Maior bolsa de criptomoedas do mundo é alvo de suposta investigação por insider trading

Autoridades dos EUA estariam investigando suposto uso de dados de clientes para negociar criptomoedas em benefício próprio

Paulo Barros

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SÃO PAULO – A Binance, maior bolsa de criptomoedas do mundo por valor de mercado, estaria sendo investigada nos EUA por insider trading, crime financeiro que envolve a negociação de ativos com uso de informações privilegiadas.

Segundo reportagem da Bloomberg publicada no último sábado (18), autoridades americanas teriam expandido as frentes de trabalho para apurar a atuação da Binance para além da oferta de títulos não registrados, incluindo o suposto uso de dados de clientes para negociar criptoativos de maneira fraudulenta.

A Commodity Futures Trading Commission (CFTC), que supervisiona o mercado de derivativos no país, estaria em busca de testemunhas que possam confirmar alegações de que a Binance ou seus funcionários teriam realizado trades de maneira oculta, antes de executar ordens de clientes, de modo a tirar proveito de um movimento de mercado antes que ele acontecesse.

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A suspeita dos investigadores seria de que a Binance teria a facilidade de acessar milhões de transações de clientes, o que a daria vantagem competitiva no próprio mercado em que atua. Porta-vozes da CFTC, no entanto, não emitiram comunicado oficial sobre a suposta investigação.

Em nota, a Binance não nega as acusações, mas diz que tem “uma política de tolerância zero para informações privilegiadas e um rígido código de ética”. A empresa alega possuir um processo interno para identificar e responsabilizar funcionários que eventualmente usem seus cargos para agir contra o interesse dos clientes, com punição mínima de perda do cargo.

A notícia surge cerca de um mês depois que um perfil anônimo surgiu no Twitter alegando ser um ex-funcionário da corretora de criptomoedas e acusando a empresa de liquidar traders de propósito. A liquidação acontece quando o mercado se move na direção contrária da aposta do negociante alavancado e corrói as garantias depositadas na conta da exchange para manter a posição com criptomoedas alugadas.

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Na época, o suposto ex-funcionário disse que a empresa teria a prática de alterar preços artificialmente para atingir níveis de liquidação de traders com o objetivo de embolsar as garantias. A empresa negou veementemente as alegações e disse que iria acionar a Justiça contra o internauta.

Além disso, em maio deste ano, o Departamento de Justiça (DoJ) e o Internal Revenue Service (IRS), órgão dos Estados Unidos equivalente à Receita Federal, iniciaram investigações contra a Binance para apurar crimes de lavagem de dinheiro e evasão de impostos.

A suspeita é que usuários da exchange estariam lançando mão de criptomoedas para fugir de autoridades e esconder dinheiro proveniente de atividades ilícitas, como tráfico de drogas. A companhia, no entanto, não chegou a ser formalmente acusada de nenhum crime.

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Enquanto isso, a empresa se prepara para se adequar às regras de compliance de governos para viabilizar sua abertura de capital nos EUA. A Binance mira captação muito superior à da Coinbase, a primeira corretora de cripto a ser listada na Bolsa de Nova York (NYSE) e, para isso, está disposta até mesmo a abandonar sua estrutura descentralizada e optar por um modelo hierárquico tradicional com sede física para agradar reguladores.

(com Bloomberg)

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Paulo Barros

Editor de Investimentos