Magazine Luiza sobe com exclusividade para comprar Netshoes; Hering salta e Fleury cai forte após balanços

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (26)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a disparada da véspera, o mercado tem uma sessão de leves perdas, com os investidores repercutindo o PIB acima do esperado nos EUA. O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para os resultados de Hering, Renner e Localiza, que sobem com os números considerados positivos, enquanto Fleury cai forte depois do balanço. Confira os destaques da B3 nesta sessão:

Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações da Petrobras ficam de olho na sessão de queda do preço do petróleo, em meio às expectativas de que a Opep aumente a produção para compensar a queda das exportações do Irã após as sanções imposto pelos EUA. 

No radar da companhia, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou não querer que “eventos do passado”, em relação à intervenção do governo no preço do combustível, “se repitam”, mas que “desconsiderar o risco de uma nova greve dos caminhoneiros é temerário”. Segundo ele, a Petrobras não pode subsidiar o diesel porque cria um problema sério para o Brasil, mas reconheceu que os caminhoneiros ganharam poder de barganha. “O governo nunca fez menção de intervir na companhia”, afirmou. Segundo ele, em nenhum momento pensou em deixar o cargo na companhia.

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Ontem à noite, a Petrobras anunciou que assinou três contratos de compra e venda para alienação de ativos no valor total de US$ 10,3 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões). Em 2019, o valor total de alienação de ativos é de US$ 11,3 bilhões. Entre as transações está a alienação de 90% da TAG, por aproximadamente US$ 8,6 bilhões. A segunda operação é a cessão de 50% dos direitos de exploração e produção do campo de Tartaruga Verde e do Módulo III do campo de Espadarte para a Petronas, por US$ 1,293,5 bilhão. A terceira é a cessão da participação total da Petrobras em 34 campos de produção terrestres para a empresa Potiguar E&P S.A., subsidiária da Petrorecôncavo, por US$ 384,2 milhões.

Ainda sobre a Petrobras, o Valor destaca que os acionistas da empresa aprovaram ontem mudanças no estatuto social que permitirá à estatal vender suas subsidiárias sem a necessidade do aval da assembleia de acionistas, somente com ato do conselho de administração, dando agilidade ao processo. Ontem, a estatal informou ainda que decidiu provisionar cerca de R$ 1,3 bilhão em decorrência do atual estágio do litígio envolvendo a Sete Brasil.

BRF (BRFS3)

A BRF anunciou ontem a renúncia de Ivan Monteiro do cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da BRF. Segundo o comunicado, a renúncia se deve a recomendação médica. Monteiro foi presidente da Petrobras no ano passado e havia sido eleito em fevereiro deste ano para o cargo na BRF. Lorival Luz, atual vice-presidente executivo, acumulará as funções de Monteiro. A BRF reiterou ainda o compromisso com a desalavancagem financeira e alongamento do perfil da dívida.

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Vale (VALE3)

O Valor destaca que a Aliança Geradora de Energia, controlada pela Vale, está processando a própria controladora e outras empresas pelos danos à Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como usina de Candonga. Os danos foram causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, há mais de três anos. São alvos da ação além da Vale, a BHP, a Samarco e a Fundação Renova. A ação pede o pagamento de indenização referente aos danos emergentes e lucros cessantes do período entre 5/11/2015 e 25/05/2035.

Segundo a Folha, três meses após a tragédia de Brumadinho um acordo assinado entre a Vale e a Defensoria Pública de Minas Gerais criou um racha entre os órgãos que tratam das reparações com a mineradora. A publicação destaca que para a promotoria a Vale “deu um golpe” nas negociações com um acordo extrajudicial. Já para a mineradora e a Defensoria, o movimento foi ocasionado para preservar a segurança dos atingidos que optarem por aderir ao acordo. A previsão é de que os pagamentos possam ser feitos dentro de 30 dias, a partir do momento que a pessoa encaminhar o pedido à promotoria.

Natura (NATU3)

As conversas para que a Natura compre as operações da Avon seguem em andamento, segundo o jornal Valor Econômico. A publicação afirma que a negociação pode ser concluída em breve, com o interesse da Natura focado nas operações da Avon no Brasil. O jornal afirma que a venda da empresa de capital fechado, que representa os negócios da Avon nos EUA e Canadá, à sul-coreana LG não afetam as conversas.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Valor informa ainda que a rede Magazine Luiza está negociando com exclusividade a compra da Netshoes. Segundo a publicação, a exclusividade começou há duas semana e segue até o final deste mês, entretanto uma ampliação do prazo não está descartada. O preço de venda estaria girando ao redor de US$ 3 por ação, enquanto a cotação atual da empresa é de pouco mais de US$ 2.

“Na nossa visão, a aquisição estaria em linha com a estratégia de expansão de sortimento da empresa. As vendas online da Netshoes foram de R$2,5 bilhões nos últimos 12 meses e se comparam às vendas online da Magazine Luiza de R$ 7,0 bilhões em 2018”, destacam os analistas. 

Lojas Renner (LREN3)

Abrindo a safra de balanços de varejistas de moda, a Lojas Renner teve lucro líquido de R$ 161,6 milhões no primeiro trimestre, alta 45% na comparação anual. O Ebitda ajustado somou R$ 316,3 milhões, cifra 26,8% superior, com alta de 1,4 ponto porcentual na margem Ebitda, para 19,2%.

