Lucro do BB quase dobra e vai a R$ 2,5 bi; mais 12 balanços e “ampla” reforma do setor elétrico no radar

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quinta-feira é bastante movimentado, tendo como grande destaque a temporada de balanços, com atenção especial para os dados do Banco do Brasil. Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (11):

Banco do Brasil (BBAS3

O Banco do Brasil quase dobrou seu lucro recorrente do primeiro trimestre, com sua campanha de corte de custos já surtindo efeitos nas despesas administrativas, além de reduzir as provisões para perdas com calotes, mas a retração no crédito contribuiu para um salto no índice de inadimplência.

O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quinta-feira lucro ajustado de 2,5 bilhões de reais entre janeiro a março, alta de 95,6 por cento ante mesma etapa de 2016. Em termos líquidos, o lucro de janeiro a março foi de 2,44 bilhões de reais, alta de 3,6 por cento na comparativo ano a ano.

A instituição, que sob o comando de Paulo Caffarelli, lançou em dezembro uma agressiva campanha de cortes de custos incluindo programa de demissão voluntária e fechamento de agências, viu as despesas operacionais caírem 9,9 por cento sobre o fim de 2016, para 12,85 bilhões de reais e alta anual de 0,3 por cento. A última linha do resultado também foi apoiada por um recuo de 26,6 por cento sobre um ano antes e de 10,3 por cento na base sequencial na provisão para perdas com calotes, para 6,7 bilhões de reais. O dado pode indicar que o BB espera melhora do perfil da sua carteira nos próximos meses.

Melhora que não aconteceu no primeiro trimestre. Ao contrário, o índice de atrasos superiores a 90 dias atingiu 3,89 por cento, um salto em relação aos 2,59 por cento de um ano antes. No fim de 2016, o índice era de 3,29 por cento. Esse movimento refletiu em parte a retração de 11,4 por cento na carteira de financiamentos do BB em 12 meses, para 688,7 bilhões de reais no fim de março. A carteira ampliada orgânica interna, que referencia a previsão do banco para 2017, caiu 9,2 por cento em 12 meses, a 633,3 bilhões de reais.

Por outro lado, as receitas do banco com tarifas subiram 12,3 por cento contra um ano antes, para 6,1 bilhões de reais. O conjunto do resultado levou a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido ajustado de 10,4 por cento, ante 5,6 por cento um ano antes e 7,2 por cento no trimestre anterior.

Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar teve quedas na receita e no lucro do primeiro trimestre, diante de menores vendas de combustíveis na rede de postos Ipiranga, seu principal braço de negócios. O grupo, cujas atividades incluem também produtos químicos, armazenagem de granéis líquidos e uma rede de farmácias, afirmou nesta quarta-feira que seu lucro líquido no período somou R$ 370,3 milhões, queda de 5% ante mesma etapa de 2016.

O recuo refletiu principalmente o declínio das vendas de combustíveis da Ipiranga, que responde por 85% da receita líquida total, que caiu 4% contra o primeiro trimestre do ano passado, a R$ 18,7 bilhões. “Neste início de ano, a atividade econômica continuou apresentando desempenho negativo em relação ao ano anterior”, afirmou a companhia em seu relatório.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 8 por cento ano a ano, para R$ 973 milhões. A Oxiteno, unidade de produtos químicos, também teve queda de 9 por cento na receita líquida, a R$ 912 milhões.

Os fracos desempenhos de Ipiranga e Oxiteno foram parcialmente compensados por aumento nas vendas das demais subsidiárias, como a Ultragaz, cuja receita líquida subiu 10 por cento no comparativo anual, para R$ 1,35 bilhão.

Já a receita da Ultracargo, de armazenagem de granéis líquidos, somou R$ 101 milhões, aumento de 24% ano a ano. E a rede de drogarias Extrafarma viu seu faturamento bruto evoluir 28%, para R$ 476 milhões. A Ultrapar afirmou ter investido R$ 485 milhões entre janeiro e março, 63% a mais que um ano antes, mas queda de 34% na medição sequencial.

Cosan (CSAN3)
O grupo Cosan teve lucro líquido de R$ 205 milhões no primeiro trimestre, queda de 17% sobre o mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quarta-feira.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de cerca de R$ 974 milhões, queda de aproximadamente 36% sobre os três primeiros meses de 2016.

Rumo (RAIL3)

O prejuízo líquido da Rumo caiu 34,3%, passando de R$ 185,1 milhões para R$ 248,6 milhões. O Ebitda da Rumo atingiu R$ 493 milhões no primeiro trimestre de 2017, 11% superior na base anual. Já a receita líquida subiu 1,1% na base anual, para R$ 1,2 bilhão. 

 

Magazine Luiza (MGLU3)
A rede de varejo Magazine Luiza contratou assessores para avaliar uma oferta pública de ações da companhia, informou o grupo em comunicado ao mercado.

