Ações de CSN e PetroRio saltam mais de 6% na estreia de 2021; Vale sobe 4,6%, aéreas e shoppings caem mais de 3%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (4)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – No primeiro pregão do ano, que já começou com o Ibovespa renovando a máxima do intraday obtida na última sessão de 2020 (acima dos 120 mil pontos) para depois amenizar, as siderúrgicas e as ações da Vale (VALE3, R$ 91,46, +4,59%) foram destaque de alta. Maior valorização do Ibovespa em 2020, a ação da CSN (CSNA3, R$ 34,17, +7,28%) começou o ano como a maior alta desta segunda-feira (4). Gerdau (GGBR4, R$ 26,04, +6,50%) e Usiminas (USIM5, R$ 14,94, +2,26%) também avançaram.

O cenário positivo para o aço e o minério guia a primeira sessão de 2021 para os papéis do setor. O minério de ferro na bolsa de Dalian teve alta de 3,4% na primeira sessão de negócios de 2021, mesmo desempenho registrado na bolsa de Cingapura. Já o vergalhão de aço na bolsa de Xangai  fechou em alta de 1,8%. em meio a uma visão de alguns analistas de que os chineses têm demonstrado demanda “insaciável” pelos produtos.

A Petrobras (PETR3, R$ 29,50, +2,25%; PETR4, R$ 28,91, +2,01%) também avançou. Isso apesar do dia de volatilidade para o petróleo, que abriu em alta e fechou com baixa de 2,56% para o WTI e de 2,20% para o brent (contratos futuros com vencimento em fevereiro de 2021).

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Em destaque, está a reunião da OPEP e aliados, em que nenhum consenso foi alcançado sobre a produção de petróleo em fevereiro; a reunião será retomada amanhã. O Credit Suisse ressalta que a maioria da Opep+ espera a manutenção da produção atual, uma vez que o cenário de curto prazo permanece instável.

A Rússia e o Cazaquistão querem aumentar a produção em 500 mil barris por dia (provavelmente porque os preços estão resilientes e eles têm conquistado uma participação maior do mercado), aponta o banco. Também no radar, estão as incertezas sobre a demanda em meio ao avanço do Covid-19.

No radar da companhia, a estatal decidiu readmitir a Compass Gás e Energia, subsidiária da Cosan, no processo de desinvestimento da Gaspetro, após receber aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para o movimento.

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PetroRio (PRIO3, R$ 74,80, +6,57%), ao lado da CSN como uma das maiores altas de 2020, também registrou fortes ganhos nesta sessão. Os investidores aguardam por mais informações após a companhia anunciar, em meados de dezembro,  estudos para captar um valor equivalente a US$ 250 milhões através de oferta de ações (follow-on), o que foi bem visto pelo mercado uma vez que tira a incerteza sobre qual será a fonte de recursos para a compra dos campos de pré-sal anunciados em novembro e que foi um grande catalisador para os papéis.

No setor varejista, a Via Varejo (VVAR3, R$ 16,17, +0,06%) chegou a subir mais de 3%, mas amenizou fortemente durante a sessão: a companhia divulgou alta de 20,2% nas vendas no período de 19 a 25 de dezembro frente ao mesmo período do ano anterior, considerando a métrica de Gross Merchandise Volume (GMV), acima da performance de varejo eletro de alta de 18,5%, de acordo com dados da Cielo. Os dados ainda são preliminares e não auditados.

O destaque positivo ficou para o e-commerce, com crescimento de vendas online em 125% na base anual durante a semana de 19 a 25 de dezembro de 2020. A performance do varejo físico seguiu abaixo do e-commerce, porém a companhia conseguiu manter o patamar de vendas em linha com o ano anterior. Isso foi visto como positivo pelos analistas da XP, dado que o segmento segue prejudicado pelas restrições e impacto do aumento de casos de Covid-19 sobre a confiança dos consumidores.

“A empresa teve uma performance superior ao mercado, além de apresentar um resultado que vemos como positivo no varejo físico, dadas as restrições do Covid-19. No entanto, é importante esperarmos o resultado consolidado do trimestre para uma melhor análise, uma vez que acreditamos que o consumo deve ter sido mais espalhado ao longo do período devido às restrições de mobilidade e, portanto, períodos curtos e isolados podem não ser a melhor representatividade do trimestre. Dessa forma, vemos o resultado trimestral como uma base comparável melhor entre as companhias do setor”, destaca a XP, que possui recomendação de compra para os ativos VVAR3, com preço-alvo de R$ 28 para os próximos doze meses.

Também entre as altas, ficaram as ações da Yduqs (YDUQ3, R$ 34,00, +3,28%) no setor de educação, com a ação da companhia ganhando destaque na recomendação de alguns analistas nas últimas semanas. No dia 23 de dezembro, a XP Investimentos iniciou a cobertura para o ativo com recomendação de compra, destacando a perspectiva de crescimento na base de alunos, diluição de custos conforme a vertical de ensino à distância ganha representatividade na receita e também por conta do valuation atrativo.