A receita líquida de mercadorias totalizou R$ 1,650 bilhão (+ 18%) e as vendas mesmas lojas avançaram 12,7% no período. Segundo a empresa, o aumento margem líquida no primeiro trimestre deveu-se basicamente ao melhor resultado operacional, com a expansão do Ebitda total ajustado. 

“A Lojas Renner reportou resultados fortes, com vendas mesmas lojas de 12,7% ao ano e lucro líquido acima das expectativas. Mantemos recomendação neutra com preço-alvo de R$ 43 por ação, mas a potencial revisão para cima dos lucros pode trazer riscos positivos”, destacam os analistas da XP.

Cia Hering (HGTX3)

Já a Cia Hering registrou um lucro líquido de R$ 46,685 milhões, alta de 36,1%. O Ebitda atingiu R$ 57,034 milhões (+25,9%), com margem de 15,3%, alta de 2,1 pontos porcentuais.

Segundo a empresa, o crescimento foi impulsionado pelo melhor resultado operacional além da menor alíquota efetiva de imposto de renda em função da deliberação de juros sobre capital próprio. A receita líquida atingiu R$ 373,937 milhões, expansão de 8,8% e as vendas mesmas lojas cresceram 11,5%.

“A melhora reflete o crescimento das vendas em todos os seus canais (franquias, lojas próprias e webstore), além do fortalecimento das marcas, o acerto no abastecimento da rede e os avanços na multicanalidade, com a integração de todos os formatos de vendas”, destaca a Coinvalores. 

Localiza (RENT3)

A Localiza registrou um lucro líquido de R$ 216,3 milhões no primeiro trimestre, cifra 22,9% superior a reportada no mesmo período do ano passado. O Ebitda avançou 25,4%, para R$ 498,5 milhões, enquanto a receita líquida cresceu 34,3%, atingindo R$ 2,447 bilhões.

Este foi mais um trimestre forte para a Localiza, aponta a XP Research. O desempenho em Seminovos foi o principal pushback, impactado por um mix menos favorável e pela recente queda nos preços de carros específicos, impactando negativamente os preços de venda da Localiza. “O ajuste de depreciação foi maior do que o esperado, o que pode resultar em uma leitura negativa para outras empresas do setor”, afirmam. 

Copasa (CSMG3), Sabesp (SBSP3) e Sanepar (SAPR11)

No setor de saneamento, a Copasa divulgou um lucro líquido de R$ 186 milhões no primeiro trimestre, representando uma alta de 13,7%. O Ebitda teve alta de 38,4%, para R$ 442,5 milhões, enquanto a receita avançou 37,3%. A companhia realiza teleconferência às 10h00 para comentar os resultados.

Ainda sobre o setor, está o relatório apresentado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) da Medida Provisória (MP) 868/2018, que atualiza o marco legal do saneamento básico e dá competência para a Agência Nacional de Águas (ANA) editar normas nacionais sobre esse serviço público. Depois da leitura na comissão mista que analisa a MP, foi concedida vista coletiva do texto, o qual deve ser votado na reunião convocada para o dia 7 de maio.

A MP também autoriza a União a participar de um fundo para financiar serviços técnicos especializados no setor e determina que a regulamentação de águas e esgotos, hoje atribuição dos municípios brasileiros, se torne responsabilidade do governo federal, através da agência reguladora, que ficaria responsável pela fixação das tarifas cobradas. Já os contratos de saneamento passariam a ser estabelecidos por meio de licitações, facilitando a criação de parcerias público-privadas.

Como acolheu, total ou parcialmente, 33 das 500 emendas apresentadas por deputados e senadores, o relator altera a medida provisória, que, se assim aprovada, passará a tramitar como um projeto de lei de conversão (PLV).

Tasso defendeu uma das principais mudanças estabelecidas pela MP, a inclusão entre as competências da ANA da edição de normas de âmbito nacional para a regulação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico.

Fleury (FLRY3)

O Fleury teve um lucro de R$ 96,9 milhões no primeiro trimestre, alta de 0,5%. O Ebitda avançou 5,8%, para R$ 196,7 milhões. A receita subiu 7,2%, somando R$ 700,6 milhões. 

“As margens vieram pressionadas por conta de seu plano de expansão, que estima a abertura de 73 a 90 unidades até 2021. Mesmo com um plano agressivo de investimentos, a companhia continua com baixa alavancagem, com dívida líquida/EBITDA em 0,8 vez”, destaca a Coinvalores. 

Grendene (GRND3)

A Grendene divulgou uma queda de 51% no lucro do primeiro trimestre, para R$ 76,5 milhões. O Ebitda recuou 63,2%, para R$ 50,3 milhões. Segundo a empresa, a retração na venda de pares de calçados, de quase 30%, influenciou o resultado negativo. A receita líquida caiu 2,7%, somando R$ 423,3 milhões.

Cemig (CMIG4)

A Cemig informou que sua subsidiária de geração e transmissão recebeu manifestação do BNDESPar sobre o exercício conjunto do direito de venda de sua participação na Renova, de cerca de 5%.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras anunciou que o conselho aprovou uma emissão de até R$ 5 bilhões em debêntures, em quatro séries e não conversíveis em ações.

(Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.