Lucro da Minerva cai 54% e da Iguatemi salta 6 vezes no 2º tri; Even, Direcional e mais empresas divulgam resultados

Temporada de balanços agita a noite desta segunda-feira (9)

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A noite desta segunda-feira (9) é marcada por uma série de novos resultados do segundo trimestre, com atenção especial para os números da Minerva, Itaúsa e algumas construtoras.

Confira os principais resultados que foram publicados após o fechamento:

Minerva (BEEF3)

A Minerva registrou lucro líquido de R$ 116,7 milhões no segundo trimestre, queda de 54% ante o mesmo período do ano passado. Apesar disso, a empresa ainda vê um cenário positivo puxado por exportação e sinergia entre as operações sul-americanas.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia atingiu R$ 544,9 milhões no período, recuo de 7,7% no mesmo comparativo.

O diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, disse que o destaque do trimestre é o lucro líquido pois, apesar da queda, trata-se de um “resultado realmente muito forte”, mas que é comparado a uma base mais elevada — em 2020, a pandemia da Covid-19 elevou a demanda por alimentos em diversos setores.

“Houve queda ante o segundo tri do ano passado, mas porque (2020) foi um ponto fora da curva”, afirmou a jornalistas em videoconferência.

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A receita líquida da empresa atingiu R$ 6,28 bilhões no segundo trimestre, alta de 42,9% no ano a ano.

O CEO da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, disse que ainda há certas dificuldades logísticas no mercado global, com falta de contêineres e tempos mais longos para transportes de cargas, mas a demanda externa segue aquecida.

“A Ásia segue como o grande vetor comprador… e a China como o principal destaque. No segundo trimestre de 2021, cerca de 36% da nossa receita de exportação teve origem no mercado chinês”, informou a empresa, mesmo diante de entraves relacionados à pandemia da Covid-19.

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa, holding controladora do Itaú Unibanco (ITUB4), registrou lucro líquido de R$ 3,5 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 487% superior ao apresentado um ano antes.

O lucro líquido recorrente, por sua vez, foi de R$ 2,86 bilhões no período, alta de 99% sobre o mesmo período de 2020.

O resultado reflete a combinação de melhora da economia brasileira após o choque da pandemia do coronavírus, e também de efeitos fiscais extraordinários.

A alta do lucro foi impactada, principalmente pelo resultado de seu principal ativo, o Itaú, além de um ganho de R$ 476 milhões com a reavaliação de crédito tributário com a majoração da alíquota da CSLL.

Além disso, um ano antes, a Itaúsa tinha reportado despesa extraordinária de R$ 543 milhões com sua unidade CorpBanca, no Chile, e outra de R$ 312 milhões com doação a um programa para combate aos efeitos da pandemia.

A Itaúsa ainda reportou aumento de receitas com ativos não financeiros, incluindo a fabricante de calçados Alpargatas (ALPA4); a Dexco (DTEX3), de louças e painéis de madeira; da transportadora de gás NTS; e da Copa Energia.

Já o ativo total da holding passou de R$ 56,55 bilhões para R$ 69,42 bilhões entre o segundo trimestre do ano passado e este, uma alta de 22,8%.

O endividamento líquido, por sua vez, teve um salto de 1.715% em um ano, passando de R$ 213 milhões entre abril e junho de 2020 para R$ 3,867 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Além disso, em outro comunicado, a companhia informou o pagamento de juros sobre capital próprio brutos de R$ 0,03734 por ação, por conta do dividendo obrigatório do exercício de 2021. Com o desconto de 15% do imposto de renda na fonte, o JCP líquido será de R$ 0,031739.

O valor será pago no dia 26 de agosto e terão direito os acionistas com ações ITSA4 no dia 13 de agosto, com os papéis passando a negociar na forma “ex” a partir de 16 de agosto. Contando os dividendos já anunciados este ano, a companhia irá pagar R$ 798 milhões em proventos líquidos.

Iguatemi (IGTA3)

A rede Iguatemi, dona de 14 shopping centers, dois outlets e três torres comerciais, apresentou lucro líquido de R$ 279 milhões no segundo trimestre de 2021, montante seis vezes maior do que no mesmo período de 2020.

O Ebitda atingiu R$ 108,9 milhões, recuo de 5,4% na mesma base de comparação. A margem Ebitda diminuiu 7,6 pontos porcentuais, para 63,9%.

A receita operacional líquida totalizou R$ 170,3 milhões, aumento de 5,8%.

A disparada no lucro líquido da Iguatemi partiu da linha de resultado financeiro, onde foi apurada uma receita de R$ 365,5 milhões em contrapartida a uma despesa de R$ 19,5 milhões um ano antes.

Por trás dessa linha está a participação de 10% que a Iguatemi possui, via fundo, na Infracommerce, empresa de soluções digitais para o comércio eletrônico. Esta empresa entrou na Bolsa em maio, levando a Iguatemi a fazer a marcação a mercado do ativo em seu balanço, o que gerou o ganho extraordinário ‘não caixa’.

