McDia feliz: ações do McDonald’s atingem máxima do ano com promessas de executivo

Companhia apresentou fraco resultado na segunda-feira, mas mercado gostou da fala do CFO da empresa, que disse que irá focar em venda de produtos essenciais como Big Mac e batatas fritas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após divulgar na última segunda-feira (10) uma queda maior que a esperada em suas vendas globais em fevereiro, o McDonald’s viu suas ações subirem 3,76%, atingindo US$ 98,78 – sua máxima em 2014 -, e liderarem os ganhos do Dow Jones nesta terça-feira, após uma apresentação de seu CFO, Pete Bensen.

Segundo o executivo, a companhia quer estabilizar suas operações nos EUA, já que este foi o quarto mês seguido de queda nas vendas de mesmas lojas. Além disso, ele afirmou que a empresa irá focar mais suas vendas em itens do menu considerados essenciais, como o Big Mac, batatas fritas e nuggets. Bensen disse que haverá “uma publicidade que melhor se conecta com os clientes e impulsiona as visitas às lojas”.

Por fim, ele acrescentou que estabilização também é a palavra-chave em dois dos maiores mercados do McDonald’s: Alemanha e Japão, onde a empresa também está vendo queda nos níveis de clientes.

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Resultados ruins
Segundo a companhia, a queda nas vendas se deve à uma maior concorrência, além das más condições climáticas nos Estados Unidos nos últimos meses. A maior rede de restaurantes do mundo em receita disse que as vendas globais em restaurantes abertos há pelo menos 13 meses caíram 0,3% em fevereiro.

Pete Bensen, afirmou na véspera que as vendas comparáveis globais inalteradas até agora no ano “vão pressionar as margens” no primeiro trimestre de 2014. O McDonald’s registrou quase dois anos de vendas turbulentas em restaurantes estabelecidos nos EUA, em meio a um fraco crescimento econômico, aumento da concorrência e decisões internas que complicaram seus menus e retardaram seu serviço.

Nos EUA, as vendas nos mesmos restaurantes caíram 1,4%, num resultado pior que a queda de 0,6% estimada por analistas. Na Europa, que superou os Estados Unidos como maior mercado em receita para a empresa, as vendas nos mesmos restaurantes subiram 0,6% no mês passado. As vendas caíram 2,6% na região de Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África (APMEA). Já as vendas na Grã-Bretanha e França lideraram o caminho na Europa, enquanto o fraco resultado no Japão pesou nas vendas da Ásia.

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Queda também no Brasil
A Arcos Dorados, maior franquia do McDonald’s do mundo, viu o lucro operacional no Brasil cair 2,5% em 2013, a US$ 188,4 milhões, impactado pela variação cambial no período. Quando desconsiderado o efeito da variação do real, o lucro operacional no país subiu 8%, menor taxa de crescimento entre todas as regiões onde a companhia atua.

A empresa abriu 81 lojas do McDonald’s no país em 2013, encerrando o ano com 812 pontos. Segundo a Arcos Dorados, a adição ajudou a elevar as receitas brasileiras em 2,5%, a 1,842 bilhão de dólares – 45,7% do total vendido pela rede no ano. Apesar da expansão, o crescimento na receita brasileira também foi inferior ao avanço de 6,2% registrado pela empresa globalmente.

Excluído o impacto das moedas, o faturamento cresceu 13,3% no Brasil e 16,7% em todos os países da América Latina e Caribe onde a companhia opera. A Arcos Dorados, que não informa o lucro líquido obtido por região, viu o resultado da última linha do balanço cair pela metade em 2013, a US$ 53,9 milhões, ante US$ 114,3 milhões em 2012. Em comunicado, a empresa atribuiu o resultado a perdas cambiais e maiores despesas com juros decorrentes da reestruturação de sua dívida.

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Para 2014, a companhia prevê abrir menos lojas. A expectativa é de 90 restaurantes adicionais, ante 130 em 2013, quando o total de pontos chegou a 2.062 unidades. O número não considera o número de quiosques de sobremesas e McCafés. Em 2013, foram abertos 317 quiosques e 20 McCafés, elevando o total operado por cada um desses modelos para 2.259 e 348 pontos, respectivamente.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.