Lula cobra ministros para população perceber resultados das ações do governo

Esforço para melhorar percepção da sociedade ocorre na esteira de pesquisas de opinião sobre a avaliação do governo

Reuters

Publicidade

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, na reunião ministerial desta segunda-feira 18), que seus auxiliares busquem maneiras de fazer com que a população possa enxergar os resultados das políticas públicas do governo.

O esforço para melhorar a percepção da sociedade sobre as ações tomadas Executivo — e seus resultados — ocorre na esteira de pesquisas de opinião que registraram oscilações negativas para a popularidade de Lula e de sua gestão.

Segundo Rui Costa, o presidente pediu que os ministros revisitem os projetos lançados no ano passado e busquem sua concretização. “E que a gente procure agregar em indicadores que sejam compreensíveis pela população, os resultados do governo, os resultados da economia, os resultados das coisas que estamos fazendo”. Ele e outros integrantes do governo disseram vem como “naturais” as variações dos índices de avaliação.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Para o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT), as pesquisas oferecem um retrato de uma situação “complexa” e “sofisticada”, constituída a partir de um conjunto de fatores. Pimenta diz que, além dos eleitores de Lula e dos eleitores de Bolsonaro, há uma massa de mais de 20% da população que não se pronunciou nas eleições presidenciais em 2022 ao optar por votar nulo, em branco, ou se abster.

“A avaliação positiva do governo, ela oscilou e ela oscila em torno de 39%, de 37%, 36%, dependendo da pesquisa. Ela nunca saiu da margem de erro”, disse Pimenta a jornalistas.
“Bolsonaro fez 37% (nas urnas). Nós temos uma avaliação ‘ruim/péssimo’ abaixo disso. E temos um ‘regular’ que oscila aí entre 30%, 36%. O que varia geralmente nas pesquisas é a posição desses regulares. Como é que nós vamos dialogar com os regulares? Vamos dialogar, basicamente, a partir das políticas públicas”, argumentou o ministro responsável pela estratégia de comunicação do governo.

Ele manifestou ainda a expectativa de que as famílias comecem a perceber mudanças na qualidade de vida ao longo deste ano, quando espera que poderão ser colhidos resultados de ações tomadas pelo governo no ano passado. “Não dá para você imaginar que as pessoas vão perceber uma melhoria real na qualidade da sua vida até que a política pública chegue lá. O presidente Lula tem muita clareza disso”, afirmou o ministro, lembrando que ainda entram como componentes da imagem do governo a polarização já identificada no país e uma consequente “trava de avaliação”.

Continua depois da publicidade

Leia também:
Agenda prioritária da Fazenda para 2024 visa consolidar trajetória da dívida

Meta fiscal

Na entrevista coletiva, Rui Costa disse que o tema da mudança da meta fiscal para este ano não está posto e afirmou que a discussão sobre planejamento orçamentário no governo se dará somente após a divulgação de um relatório sobre receitas e despesas previsto para os próximos dias. “Isto não está posto no momento e nós só conversaremos sobre este tema ou qualquer outro relacionado à execução orçamentária ou planejamento orçamentário a partir do relatório do bimestre”.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 enviada pelo Executivo e aprovada pelo Congresso no ano passado prevê zerar o déficit primário neste ano, mas o cumprimento da meta depende da efetivação de medidas legislativas que garantam um aumento da arrecadação federal.

Continua depois da publicidade

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem reiterado confiança em cumprir a meta fiscal de 2024, ao mesmo tempo que tem ressaltado a necessidade de uma harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário para chegar ao objetivo.

Apesar da insistência de Haddad em manter a meta de zerar o déficit primário neste ano, Lula já deu declarações que apontam um compromisso menor do presidente com a meta defendida pelo chefe da Fazenda. No mês passado, por exemplo, Lula disse em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que “se der” para zerar o déficit, “ótimo, mas, se não der, ótimo também”.