Lucro da SLC encolhe 60% no 1º tri com preços e produtividade da soja em queda

Ebitda recuou 28,9%, para R$ 704 milhões, o pior desempenho em três anos para um primeiro trimestre

Alexandre Inacio

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A SLC Agrícola (SLCE3) viu seu lucro líquido encolher 60% no primeiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, e encerrar o ciclo em R$ 228,94 milhões. O resultado reflete a queda de produtividade da soja e também a retração dos preços do grão no mercado internacional.

Com menos soja para vender e preços em queda, a receita da companhia no período recuou 11,8%, para R$ 1,95 bilhão, ante o primeiro trimestre de 2023. Já o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) diminuiu 28,9% e fechou o primeiro trimestre em R$ 704,22 milhões.

Para a SLC, o resultado obtido com a soja no primeiro trimestre de cada ano é o que determina o desempenho da companhia no período. O volume comercializado recuou 16% em comparação ao primeiro trimestre de 2023, enquanto o valor do produto expedido caiu 25%.

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“Um resultado como esse já era de certa forma esperado. Ainda assim, acabou ficando dentro de um patamar compreensivo dada as circunstâncias”, disse Aurélio Pavinato, CEO da SLC.

Segundo o executivo, a queda no volume de vendas foi praticamente a mesma registrada na produtividade (-17%). A falta de chuvas no início do plantio e durante o desenvolvimento da soja em Mato Grosso, no último trimestre do ano passado, gerou perdas importantes no Estado.

As boas notícias ficaram por conta do algodão. A SLC registrou uma grande produção no ano passado. Parte desse volume foi carregado de um ano para outro e comercializado no primeiro trimestre de 2024. Assim, o volume negociado passou de 77 mil toneladas, 51% a mais do que no primeiro trimestre de 2023.

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Safra 2024/25

Com a soja colhida e as safrinhas de milho e algodão bem encaminhadas, a SLC já se prepara para o plantio da safra 2024/25. Depois de ver seu pacote total de custos cair cerca de 10% na safra 2023/24, a companhia espera por uma nova redução.

“Os fertilizantes já estão comprados e a preços menores do que o ano passado. Percebemos que os valores voltaram para dentro das médias históricas. Estamos negociando agora os defensivos, que também estão mais baratos, inclusive, em patamares um pouco mais baixos do que a média”, disse Pavinato.

Segundo o executivo, ainda não é possível estimar de quanto será a redução nos custos na safra que ainda será plantada. Contudo, a expectativa é que haja, sim, um novo ajuste.