A ação também está na carteira para 2021 do BB Investimentos, que aponta que a companhia tem demonstrado eficiência na execução de sua estratégia de crescimento, em especial na captura de sinergias de suas recentes aquisições, enquanto sua disciplina financeira permitiu enfrentar as dificuldades impostas pela pandemia de forma mais resiliente.

Por outro lado, ainda monitorando o aumento dos casos de coronavírus em diversos países pelo mundo e a falta de perspectiva de vacinação iminente no Brasil, as ações das aéreas Gol (GOLL4, R$ 23,96, -3,93%) e Azul (AZUL4, R$ 37,73, -3,99%), da fabricante de aviões Embraer (EMBR3, R$ 8,37, -5,42%) e de companhias do setor de shopping como JHSF (JHSF3, R$ 7,44, -4,74%), Iguatemi (IGTA3, R$ 35,46, -4,55%) e Multiplan (MULT3, R$ 22,55, -4,16%) registraram baixas.

Também entre as perdas, e ajudando a pressionar o Ibovespa, ficaram as ações dos bancos, com Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 30,90, -2,26%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 37,59, -3,12%) e Bradesco (BBDC3, R$ 23,60, -2,48%; BBDC4, R$ 26,43, -2,62%) recuando mais de 2%, enquanto o Santander (SANB11, R$ 44,41, -0,94%) caiu cerca de 1%.

Entre as recomendações, a CPFL (CPFE3, R$ 31,52, -3,16%) teve um dia de baixa: na última quarta-feira, após o fechamento do mercado, o BBI reduziu a recomendação do papel para neutro, enquanto iniciou cobertura para Neonergia (NEOE3, R$ 17,76, +0,79%) com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado).

Confira mais destaques:

BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,39, -0,81%)

O conselho de administração da BB Seguridade aprovou reforço de capital na Brasilprev de até R$ 1,2 bilhão, segundo fato relevante braço de seguro e previdência do Banco do Brasil à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última quarta-feira.

“O reforço se faz necessário em virtude da forte alta do IGP-M, ocorrida principalmente no 2º semestre de 2020, com impacto nos planos tradicionais”, afirmou a BB Seguridade.

De acordo com dados divulgados pela FGV nesta semana, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou 2020 com alta acumulada de 23,14%, no resultado mais elevado para um ano em 12 anos.

Nesse contexto, segundo a companhia, considerando a manutenção da participação acionária de 74,995%, caberá à BB Seguros, subsidiária integral da BB Seguridade que detém o investimento direto na Brasilprev, subscrever e integralizar um valor de até R$ 899,94 milhões desse aumento de capital.

A BB Seguridade apontou que a medida resultou em uma redução pontual do percentual do lucro líquido a ser distribuído aos acionistas da companhia sob a forma de dividendos. “Nesse contexto, o conselho deliberou pela destinação de 70% do lucro líquido do exercício de 2020 para remuneração aos acionistas, o que implica em uma distribuição de aproximadamente 46% do lucro líquido do 2º semestre de 2020,considerando o pagamento antecipado de 95% do lucro líquido do 1º semestre de 2020 ocorrido no mês de agosto do exercício corrente.”

Os valores a serem distribuídos e outros detalhes serão informados após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2020, prevista para o dia 8 de fevereiro de 2021.

Petrobras (PETR3, R$ 29,50, +2,25%; PETR4, R$ 28,91, +2,01%)

A Petrobras decidiu readmitir a Compass Gás e Energia, subsidiária da Cosan (CSAN3), no processo de desinvestimento da Gaspetro, após receber aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para o movimento, informou a estatal na última quarta.

Segundo comunicado, o órgão antitruste enviou um documento à petroleira no qual atesta que a continuidade da Compass no processo não caracteriza descumprimento do Termo de Compromisso de Cessação (TCC) assinado entre a Petrobras e o Cade para desinvestimentos em ativos de gás. Com isso, ela decidiu readmitir a Compass no processo de desinvestimento, sempre prezando pela sua competitividade, isonomia e impessoalidade.

A Petrobras havia anunciado a desqualificação da subsidiária da Cosan da disputa no final de novembro, citando o não cumprimento de exigências do TCC.

A petroleira está promovendo a venda de sua participação de 51% na Gaspetro, uma holding com participação em diversas distribuidoras de gás. A fatia remanescente no ativo, de 49%, pertence à japonesa Mitsui.

“Caso seja assinado o contrato de compra e venda de ações, a operação estará sujeita à apreciação do Cade, no momento da análise do Ato de Concentração, quanto aos possíveis impactos à defesa da concorrência”, acrescentou a Petrobras, destacando que o processo está em fase vinculante.

Braskem (BRKM5, R$ 23,35, -0,93%)

A Braskem anunciou na última quarta que fechou acordos com autoridades para extinguir ações civis públicas relacionadas a um evento geológico com afundamento do solo ocorrido em Alagoas, para compensação dos moradores e reparação socioambiental.

Em fato relevante, a companhia disse que a estimativa preliminar das ações adicionais decorrentes destes acordos é de aproximadamente R$ 1,2 bilhão, além dos R$ 7,9 bilhões já provisionados ao final do terceiro trimestre de 2020.

