Lucro da SulAmérica cai 64,3% no 1º trimestre de 2020; Pão de Açúcar tem prejuízo e outros destaques

Outras empresas também divulgaram resultados nesta quarta-feira, como SLC Agrícola, Enauta e Mahle Metal Leve

Anderson Figo

(Getty)

SÃO PAULO — Muitas companhias da Bolsa brasileira divulgaram seus resultados após o fechamento do mercado nesta quarta-feira (13). Entre elas, a SulAmérica (SULA11) viu seu lucro líquido cair 64,3% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 79,7 milhões. Sobre o trimestre anterior, a queda foi de 82,4%.

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“Considerando a importante contribuição do resultado financeiro para os números da companhia, o primeiro trimestre do ano foi severamente impactado pela deterioração dos mercados financeiros em meio às incertezas da pandemia da Covid-19”, disse a empresa em seu balanço.

“Ainda que represente uma parcela pequena do nosso portfólio de ativos próprios, a parcela alocada em renda variável (1,2%), a qual mantivemos estruturalmente preservada, apresentou desvalorização relevante, que, somada à redução da taxa Selic média no período, levou a uma redução de 77,1% no resultado financeiro do trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior”, completou.

O resultado financeiro, que foi de R$ 39,3 milhões nos três primeiros meses deste ano, também registrou baixa na comparação com o último quarto de 2019, de 71,4%.

Apesar disso, a companhia observou um aumento de 7,2% nas receitas operacionais de um ano para o outro, chegando aos R$ 5,632 bilhões. Sobre o trimestre anterior, houve redução de 2,1%.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 15,3% nos últimos doze meses, 0,8 ponto percentual abaixo do registrado nos doze meses findos em março de 2019. Em dezembro do ano passado, o percentual era de 17,6%.

Veja abaixo os destaques dos balanços de outras companhias que também foram divulgados hoje.

Pão de Açúcar

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) teve prejuízo líquido de R$ 109 milhões no primeiro trimestre de 2020, frente ao lucro de R$ 190 milhões registrado um ano antes.

Já o prejuízo líquido dos acionistas controladores foi de R$ 130 milhões, “explicado principalmente por maior depreciação com a consolidação do Grupo Éxito e maior custo da dívida”, segundo a própria companhia.

O GPA registrou, no entanto, um lucro bruto consolidado de R$ 4,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a um aumento de 48,5% sobre o mesmo período de 2019, com margem bruta de 21,1%.

A empresa disse que isso é reflexo do “excelente desempenho da operação no Brasil e a primeira consolidação da operação do Grupo Éxito.”

A receita líquida consolidada foi de R$ 19,682 bilhões, um crescimento de 54,9% sobre o primeiro trimestre do ano passado. “Houve aumento significativo das vendas em todos os formatos desde o início do período de pandemia, confirmando a assertividade e forte aderência dos modelos frente a necessidade dos clientes”, explicou o grupo.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado atingiu R$ 1,2 bilhão, alta de 38,3% sobre os três primeiros meses de 2019.

A margem Ebitda (relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa) foi de 6,1% no fim de março, 0,7 ponto percentual abaixo do valor visto um ano antes.

A dívida líquida do grupo passou de R$ 4,079 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 11,207 bilhões nos três primeiros meses deste ano. Já a dívida líquida ajustada pelo saldo de recebíveis não antecipados totalizou R$ 10,8 bilhões, equivalente a 2,5x dívida líquida/Ebitda ajustado.

O aumento da dívida refletiu principalmente a captação de recursos destinados à aquisição do Grupo Éxito, segundo o GPA. “O maior patamar de alavancagem está em linha com o planejado pela companhia, permanecendo em patamar considerado adequado.”

SLC Agrícola

O lucro líquido da SLC Agrícola (SLCE3) cresceu 40,4% no primeiro trimestre de 2020 frente ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 156,4 milhões. Segundo a companhia, o principal fator que contribuiu para essa variação foi a variação do valor justo dos ativos biológicos na soja (aumento de R$ 147,7 milhões versus o primeiro trimestre de 2019).

“A variação é explicada pelas premissas que foram utilizadas no cálculo. (…) Após o cálculo da variação do valor justo do ativo biológico da soja da safra 2018/19, houve melhoria nos preços e na produtividade da cultura, fazendo com que a variação do valor justo subestimasse o resultado dessa cultura naquele ano”, explicou a empresa em seu balanço.

