Lula descarta anunciar ministros antes de vencer eleição e diz que vai convidar “gente de fora”

Lula disse que anunciar nomes de eventuais ministros antes do resultado da eleição significaria chatear aliados que ficariam de fora

Reuters

O ex-presidente e candidato Luiz Inário Lula da Silva (PT) vota em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, neste domingo (2), no primeiro turno das eleições de 2022 (Foto: Divulgação)

(Reuters) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira que seria uma loucura anunciar integrantes de um eventual ministério antes de vencer a eleição pelo Palácio do Planalto, e prometeu incluir “gente de fora” em seu ministério caso vença o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa.

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Lula disse que anunciar nomes de eventuais ministros antes do resultado da eleição significaria chatear aliados que ficariam de fora, e ressaltou que quando chegou pela primeira vez à Presidência, em 2003, nomeou ministros que não eram de sua base de apoio, como Roberto Rodrigues (Agricultura) e Henrique Meirelles (Banco Central).

“Vou montar o governo não apenas com o meu partido e meus aliados aqui. Tem gente de fora que vai participar. E eu fico feliz quando vejo economistas importantes, economistas que trabalharam com Fernando Henrique Cardoso, que trabalharam com o Temer, que trabalharam com o Sarney dedicando o voto na minha candidatura”, disse Lula em entrevista coletiva após receber o apoio de políticos do PSD.

Mais cedo nesta quinta-feira, os economistas historicamente ligados ao PSDB e respeitados pelo mercado Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida divulgaram nota declarando voto em Lula.

Candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi um dos responsáveis por fazer acenos da campanha ao centro, ajudando a aglutinar o apoio desses economistas. Entre as declarações de votos recebidas nas últimas semanas, também está a do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Na entrevista coletiva, Lula também voltou a criticar o teto de gastos públicos, dizendo que o instrumento foi criado “para garantir o dinheiro dos banqueiros” às custas de investimentos em saúde e educação.

“Eu quero garantir o dinheiro da política social. É o dinheiro do arroz, do feijão, da carne, da cebola, do tomate, do litro de leite. Por isso nós vamos ter muita responsabilidade fiscal, social e responsabilidade com o Brasil”, afirmou, lembrando que durante seu período no governo o Brasil sempre atingiu superávit primário.

“A responsabilidade fiscal não tem que estar na lei, tem que estar na responsabilidade do dirigente”, acrescentou.

Em nota divulgada nesta quinta, a coordenação do programa de governo do petista disse reafirmar “o compromisso do presidente Lula com a construção de um novo regime fiscal que disponha de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade”. Segundo a campanha, o teto de gastos será revogado, após ter perdido “toda credibilidade com Bolsonaro”.

Sem cartas

Questionado sobre o crescimento da questão religiosa na campanha eleitoral, Lula voltou a dizer que é religioso e que a fé não pode ser banalizada na política, e afirmou que todas as religiões são tratadas com ele por respeito, mas voltou a dizer que não vê necessidade de escrever uma carta voltada aos evangélicos.

“Eu não preciso ficar prestando contas porque as pessoas me conhecem… se não eu vou ter que fazer carta para 500 setores da sociedade”, afirmou.

Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou seis empresas provedoras de redes removerem publicações que tentam vincular o ex-presidente ao satanismo, consideradas fake news.