Maior empresa de transporte marítimo do mundo faz alerta sobre impactos da guerra comercial

Dinamarquesa Maersk diz que tem contornado os problemas, mas diz que impacto da disputa entre EUA e China na demanda pode ser grande 

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A guerra comercial entre Estados Unidos e China ainda parece longe de uma solução, e o mundo inteiro tenta entender os impactos desta disputa. Porém, a dinamarquesa AP Moller-Maersk, maior companhia de transporte marítimo do mundo, deu um alerta em seu último resultado mostrando os primeiros reflexos desta guerra.

Em seu relatório, a Maersk disse que “o comércio global de contêineres cresceu cerca de 2% no segundo trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018”, seguindo as expectativas.

Por outro lado, a empresa observou que houve uma desaceleração generalizada nas principais economias, acrescentando que “os efeitos negativos da escalada das restrições comerciais também pesaram sobre o crescimento do comércio”.

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A Maersk controla cerca de 20% dos bens de consumo transoceânico, o que a torna um barômetro da atividade comercial global e um indicador das perspectivas do mercado, acompanhado pelo mundo todo.

Segundo a companhia, até agora os importadores dos EUA transferiram as importações da China para outros países, como Vietnã, Coreia do Sul, Tailândia, Índia e México, mas um possível aumento das tarifas pode “reduzir em até 0,5% da demanda mundial de contêineres em 2019 e 2020”.

Além disso, a Maersk avalia que quando as tarifas dos EUA sobre US$ 300 bilhões adicionais contra a China forem implementadas no fim deste ano, o impacto negativo poderia ir para 1% no ano que vem. O CEO da empresa, Søren Skou, disse que uma recessão nos EUA pioraria o cenário, mas ele não vê isso acontecendo em 2019 ou 2020.

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Apesar do alerta, Skou afirma que a Maersk tem conseguido administrar a situação. “Eu acho que, de certa forma, esperávamos uma desaceleração durante todo o ano, e a demanda global cresceu até agora, e esperamos que continue crescendo entre 2% e 3%, o que é consistente com uma economia em crescimento lento e é isso que estamos planejando para o futuro”, afirmou ele para a Bloomberg.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.