crescimento de captação anual de 15% para o segmento presencial, estando na extremidade inferior da faixa de orientação. O BBA estima que a vertical Digital mantenha um volume de captação estável, alinhado com a orientação da empresa para o trimestre.

O segmento Premium deve apresentar novamente resultados operacionais sólidos, impulsionado por uma boa captação no Ibmec e pela maturação das vagas de graduação em medicina recentemente abertas, aponta o banco. A projeção do BBA é de uma receita líquida consolidada de R$ 1,4 bilhões no trimestre. Além disso, a companhia deve reportar margem Ebitda ajustada de 35,5% no trimestre, representando uma queda de 1,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Por fim, a Ser Educacional deve apresentar tendências positivas para o BBA, com aumento de 5% no volume de captação no segmento presencial. O avanço, combinado com altas taxas de renovação e tendências saudáveis de ticket médio, deve resultar em crescimento de receita líquida nesta área.