Lucro da Guararapes salta 183%, mas frustra projeções; Multiplus e mais 5 resultados agitam o radar

Confira as principais notícias corporativas da noite desta terça-feira (7)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A temporada de resultados voltou a ganhar força na noite desta terça-feira (7), com destaque para a Guararapes vendo seu lucro saltar 183% em um ano. Multiplus e Qualicorp também registraram forte avanço no lucro em relação ao mesmo período do ano passado. Confira os destaques:

Guararapes (GUAR3)
A Guararapes, controladora da Riachuelo, reportou lucro líquido de R$ 50,4 milhões no terceiro trimestre de 2017, crescimento de 183,2% ante o mesmo período de 2016. Apesar da melhora, o resultado frustrou a expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que projetavam um lucro de R$ 55,95 milhões.

No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o lucro da Guararapes foi de R$ 243,3 milhões, montante equivalente a 3,7 vezes o lucro do mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) atingiu R$ 162,2 milhões entre julho e setembro, alta de 48,7% em um ano e novamente abaixo da projeção do mercado, que era de R$ 178,5 milhões.

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A companhia divulga ainda o Ebitda ajustado ao incentivo fiscal de Imposto de Renda. O resultado ajustado foi também de R$ 162,2 milhões entre julho e setembro, com crescimento de 29,6% ante o mesmo trimestre do ano anterior, dado o maior volume de incentivos fiscais do ano passado.

A receita líquida da Guararapes no terceiro trimestre chegou a R$ 1,543 bilhão, montante 10,7% mais alto que o dos mesmos meses do ano anterior. Os analistas consultados pela Bloomberg esperavam receita de R$ 1,552 bilhão.

Multiplus (MPLU3)
A Multiplus registrou lucro líquido de R$ 162,4 milhões no terceiro trimestre, um crescimento de 21,1% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O lucro do período contou com um efeito não recorrente de atualização monetária e créditos tributários oriundos de antecipações de impostos federais (IRPJ e CSLL) no ano de 2010.

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A margem líquida da Multiplus ficou em 29,5% de julho a setembro deste ano, um crescimento de 4,7 pontos porcentuais (p.p.) em relação ao verificado em igual período de 2016 e de 8,1 p.p. frente ao trimestre imediatamente anterior.

O lucro operacional da companhia caiu 10,0% no terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 130,7 milhões. A margem operacional no período foi de 23,7%, queda de 3,1 p.p. em um ano.

No trimestre, a Multiplus contabilizou uma receita financeira líquida de R$ 54,9 milhões, 41,5% maior que o registrado em igual intervalo do ano passado. Já a receita líquida da empresa ficou em R$ 550,8 milhões no período, uma alta de 1,6% na comparação anual.

Qualicorp (QUAL3)
A Qualicorp registrou lucro líquido de R$ 113,3 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 52,6% ante mesma etapa do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, ficou em R$ 246,7 milhões, aumento de 33,8% sobre um ano antes. Na base ajustada, o Ebitda subiu 27,5%, para R$ 265,1 milhões.

A última linha do resultado foi favorecida pela alta anual de 5% da receita líquida, a R$ 547,7 milhões. A base de clientes da companhia subiu na medição sequencial pela primeira vez após nove trimestre seguidos de queda, chegando a 4,64 milhões de beneficiários no fim de setembro.

Já as despesas operacionais caíram 6,6%, a R$ 356,6 milhões, refletindo, principalmente, os menores gastos com pessoal, incluindo demissão de funcionários. No fim de setembro, a dívida líquida da Qualicorp somava R$ 79,9 milhões, uma queda de 81,8% ante o final de 2016.

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV Engenharia, maior operadora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), lucrou R$ 202 milhões no terceiro trimestre de 2017, 34,8% mais do que o registrado no mesmo período de 2016.

O lucro foi impulsionado pelo ganho não recorrente de R$ 46,5 milhões registrado na linha de “outras receitas e despesas”, oriundo da capitalização da subsidiária Log Commercial Properties. Na ocasião, a MRV fez um aporte ao preço de R$ 22,00 por ação, abaixo do valor patrimonial de R$ 35,18, e ainda aumentou sua participação no negócio.

Sem considerar esse efeito, o lucro líquido da MRV no terceiro trimestre ficou em R$ 155,5 milhões, ainda assim 3,7% maior na comparação anual. Essa melhora reflete a evolução contínua dos lançamento e vendas, com ganhos de escala e aumento de produtividade.

A incorporadora também teve melhora na linha de equivalência patrimonial, que ficou negativa em R$ 12 milhões, ante um resultado negativo de R$ 15 milhões um ano antes. A linha inclui os resultados de Log, Urbamais, Prime e MRL. Segundo a MRV, a reestruturação dos negócios da Prime, no Centro-Oeste, foi concluída. A subsidiária já apresenta margem bruta de 36,7%, ante 34,1% do grupo.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 273 milhões no terceiro trimestre, alta de 69,5% na comparação anual. A margem Ebitda aumentou 7,2 pontos porcentuais, para 21,9%.

A MRV também registrou uma receita líquida de R$ 1,245 bilhão, avanço de 13,6%. O faturamento foi recorde trimestral da companhia, sustentado pelo avanço das operações.

Conforme dados já divulgados, os lançamentos somaram R$ 1,413 bilhão em valor geral de vendas (VGV) entre julho e setembro, alta de 72,2% frente aos mesmos meses do ano passado. As vendas líquidas alcançaram R$ 1,281 bilhão, crescimento de 20,8%.

