Lucro da Suzano dobra no 2º tri, Petrobras tem vitória nos EUA, recomendações e mais 13 no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta quarta-feira (3), com destaque para a temporada de resultados e também para as notícias sobre Petrobras e Oi. Confira os destaques corporativos desta sessão: 

Petrobras
A Justiça dos Estados Unidos suspendeu por tempo indeterminado o julgamento da ação coletiva contra a Petrobras (PETR3; PETR4), movida pelos acionistas em função dos prejuízos provocados pela corrupção revelada na Operação Lava Jato, em uma vitória da estatal. A informação foi dada pela estatal em comunicado ao mercado na noite desta terça.

A decisão suspende também outras 27 ações individuais movidas por investidores contra a petroleira. Somente a ação coletiva, que tramita desde 2014, requer ressarcimento de até US$ 10 bilhões da estatal. A Petrobras questiona desde fevereiro a validade do processo na primeira instância.

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“A Corte Federal de Apelações do Segundo Circuito (Second Circuit Court of Appeals) proferiu decisão determinando a suspensão da ação coletiva e das ações individuais em curso na Corte Federal de Nova York (District Court), enquanto pendente de julgamento o recurso da Companhia contra a decisão de certificação de classe de 02 de fevereiro de 2016”, explicou a estatal, em fato relevante divulgado hoje na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Com a decisão, o julgamento fica suspenso até que a Corte avalie se há ou não conformidade na decisão da primeira instância sobre os requisitos que compõem uma Class Action. A decisão não estabelece prazo para que a Corte de Apelação se pronuncie sobre o recurso movido pela Petrobras. No comunicado encaminhado à CVM, a estatal afirma ainda que “continuará a defender firmemente os seus direitos”. Segundo o Credit Suisse, a notícia é marginalmente positiva, uma vez que a decisão posterga qualquer possibilidade de desembolso de caixa pela companhia no curto prazo, pelo menos. “Apesar de acreditarmos que decisão de ontem não altera a possibilidade de um resultado final de litígio para a Petrobras, acreditamos que aumentam as chances do julgamento ser postergado. A suspensão deve levar a atrasos no julgamento, uma vez que a apelação da Petrobras só será escutada depois da data marcada na Corte de Nova York, dia 19 de setembro de 2016”.

Já o STF deve julgar ação contra Petrobras até fim do ano, segundo o Estadão. O processo impetrado por São Paulo contra a estatal envolve, até agora, R$ 12 bilhões referentes a pagamento de ICMS, diz Sonia Racy, colunista do jornal. O ministro do STF Gilmar Mendes, relator do processo, disse que deve julgar caso antes do fim do ano.  

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Ainda no noticiário da estatal, ela se prepara para se desfazer da Liquigás, subsidiária que é a segunda maior distribuidora de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de botijão, com uma fatia de 22% do mercado. Segundo um executivo próximo das negociações em curso para a venda da companhia ouvido pelo jornal O Globo, a Petrobras receberá as propostas no dia 19. As empresas interessadas, porém, pedem para que o prazo seja prorrogado até o dia 30, o que ainda está sendo avaliado. A expectativa é que o vencedor seja anunciado em setembro. O valor estimado pelo mercado para a operação fica entre R$ 2,2 bilhões a R$ 2,5 bilhões.

Minerva 
A Minerva (BEEF3) teve lucro líquido de R$ 89 milhões no segundo trimestre de 2016, uma queda de 46,67% ante o lucro de R$ 166,9 milhões registrado no mesmo período de 2015. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 238,50 milhões entre maio e julho de 2016, um aumento de 10,2% ante igual trimestre do ano anterior. A margem Ebitda passou de 9,7% para 10,7%, na mesma base de comparação.

A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 2,221 bilhões no período, com leve queda de 0,3% em um ano. Ante o primeiro trimestre de 2015, quando a receita líquida foi de R$ 2,337 bilhões, houve queda de 5%.

O Bradesco BBI espera que cenário de escassez de gado seja revertido em 2017, quando deve ocorrer uma forte recuperação na disponibilidade de gado, criando o impulso positivo nos resultados e compensando as oscilações do câmbio. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi positivo com Ebitda em linha mesmo com vendas menores, que é explicado pela estratégia de carregar estoques em junho para aproveitar melhores preços de exportação. O estoque encerrou o trimestre R$ 104 milhões maior mas deve se normalizar rapidamente, acelerando a geração de fluxo de caixa livre no terceiro trimestre, enquanto a margem bruta ficou em 20.3% “A queda na exportação de gado vivo segue desapontando, explicando parte da desaceleração das vendas mas ainda sim garantindo um ROIC anualizado de 20%. Neste trimestre, ficou evidente a forte execução que mais do que compensou o cenário macroeconômico desafiador”. O BTG mantém recomendação de compra com perspectiva favorável para bovinos em 2017 e valuation atrativo.

Suzano 
A Suzano (SUZB5) registrou um lucro líquido de R$ 954 milhões no segundo trimestre, alta de 109,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um lucro de R$ 456 milhões. Apesar do aumento, o lucro ficou abaixo da estimativa dos analistas que foi compilada pela Bloomberg, de um lucro de R$ 986 milhões.