A empresa divulgou o comentário em resposta à reportagem da Coluna Broadcast, publicada mais cedo, que afirma que a empresa prepara oferta de ações de 1 bilhão de reais. “Não há, nesta data, qualquer definição quanto à realização da oferta, bem como quanto à sua estrutura e volume”, afirmou o Magazine Luiza.

Vale destacar que, na véspera, o Itaú BBA revisou as estimativas para a varejista e introduziu um novo preço-justo, para 2018, passando a R$ 277,00, mas mantendo recomendação marketperform. 

Randon (RAPT4)

A Randon registrou um lucro líquido de R$ 1,579 milhão no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 9,556 milhões de igual intervalo de 2016.

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado somou R$ 48,226 milhões no primeiro trimestre, alta de 3,8%. A margem Ebitda consolidada ficou em 8,3%, ante 6,3% de um ano antes.

A empresa divulgou também um Ebitda ajustado, que totalizou R$ 56,474 milhões, representando uma queda de 36,1%. A margem Ebitda ajustada somou 9,6% no primeiro trimestre, contra 11,7% de igual intervalo do ano passado.

A receita líquida consolidada atingiu de janeiro a março R$ 579,736 milhões, representando uma retração de 21,1% sobre o mesmo período do ano passado.

O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 536 mil no primeiro trimestre, ante perdas de R$ 14,834 milhões de igual intervalo de 2016.

Wiz (PARC3)

O lucro líquido da Wiz, ex-Par Corretora, alta de 38% na base de comparação anual e 11% acima do consenso. “Para o segundo trimestre consecutivo, a receita foi uma surpresa positiva, com receitas brutas 15% acima do consenso”, apontam os analistas do BTG.

Oi (OIBR4)
Oi teve prejuízo líquido de R$ 200 milhões no primeiro trimestre, queda de 89% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de R$ 1,8 bilhão. A redução do prejuízo líquido se deve à uma diminuição da despesa financeira da companhia, que é o quanto ela gasta com juros.

O resultado financeiro da Oi fechou o trimestre no vermelho em R$ 115 milhões, 94% de redução em relação ao resultado do primeiro trimestre de 2016. A variação do dólar também justificou um custo menor para manter a dívida em moeda estrangeira neste trimestre. A receita líquida, por sua vez, caiu 8,8% no trimestre, para R$ 6,16 bilhões.

CPFL Renováveis (CPFR3)

A CPFL Renováveis teve um prejuízo líquido de R$ 56,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 47,7% as perdas de R$ 107,8 milhões na base de comparação anual.

A receita líquida totalizou R$ 370,9 milhões de janeiro a março, com crescimento de 33,1% na comparação anual. O Ebitda avançou 41%, a R$ 236,5 milhões. 

T4F (SHOW3)
A Time for Fun registrou lucro líquido de R$ 5,9 milhões no primeiro trimestre de 2017, uma queda de 44,5% em relação ao resultado do mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, a receita da companhia recuou 58,8%, impactada, principalmente, pelo desempenho nas atrações com música ao vivo, cujas vendas passaram de R$ 257 milhões para R$ 75,7 milhões, queda de 68%.

O número de ingressos vendidos diminuiu 62% no período. O pior resultado é atribuído a um primeiro trimestre de 2016 atípico em termos de shows outdoor, que concentrou 21 eventos dos 35 realizados durante todo ano.

A receita com eventos de família e teatro aumentaram 63% no trimestre, enquanto os ganhos na área esportiva tiveram alta de 77%. As operações com bilheteria somaram R$ 32,8 milhões (queda de 12%) e com patrocínio, R$ 22,4 milhões (recuo de 37%).

Tecnisa (TCSA3)
A Tecnisa reverteu o lucro líquido de R$ 3,55 milhões do primeiro trimestre do ano passado e registrou prejuízo de R$ 64,39 milhões no início de 2017. A queda é reflexo de uma menor composição da receita, de menos diluição sobre a receita de despesas gerais e administrativas e de gastos com vendas, e da piora na equivalência patrimonial do Jardim das Perdizes.

Este último piorou com a necessidade de mais provisões para distratos no Jardim das Perdizes e com a revenda das unidades distratadas com margens menores do que as das rescisões do trimestre. A receita líquida da companhia teve queda de 36,3%, para R$ 100,35 milhões.

Anima (ANIM3)

A Anima registrou um lucro líquido de R$ 49,9 milhões, enquanto a receita líquida foi a R$ 255,2 milhões, ante estimativa de R$ 259,7 milhões. O Ebitda ajustado foi a R$ 73,9 milhões, acima das estimativas de R$ 67,1 milhões, enquanto a margem Ebitda foi a 29%. De acordo com os analistas do BTG Pactual, os números foram positivos e mostram sinais de recuperação, “mas ainda há um longo caminho a ser seguido”. A recomendação para os papéis segue neutra. 

Sabesp (SBSP3)

A Sabesp, companhia de saneamento do Estado de São Paulo, afirmou que pediu à agência reguladora Arsesp, a postergação por 30 dias do cronograma de revisão tarifária.