A Iguatemi também apresentou melhora dos seus resultados operacionais. A receita líquida cresceu ajudada pela reabertura dos shoppings e pela redução dos descontos no aluguel dos lojistas com mais alívio da pandemia.

Os resultados acima também já embutem o efeito da linearização dos descontos – prática contábil que dilui os descontos nos aluguéis ao longo dos períodos de vigência dos contratos. A linearização contribuiu com apenas R$ 2,7 milhões neste trimestre, 97% menos do que um ano antes.

A reabertura dos shoppings também elevou a linha de custos e despesas em 92%, para R$ 74,4 milhões.

A Iguatemi chegou ao fim de junho com dívida total de R$ 3,08 bilhões, 6,2% abaixo de março. A disponibilidade de caixa encontrava-se em R$ 1,8 bilhões, 10% a mais nessa comparação sequencial. Com isso, a dívida líquida ficou em R$ 1,3 bilhões, com uma alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) de 2,58 vezes.

São Martinho (SMTO3)

A companhia de açúcar e etanol São Martinho reportou lucro líquido de R$ 190,1 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2021/22, alta de 64,3% na comparação anual, em período que a empresa obteve maior preço médio na venda de todos os seus produtos.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da companhia somou R$ 688,3 milhões, avanço de 40,1% no ano a ano.

“Reflexo principalmente do maior preço médio de comercialização de etanol (+84,7%), açúcar (+28,3%), cogeração (+24,9%), além do volume de comercializado de CBios”, disse a empresa em relatório sobre o aumento do Ebitda.

A receita líquida da São Martinho atingiu R$ 1,32 bilhão, variação positiva de 28,8% em relação ao mesmo período do ano passado, também apoiada pelos preços mais elevados de vendas, enquanto o fluxo de caixa operacional totalizou R$ 448 milhões, crescimento de 49,7%.

Já a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, que mede a alavancagem da companhia, ficou em 1,02 vez, redução de 30,8% no ano a ano.

Even (EVEN3)

A construtora Even registrou lucro líquido de R$ 54 milhões entre abril e junho deste ano, uma alta de 102% na comparação com o mesmo período de 2020. Na comparação com o primeiro trimestre, porém, houve uma queda de 35,2% no lucro.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado teve um crescimento de 17,3% na comparação anual, ficando em R$ 65 milhões no segundo trimestre.

A receita líquida, por sua vez, cresceu 39,5%, ficando em R$ 522,38 milhões, puxadas principalmente pelas vendas de R$ 354 milhões, com VSO consolidada de 16%.

O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) anualizado, encerrou o segundo trimestre em 12,3%, um avanço de 6 pontos percentuais sobre os 6,6% apresentados entre abril e junho de 2020.

Direcional (DIRR3)

A Direcional apresentou lucro líquido de R$ 40,688 milhões no segundo trimestre de 2021, o que representa crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2020.

O Ebitda ajustado somou $ 89,996 milhões, avanço de 47,8% na mesma margem de comparação. A margem Ebitda ajustado cresceu 6,4 pontos porcentuais, para 21,3%.

A margem bruta subiu 5,0 pontos porcentuais, para 38,0%, o maior patamar já registrado pela Direcional após o seu IPO. Já a receita operacional líquida totalizou R$ 422,162 milhões, aumento de 3,4%.

O resultado financeiro líquido piorou, ficando negativo em R$ 14,423 milhões, ante resultado negativo de apenas R$ 1,393 milhão um ano antes.

A grande responsável pelo crescimento do lucro da Direcional no período foi a melhora das margens. Segundo a companhia, essa melhora decorreu da apuração de economias nas obra dos projetos que estão em estágio avançado de construção e, portanto, com menor exposição ao aumento de custo de insumos que tem pressionado todo o setor.

A prática da incorporadora é de reconhecer eventuais economias apenas na parte final de cada obra. “Desse modo, a despeito do cenário atual de aumento de custos, as apropriações de economia de obra (…) foram mais do que suficientes para compensar a pressão inflacionária em projetos que estão sendo iniciados”, descreveu a empresa.

As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 64 milhões, um incremento anual de 36%, enquanto as despesas comerciais totalizaram R$ 45 milhões, avanço de 14%.

A Direcional encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 241,610 milhões, sete vezes mais do que um ano antes. Nesse período, a dívida bruta subiu 35%, para R$ 880,866 milhões, enquanto as disponibilidades em caixa subiram 13,3%, para R$ 946,589 milhões.

A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) foi de 2,3% para 18,6%, refletindo principalmente o pagamento de dividendos aos acionistas e operações para captação de recursos ao longo do último ano.

Mitre (MTRE3)

A incorporadora Mitre teve lucro líquido de R$ 21,2 milhões no segundo trimestre, alta de 113% ante o mesmo período de 2020.

A receita líquida, por sua vez, aumentou 153%, para R$ 164,7 milhões, refletindo a aceleração da evolução física de obras e início das atividades em alguns canteiros.

Já a margem bruta da companhia passou de 31,9%, no segundo trimestre do ano passado, para 34,7% entre abril e junho de 2021. A incorporadora informou também margem bruta ajustada de 35,5%, ante 35% no mesmo período do ano passado.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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