A receita líquida ficou em R$ 2,503 bilhões, alta de 5,1% na mesma base de comparação. Já o Ebitda ajustado teve leve alta de 0,9%, para R$ 967 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 38,6%, queda de 1,6 ponto percentual na base de comparação anual. 

A companhia ainda anunciou a redução de capex que, segundo a empresa, reforça a disciplina de capital: expectativa de investimentos em 2016 foi revisada de R$ 2,4 bilhões para R$ 2,1 bilhões, proveniente de negociações e câmbio, além do alongamento do prazo de pagamento.

Arezzo
A Arezzo (ARZZ3) soltou resultado do segundo trimestre, com um lucro líquido de R$ 30,2 milhões, queda de 5,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida foi de R$ 295,75 milhões, 3,6% superior na mesma base de comparação. O Ebitda teve baixa de 4,6%, a R$ 40,98 milhões, enquanto a margem Ebitda foi de 13,9%, 1,2 ponto percentual abaixo do registrado entre abril e junho de 2015. 

Oi
A ANA (Associação Nacional de Proteção dos Acionistas Minoritários) entrou nesta terça com uma representação no MPF (Ministério Público Federal) contra os administradores da Oi  (OIBR4) por não terem cobrado na Justiça supostos prejuízos causados pela Pharol (ex-Portugal Telecom) e pelo Santander (autor do laudo de avaliação da PT utilizados no aumento de capital da Oi em 2014).

A associação alega que houve “omissão dolosa” da parte dos administradores, que deveriam acionar judicialmente os responsáveis pelo aporte dos títulos da Rioforte no capital da Oi. Os minoritários também consideram que houve “superavaliação dos ativos em Portugal e na África” no laudo elaborado pelo Santander Brasil. 

Porém, segundo o Estadão, a Bratel, subsidiária da Pharol, pediu ao juíz responsável pela recuperação judicial da Oi que considere ilegal alteraçào de controle pretendida pela Société Mondiale, diz O Estado de S. Paulo, sem revelar como obteve a informação. A Bratel afirma que Nelson Tanure, investidor do Société Mondiale, é especulador profissional, segundo o jornal. 

Por fim, as multas da Oi com Anatel podem ter redução de 30%, diz Valor Econômico. A Anatel e o TCU negociam um Termo de Ajustamento de Conduta que envolve multas da operadora, afirmou o jornal. A Oi deve R$ 10 bilhões em multas à Anatel e montante pode chegar a R$ 13 bilhões, segundo o jornal. A proposta submetida ao TCU oferece desconto de 25% a 30% no valor das multas. Em contrapartida, a Oi teria de se comprometer em investir valor residual da multa em infraestrutura em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano, diz Valor. O acordo firmado em maio entre Oi e Anatel foi suspenso em julho pelo TCU, que determinou apuração de possíveis irregularidades, diz Valor. O TCU questiona se Oi seria capaz de cumprir acordo em meio ao processo de recuperação judicial.

Usiminas
A Usiminas (USIM5) avalia plano para postergar data de vencimento para seus títulos em dólares, como parte de seu plano de reestruturação da dívida, disseram pessoas próximas à negociação para a Bloomberg.

A Usiminas deve oferecer a credores algumas opções para reestruturar US$ 180 milhões em notas com vencimento em 2018, disseram as pessoas. As fontes pedem para não ser identificadas porque negociação é privada. Embora existam várias opções sobre a mesa, o mais provável é a empresa estender os vencimentos das notas sem um haircut explícito, disseram as pessoas. Recomprar as notas não é uma opção neste momento, disseram as pessoas. A Usiminas não respondeu imediatamente a pedidos de comentários por e-mail ou telefone.

Pão de Açúcar
Segundo o Valor, o documento encaminhado pela Cnova à SEC (Securities and Exchange Commission) revela que a empresa identificou alteração nas contas de reconciliação dos balanços “intencionalmente preparadas pelo ‘staff’ de contabilidade sob orientação da antiga equipe da Cnova Brasil para enganar a equipe de auditoria independente” no país. A Cnova, empresa de comércio eletrônico e subsidiária indireta do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4), informa ainda que foi identificada “má conduta pela área de tecnologia da informação que intencionalmente alterou registros relacionados com o acesso do usuário de alguns dos sistemas de tecnologia da Cnova Brasil para enganar a firma de auditoria” da empresa. 

Bradesco
Não somente o resultado do Bradesco (BBDC4) afeta negativamente os seus papéis: o do HSBC Brasil também pode ser ruim para o banco brasileiro, conforme informa o BTG Pactual. Comprado pelo Bradesco, o HSBC Brasil reportou prejuízo ajustado de US$ 189milhões no segundo trimestre por conta de maiores despesas de Provisões com Devedores Duvidosos. A partir do terceiro trimestre, o HSBC Brasil passa a ser incorporado pelo Bradesco e “vemos os resultados do com bastante cautela. Na nossa opinião é difícil acreditar em benefícios no lucro do Bradesco no curo prazo pela incorporação de um banco que segue deficitário. Apesar de todos os ajustes que o Bradesco venha a fazer, o fato é que ninguém esperava resultados tão fracos no HSBC à essa altura do campeonato”, afirma o BTG.

