Marcação a mercado: entenda como ela protege o valor de seu investimento

Através da marcação a mercado, valor do investimento é avaliado de acordo com as condições reais de mercado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Um dos conceitos mais importantes da gestão de recursos, com especial relevância para quem aplica em fundos de investimentos, é o de marcação a mercado (MaM). Afinal de contas, o valor dos recursos que o investidor aplicou varia de acordo com a cota do fundo, e é neste ponto que o conceito de marcação a mercado ganha importância.

O conceito é importante, pois permite conhecer o valor atual real dos fluxos futuros que compõem uma carteira, ou seja, o valor em reais que poderia ser obtido caso todos os ativos fossem vendidos. Em outras palavras, a MaM permite que investidor saiba o valor de mercado de cada um dos títulos que compõem sua carteira, com o intuito de saber quanto efetivamente vale seu portfolio.

Importância do valor da cota

Antes de discutir em mais detalhes a MaM, vale a pena dar um passo atrás e entender o funcionamento das cotas de um fundo de investimentos. Quando você aplica num fundo DI, por exemplo, seus recursos são destinados para a compra de títulos públicos pós-fixados, ou seja, que renderão de acordo com o patamar da taxa Selic e com o tempo que o dinheiro foi aplicado.

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Porém, devido ao grande número de cotistas e ao elevado volume de dinheiro aplicado, às vezes pode ser difícil para o gestor afirmar com precisão quanto cada cotista possui em determinado dia, já que o mercado financeiro é extremamente dinâmico.

Daí a importância de se estabelecer o mecanismo de cotas, através do qual cada cotista tem um número de cotas, e o valor aplicado é determinado com base no número de cotas que possui pelo valor da cota no dia.

Duas formas de marcação

Mas, como definir o preço da cota de um fundo? Os gestores podem adotar duas metodologias distintas para avaliar o preço dos títulos que compõe a carteira do fundo e, conseqüentemente, o valor da cota do mesmo:

MaM traz mais transparência

Suponha que você tenha aplicado R$ 1.000,00 no início de um mês, quando a taxa de juro foi de 1% ao mês em um fundo de investimentos que não contabiliza seus ativos de acordo com o real valor de mercado. Na metade do mês, uma grave crise econômica ocorre e o Banco Central eleva os juros, que passam a 2% ao mês. Nesse dia, um investidor, aproveitando a alta dos juros, também aplica R$ 1.000,00 no mesmo fundo.

No seu caso, que aplicou no início do mês, seu dinheiro rendeu 1% ao mês até a metade daquele mês, ou seja, 0,5% e você passa a ter R$ 1.005. Na segunda metade do mês, seu dinheiro renderá 1%, já que os juros chegam a 2% ao mês. Logo, ao final de 30 dias, você terá R$ 1.015,05, o que representa rentabilidade no mês de 1,51%.

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Por outro lado, o segundo investidor, que aplicou na metade do mês, também obterá 1% na segunda metade do mês, e o montante do investimento atingirá R$ 1.010. Porém, houve uma transferência de riquezas, já que se fosse calculada a rentabilidade mensal equivalente para o mês desse investidor ela seria de 2,01%, acima dos 1,51% que seu dinheiro rendeu.

Com a MaM, isso não ocorreria e todos os cotistas teriam a mesma rentabilidade, independentemente do momento em que o dinheiro for aplicado ou de qualquer alteração na Selic.