Segundo a empresa, a celebração dos Acordos para Compensação dos Moradores e para Reparação Socioambiental representa um avanço importante em relação ao evento geológico de Alagoas e seus potenciais impactos.

Em novembro, a Braskem havia estimado em R$ 3 bilhões custos e despesas adicionais para a implementação de medidas definidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) para fechamento de minas instáveis de extração de sal em Maceió (AL).

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 75,09, +0,05%)

Os acionistas do GPA e de sua subsidiária Sendas aprovaram em suas respectivas assembleias gerais extraordinárias proposta de reorganização societária para cindir a unidade Assaí, avançando no plano de listar as ações da divisão de atacado de autosserviço.

A cisão parcial da Sendas, aprovada anteriormente pelos conselhos de administração das empresas, tem como objetivo de segregar a participação da Sendas no Éxito e transferir certos ativos operacionais, segundo fato relevante conjunto desta quinta-feira.

A aprovação também envolve cisão parcial do GPA, visando segregar a totalidade da participação acionária que o GPA detém na Sendas, com a entrega das ações de emissão da Sendas de propriedade do GPA diretamente aos acionistas do GPA, na razão de 1 ação da Sendas para cada 1 ação do de GPA.

A Sendas também afirmou que obteve em 11 de dezembro registro de companhia aberta na categoria ‘A’ perante a CVM e que apresentou um pedido para que suas ações sejam listadas no Novo Mercado da B3, bem como apresentará um pedido para que seus American Depositary Securities (ADSs) em Nova York.

Ainda, na assembleia geral extraordinária de Sendas, foram eleitos Christophe José Hidalgo, Philippe Alarcon, David Lubek, Josseline Marie-José Bernadette De Clausade, José Flavio Ferreira Ramos (independente) e Geraldo Luciano Mattos Júnior (independente) para, juntamente com os Srs. Jean-Charles Henri Naouri, Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira e Luiz Nelson Guedes de Carvalho (independente), comporem o Conselho de Administração de Sendas.

Via Varejo (VVAR3, R$ 16,17, +0,06%)

A Via Varejo divulgou alta de 20,2% nas vendas no período de 19 a 25 de dezembro frente ao mesmo período do ano anterior, considerando a métrica de Gross Merchandise Volume (GMV). Os dados ainda são preliminares e não auditados.

A companhia atribuiu o resultado ao “forte desempenho das vendas do e-commerce (1P+3P) que apresentaram evolução de 125,2%” ano a ano. A Via Varejo ainda disse que a participação do vendedor online (‘me chama no Zap’) foi de 24% das vendas do comércio eletrônico no período, de 16% no terceiro trimestre de 2020.

Equatorial (EQTL3, R$ 22,75, -1,77%)

A Equatorial Energia informou que suas controladas Equatorial Maranhão Distribuidora de Energia e Equatorial Pará Distribuidora de Energia obtiveram aprovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de R$ 2,150 bilhões. O montante será destinado para o plano de investimento para os anos de 2021 a 2023.

“Os próximos três anos de investimentos das companhias contam com financiamento aprovado pelo banco”, destacou a empresa em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O financiamento aprovado é de R$ 750,8 milhões à Equatorial Maranhão e R$ 1,4 bilhão à Equatorial Pará, ambos com carência até dezembro de 2023 e prazo total de 20 anos ao custo de IPCA + 4,08% ao ano.

Os recursos serão utilizados para expansão do sistema de distribuição, combate às perdas de energia, melhoria da qualidade do fornecimento, ampliação da base de clientes e aprimoramento da operação do sistema elétrico.

Itaú (ITUB4, R$ 30,90, -2,26%)

Em 31 de dezembro, o Itaú Unibanco detalhou seus planos de reorganização societária visando a alienação societária da XP Investimentos.

O conselho de administração convocou assembleia geral extraordinária para o dia 31 de janeiro, para deliberar sobre a segregação da participação de 40,52% que o Itaú detém sobre a XP para uma nova sociedade. Com a operação, cada acionista do Itaú receberá uma quantidade equivalente de ações da própria companhia, que também passará a ser negociada na B3, e decidirá se mantém ou não participação na XP.

O Itaú comprou participação de 49,9% no capital da XP em 2017, por R$ 6,3 bilhões. O banco anunciou a separação da XP no início de novembro de 2020, e vendeu 5% de participação em dezembro.

Neoenergia (NEOE3, R$ 17,76, +0,79%) e CPFL (CPFE3, R$ 31,52, -3,16%)

Os analistas do Bradesco BBI iniciaram a cobertura para Neoenergia com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 27 para o fim de 2021, o que configura um potencial de alta de 54% em relação ao fechamento de 30 de dezembro.

Os analistas também reduziram a recomendação da CPFL para neutro com a visão de risco-retorno equilibrada após o fracasso na oferta para comprar CEB; eles também destacaram que os investidores vão esperar por novos movimentos de fusões e aquisições. O preço-alvo é de R$ 39, o que configura um potencial de alta de 20% frente o fechamento de 2020.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.