A companhia argumentou que o pedido é para que a revisão considere um relatório técnico dela mesma sobre glosa em tubulações praticada no primeiro ciclo, para incorporá-la na base de cálculo preliminar, além de prestar esclarecimentos adicionais ao Plano de Negócios solicitados pela Arsesp.

CVC (CVCB3)

 O Grupo CVC, maior operadora de turismo do país, teve lucro líquido ajustado de 68,5 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 8,1 por cento ante lucro pró-forma no mesmo período de 2016, em meio a crescimento de vendas tanto no segmento de lazer quanto no corporativo.

A receita líquida da companhia subiu 4,7 por cento na base anual, para 298 milhões de reais, com crescimento de vendas medido pelas reservas confirmadas de 11,9 por cento, para 2,34 bilhões de reais. Os dados incluem o desempenho de Submarino Viagens e da RexturAdvance.

As operações da CVC mais Experimento (companhia focada no segmento de intercâmbio comprada no final de 2016) tiveram alta de 5,9 por cento na receita líquida, para 243,5 milhões de reais, com reservas confirmadas subindo 15,9 por cento, a 1,5 bilhão de reais.

“O crescimento das reservas confirmadas na CVC…foi ocasionado principalmente pelo forte crescimento das vendas nas mesmas lojas e pela recuperação das reservas do segmento internacional”, disse a empresa no material de divulgação do balanço.

Juntos, Submarino e RexturAdvance mostraram estabilidade na receita líquida, a 54,8 milhões de reais, mas acréscimo de 5,1 por cento nas reservas confirmadas, para 810,7 milhões de reais.

O resultado operacional do grupo medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado subiu 12 por cento no terceiro trimestre sobre o resultado pró-forma um ano antes, para 166,5 milhões de reais.

 

Aliansce (ALSC3)
A Aliansce registrou lucro líquido de R$ 14,761 milhões no primeiro trimestre de 2017, um valor 11 vezes acima do R$ 1,280 milhão reportado no mesmo período do ano passado. A empresa também divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 13,976 milhões, ante um prejuízo de R$ 4,850 milhões em 2016.

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 2,7%, para R$ 89,133 milhões. A margem Ebitda foi de 65,8% para 66,1%. A receita líquida avançou 2,1% de janeiro a março de 2017 ante igual intervalo de 2016, para R$ 149,943 milhões.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 43,158 milhões, uma queda de 26,7% ante o número também negativo em R$ 58,875 milhões no primeiro trimestre de 2016.

A companhia informou a compra de 100% das cotas do CTBH Fundo de Investimento Imobiliário – FII, único proprietário do empreendimento imobiliário corporativo denominado Boulevard Corporate Tower (BCT), por R$ 275,3 milhões.

O montante será corrigido pela variação do CDI mais 2% ao ano, de 24 de fevereiro de 2017 até o efetivo fechamento da operação, que depende do cumprimento de determinadas condições suspensivas, incluindo a aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Por fim, Rafael Sales foi nomeado vice-presidente executivo.

BTG Pactual (BBTG11)

O BTG Pactual venderá participação na PetroAfrica e na Eneva no momento certo, disse o diretor financeiro João Dantas à Bloomberg em entrevista por telefone. Dantas disse que BTG e Petrobras estão alinhados em relação à venda da PetroAfrica.  A PetroAfrica é ativo maduro e estratégico, mas requer profundo conhecimento local.

Gol (GOLL4)

A companhia aérea Gol anunciou nesta quinta-feira que a demanda total por assentos de seus voos em abril cresceu 6,9 por cento na comparação com mesmo mês de 2016.

Já a oferta de assentos da Gol cresceu 2,6 por cento na mesma comparação. Com isso, a taxa de ocupação de seus voos cresceu 3,2 pontos percentuais, para 79 por cento.

A demanda por voos da Gol no mercado doméstico aumentou 7,4 por cento em abril ano a ano, enquanto a oferta subiu 3,2 por cento, levando a taxa de ocupação a subir 3,1 pontos percentuais frente ao mesmo mês do ano anterior, para 79,2 por cento.

Considerando apenas os números internacionais, a demanda aumentou 3,2 por cento no mês passado, enquanto a oferta teve baixa de 1,5 por cento, com a taxa de ocupação de 78 por cento, elevação de 3,6 pontos em relação a abril de 2016.

Elétricas

Segundo o jornal Valor Econômico, o governo Michel Temer prepara uma reforma do setor elétrico que muda critérios de habilitação dos consumidores livres, altera a forma de venda da energia produzida pela usina binacional de Itaipu e desmonta a espinha dorsal do plano adotado pela ex-presidente Dilma Rousseff para reduzir as contas de luz. As modificações fazem parte de uma medida provisória que deve ser levada para Temer até o fim de junho. 

RD (RADL3)

A RD, ex Raia Drogasil, teve a recomendação cortada de compra para manutenção pelo Santander, com preço-alvo de R$ 74,00. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.