A MRV fechou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 353 milhões, queda de 11,7% ante o segundo trimestre. No período, a alavancagem (relação entre dívida e patrimônio líquido) baixou de 7,2% para 6,1%.

Sonae Sierra (SSBR3)
A Sonae Sierra Brasil, dona de nove shopping centers no País, registrou lucro líquido (atribuível aos acionistas) de R$ 21 milhões no terceiro trimestre de 2017, alta de 28,8% em relação ao mesmo período de 2016. O crescimento também foi visto no acumulado dos nove primeiros meses, quando o lucro alcançou R$ 93,227 milhões, 139,9% maior do que em igual intervalo de 2016.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 60,4 milhões entre julho e setembro, avanço de 7,7% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, o Ebitda totalizou R$ 181,2 milhões, ante R$ 173,2 milhões do mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda cresceu de 67,3% para 69,5% no terceiro trimestre e ficou praticamente estável no acumulado do ano em 69,6%, ante 69,8% nos primeiros nove meses de 2016.

A receita líquida somou R$ 86,9 milhões no terceiro trimestre, alta de 4,2%. Nos primeiros nove meses de 2017, a receita foi de R$ 260,1 milhões, crescimento de 4,4%.

A companhia também apresentou lucro operacional medido pelo FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) de R$ 39,1 milhões no terceiro trimestre, aumento de 21,4%. No acumulado do ano, o FFO foi de R$ 116,1 milhões, avanço de 17,9% na comparação anual.

Segundo a Sonae Sierra Brasil, as condições de mercado mantiveram a tendência de recuperação vista nos últimos trimestres e solidificaram a retomada da economia brasileira no terceiro trimestre de 2017. “As taxas de desemprego têm caído consistentemente nos últimos meses, enquanto que indústria e varejo retomaram o crescimento, a inflação está sob controle e as taxas de juros seguem em queda. O índice de confiança dos consumidores também segue tendência de alta”, explica a companhia.

Entre julho e setembro o resultado financeiro ficou negativo, com uma despesa líquida de R$ 13,6 milhões, queda de 11% ante mesmo período de 2016, beneficiada por inflação e taxa de juros mais baixas.

Iguatemi (IGTA3)
A Iguatemi viu seu lucro líquido subir 30,6% no terceiro trimestre ante o ano anterior, sustentada pela melhora das vendas por lojistas e na queda das despesas financeiras, em meio aos esforços de desalavancagem em um cenário de juros básicos menores. A empresa lucrou R$ 53,06 milhões no período.

A receita líquida, por sua vez, avançou 5,3% ano a ano, para R$ 169,69 milhões, com alta de 5,8% no faturamento com aluguel e de 6% com estacionamento. Já as vendas totais aumentaram 6,8%, para R$ 3,1 bilhões. Já as vendas mesmas lojas subiram 5,9% em um ano.

Já o Ebitda fechou o período entre julho e setembro em R$ 133,8 milhões, 4,6% maior que o do terceiro trimestre do ano passado, com a margem Ebitda atingindo 78,9% ao fim do período.

Comgás (CGAS5)
A Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), distribuidora de gás natural com atuação em parte do Estado de São Paulo, incluindo a região metropolitana, registrou um lucro líquido normalizado pela conta corrente regulatória de R$ 214,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, montante 19,4% maior do que o reportado no mesmo intervalo de 2016. O indicador normalizado, na visão da administração, é o que melhor reflete o desempenho da companhia. Pelo critério IFRS, o lucro líquido foi de R$ 207,9 milhões, representando uma queda da ordem de 3,7% sobre igual período do ano passado.

O Ebitda normalizado pela conta corrente regulatória somou R$ 476,9 milhões no terceiro trimestre, alta de 6,4% na comparação anual. A companhia salientou que o desempenho reflete o maior volume de vendas e a correção das margens da companhia pela inflação no último mês de maio. O Ebitda IFRS somou R$ 463,254 milhões no terceiro trimestre, o que corresponde a uma queda de 6,4%.

A receita líquida totalizou R$ 1,5 bilhão entre julho e setembro, montante 11,3% maior na comparação com o mesmo período de 2016. A companhia explica que o resultado reflete o crescimento do volume de gás distribuído no trimestre e o ajuste das tarifas em maio de 2017, conforme definido pela agência reguladora, a Arsesp.

De julho a setembro, o volume de vendas da Comgás foi de 1,11 bilhão de metros cúbicos, o que corresponde a uma expansão de 4,6% em relação ao registrado na mesma etapa de 2016.

Dentre as classes de consumo, destaque para o crescimento de 4,5% registrado pelas indústrias, na comparação com o terceiro trimestre de 2016. De acordo com a companhia, o aumento é decorrente do maior consumo “de alguns clientes”, além da retomada gradual da atividade econômica. A empresa salientou o desempenho dos setores químico/petroquímico, automotivo e siderúrgico.

Os segmentos residencial e comercial também registraram uma elevação do consumo, de 4,5% e 4,7%, respectivamente, impulsionados principalmente pela adição de novos consumidores. A empresa anotou um aumento de 101 mil clientes nos últimos 12 meses apenas no segmento residencial. Somente entre julho e setembro, foram realizadas 27 mil novas conexões, para um total de 1,768 milhão de clientes, o que corresponde a um crescimento é de 6,1% frente ao observado em setembro de 2016.

(Com Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.