O Ebitda ajustado foi de R$ 182,8 milhões, com declínio de 19,9% em relação aos três primeiros meses do ano passado. E, de acordo com a SLC, os principais fatores que contribuíram para essa variação foram o menor volume faturado de soja e a menor margem do algodão faturado no comparativo entre os trimestres.

“A margem inferior no algodão foi oriunda da menor produtividade da cultura na safra 2018/19 versus a safra 2017/18, combinado com aumento de custos por hectare”, disse a empresa.

A receita líquida cresceu 2,2% no primeiro trimestre de 2020 frente o valor visto um ano antes, apesar da queda de 4,5% no volume faturado.

No algodão em pluma, produto que possui maior valor agregado, o volume faturado foi 22,9% superior ao do primeiro trimestre de 2019. Com exceção da soja, todas as culturas obtiveram aumento do preço unitário na comparação anual.

Já a dívida líquida ajustada da companhia encerrou o primeiro trimestre de 2020 em R$ 1,4 bilhão, um aumento de R$ 475 milhões em relação ao valor registrado em dezembro, levando a relação dívida líquida/Ebitda para 1,9x.

Mahle Metal Leve

O lucro líquido da Mahle Metal Leve (LEVE3) despencou 66,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2019, para R$ 21,5 milhões. Sobre o trimestre anterior, a queda foi de 67,5%.

Com isso, a margem líquida da empresa também reduziu consideravelmente tanto na comparação anual (menos 6,6 pontos percentuais) quanto na trimestral (menos 7,4 pontos percentuais), encerrando março em 3,7%.

A companhia também observou uma queda em sua receita líquida de vendas, de 7,9% sobre o valor registrado um ano antes e de 3,7% sobre o último trimestre de 2019, totalizando R$ 573,8 milhões nos três primeiros meses deste ano.

Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 23,9% na comparação anual, para R$ 91,5 milhões. Sobre o último trimestre de 2019, no entanto, houve uma alta de 19,5%.

Assim, a margem Ebitda (relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa) da companhia subiu 3 pontos percentuais na comparação trimestral, para 15,9%. Um ano antes, ela estava em 19,3%.

“No primeiro trimestre de 2020, o cenário global foi marcado pelos desdobramentos iniciais da pandemia causada pela Covid-19 e a companhia está monitorando os possíveis riscos inerentes a esta pandemia que possam vir a afetar suas operações”, afirmou a Metal Leve em seu balanço.

“Acompanharemos a evolução de todo o contexto econômico no Brasil e global, visando adequar às operações de acordo com o volume dos negócios. Quanto aos recebíveis, todas as medidas foram tomadas para mitigação dos riscos de não serem quitados, tais como, renegociações e prorrogações quando as mesmas foram solicitadas”, completou.

Enauta

O lucro líquido da Enauta (ENAT3) aumentou 50,7% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com igual período de 2019, para R$ 76,8 milhões. Sobre o trimestre anterior, houve uma queda de 24,8%.

O mesmo aconteceu com a receita líquida da companhia, que caiu na comparação trimestral (menos 28,2%), mas teve crescimento de 40% sobre o valor registrado um ano antes, totalizando R$ 290,3 milhões.

Já o Ebitdax (lucro antes do Imposto de Renda, contribuição social, resultado financeiro e despesas de amortização, mais despesas de exploração com poços secos ou sub-comerciais) da empresa ficou em R$ 195,1 milhões nos três primeiros meses deste ano, 53,8% maior do que o registrado em igual período de 2019, mas 24,7% abaixo do valor visto no trimestre anterior.

Com isso, a margem Ebitdax (relação percentual entre a receita líquida e o Ebitdax) da empresa encerrou março em 67,2%, o que representa uma alta de 6,0 pontos percentuais sobre o valor visto um ano antes e de 3,1 pontos percentuais sobre o trimestre anterior.

“Prudência é a marca registrada da Enauta e não poderia ser diferente nesse momento de pandemia global da Covid-19, que intensificou os impactos da crise na indústria do petróleo, levando a uma volatilidade intensa e quedas nas cotações da commodity sem precedentes”, disse a empresa em seu balanço.

“As decisões de investimento em exploração e produção de petróleo demandam visão de longo prazo. E, neste momento, a visibilidade sobre a capacidade de retomada do preço do Brent, com maior equilíbrio entre oferta e demanda, está extremamente prejudicada. Seguiremos com nossa postura prudente e técnica em nossas decisões”, completou.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.