Energias do Brasil (ENBR3)
As tarifas EDP Escelsa vão diminuir em média 2,8% em um reajuste tarifário aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta terça-feira. A tarifa entra em vigor no dia 7 de agosto e tem a duração de um ano. 

“Em relação à tarifa atualmente aplicada, o efeito médio a ser percebido pelos consumidores do mercado regulado será de uma redução de 2,8%, em função da redução dos custos com energia no Brasil, fruto da queda do nível médio de preços”, disse a Aneel.

Bombril
A Bombril (BOBR3) avalia financiamento e venda de ativos não estratégicos. A companhia disse que “no contexto da reestruturação divulgada ao mercado”, “continua trabalhando em conjunto com seus assessores financeiros na avaliação de alternativas estratégicas para rever seus processos e para fortalecer a sua estrutura de capital”, segundo comunicado.

“Dentre as alternativas avaliadas pela companhia, inclui-se a prospecção de possíveis oportunidades relacionadas à contratação de um financiamento de longo prazo e à alienação de ativos não estratégicos, sendo certo, porém, que, até o presente momento, sequer foi tomada uma decisão relativa a qualquer dessas alternativas”.

Elétricas
Anunciada há quatro anos pela presidente afastada Dilma Rousseff, a polêmica redução das tarifas de energia continua a gerar prejuízo para o consumidor. Ontem, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluiu que a Chesf tem direito a receber indenização de R$ 5,1 bilhões por investimentos realizados em linhas de transmissão construídas antes do ano 2000. O valor será pago por meio da conta de luz.

Subsidiária da Eletrobras (ELET6), a Chesf pleiteava um valor de indenização maior, de R$ 5,6 bilhões, com base em um laudo técnico contratado pela própria empresa. A conta de R$ 5,1 bilhões da Aneel tem como base a data de 31 de dezembro de 2012, ano em que o governo publicou a Medida Provisória 579, que prorrogou as concessões de geradoras e transmissoras em troca de uma redução de 20% nas tarifas. A adesão de empresas da Eletrobras foi fundamental para que fosse possível reduzir as tarifas à época. Mas as empresas exigiram como contrapartida uma indenização por investimentos que, teoricamente, ainda não haviam sido totalmente recuperados. É esse dinheiro que a Chesf vai receber agora.

Entre as subsidiárias da Eletrobras, a Aneel já calculou uma indenização de R$ 9 bilhões para Furnas e de R$ 1 bilhão para a Eletrosul. Ainda falta concluir as contas sobre o valor devido à Eletronorte, que pleiteia R$ 2,9 bilhões. A CTEEP tem direito a uma indenização de R$ 3,9 bilhões. Também faltam os valores devidos à Cemig, Copel e Celg. Juntas, todas as transmissoras alegam ter direito algo entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.

Sabesp
A Sabesp (SBSP3) teve a sua recomendação rebaixada de compra para neutra pela Janney Montgomery, com preço-alvo de R$ 29,00 por ação.

Sanepar
A Sanepar (SAPR4) aprovou oferta de R$ 250 milhões em 6ª emissão de debêntures. A oferta para investidores qualificados em 3 séries foi aprovada pelo conselho, segundo fato relevante. As séries terão prazo de 2, 3 e 5 anos, vencendo em 15 de agosto de 2018, 2019 e 2021, respectivamente. Os recursos destinados a complementar plano de investimentos da companhia e ao capital de giro a ser utilizado pela empresa. A remuneração a ser definida em bookbuilding.

Metalúrgica Gerdau e Gerdau
A Metalúrgica Gerdau (GOAU4) aprovou emissão de R$ 200 mi em notas promissórias. Esta será a segunda emissão da companhia, em série única, segundo comunicado ao mercado. O prazo é de 180 dias para investidor qualificado. Os recursos serão usados para amortização, pagamento de juros e/ou quitação de dívidas de curto prazo e reforço de caixa, disse a companhia. A remuneração é DI + 1,80%. Já a Gerdau (GGBR4teve aval da União Europeia para joint venture com Sumitomo.

Aliansce
A Aliansce (ALSC3) informou que a GGPBRIII e Luanda vendem todas as 18,3 milhões de ações ordinárias que tinham da empresa para a Aspiracional. 

CSN
Segundo o Valor Econômico, a CSN (CSNA3) restringiu para três o número de interessados no seu terminal de contêineres, o Sepetiba Tecon, no porto de Itaguaí (RJ). Restam sobre a mesa as propostas da gigante operadora de terminais PSA, de Cingapura; da Terminal Link (ligada ao armador francês CMA CGM) e que está associada à gestora de ativos logísticos Logz; e da brasileira Multiterminais. A estimativa é que o negócio possa ser concluído ainda neste mês. Procurada, a CSN preferiu não se manifestar.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.