Lojas Renner (LREN3) lucra 9,4% mais no 4º tri, a R$ 526,9 mi, e vê 2024 melhor

Vendas mais fortes, melhora do serviço financeiro e ganhos com crédito tributários explicam melhora da companhia na base anual

Vitor Azevedo

(Crédito editorial: rafapress / Shutterstock.com)

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A Lojas Renner (LREN3) teve um lucro líquido de R$ 526,9 milhões no quarto trimestre de 2023, número 9,4% maior do que os R$ 481,8 milhões registrados no mesmo período do ano imediatamente anterior. A quantia também veio acima do consenso da LSEG, que antecipava um lucro de R$ 511,4 milhões.

Em parte, a melhora acompanha o avanço da receita, que foi de 7,1%, chegando a R$ 3,8 bilhões entre outubro e dezembro. “As vendas ficaram em linha com as expectativas de um período de maior crescimento e ancoradas, basicamente, por maiores volumes de peças, inclusive na Black Friday e no Natal”, explica a varejista de moda, no documento publicado na noite desta quinta-feira (14).

O balanço menciona ainda que uma maior assertividade das coleções, bem como medidas de percepção de preço e mudanças no merchandising também deram resultados. “O fator preço perdeu relevância como detrator da jornada do cliente (NPS), as lojas de perfil popular diminuíram seu gap de performance versus as demais”, diz a Lojas Renner. Eles também destacam o crescimento de 17% das vendas digitais, cujo volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês), chegou a R$ 645,5 milhões.

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Nesta frente, em entrevista ao InfoMoney, o CFO Daniel Martins dos Santos defendeu que, apesar da companhia ter derrubado alguns preços para atrair mais clientes, a medida levou as pessoas a comprarem mais, impulsionando o faturamento. Para 2024, ele enxerga que a Lojas Renner chega mais bem preparada, apesar de ainda ver um momento desafiador.

O custo das vendas ficou em R$ 1,69 bilhão, ante R$ 1,60 bilhão um ano antes, acompanhando o aumento das mercadorias vendidas.. A margem bruta se manteve praticamente estável na base anual, com alta de 0,2 ponto percentual, chegando a 55,9% – mesmo com a incidência do Difal. O lucro bruto de varejo saltou 7,4%, para R$ 2,1 bilhões.

As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 7,8% na base anual, chegando a R$ 1,2 bilhão. O número acompanha a receita, com mais produtos vendidos, e tem impacto também, segundo a Lojas Renner, do novo centro de distribuição de São Paulo.

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O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado de varejo ficou em R$ 1,004 bilhão, devido ao maior lucro bruto, e com a margem Ebitda recuando 0,4 ponto percentual, para 26,4%. O Ebitda consolidado foi praticamente igual, de R$ 1,007 bilhão, com alta de 9,7%.

Na frente de gastos e das margens, os executivos da Lojas Renner mencionam enxergar que irão colher benefícios plantados ao longo do ano passado em 2024. “Na migração, tivemos um pouco de perda de eficiência, com entregas mais longas e ruptura. Agora, vamos estabilizar a operação e, principalmente a partir do segundo trimestre, teremos os benefícios e vantagens do novo centro de distribuição (CD) de Cabreúva, fora os custos adicionais que tivemos com ele”, explica Daniel.

Do lado dos serviços financeiros, da Realize, a Lojas Renner registrou um resultado positivo de R$ 3,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 34,6 milhões de um ano antes. As receitas subiram 3,8%, para R$ 443,9 milhões, mas o destaque ficou para as menores perdas com créditos, que caíram 11,5%, para R$ 270,7 milhões. “Se deu em razão das medidas adotadas na concessão, manutenção e cobrança para a melhora do perfil de crédito da carteira, que resultaram em uma menor necessidade de provisionamento de perdas do portfólio em atraso”, explica.

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A carteira de crédito da varejista de moda caiu 2,7% no ano, encerrando dezembro de 2023 em R$ 6,1 bilhões. Para 2024, no entanto, os executivos enxergam espaço para uma cautelosa retomada.

“Nós vemos 2024 ainda como um ano desafiador no que desrespeito a crédito. E não somos só nós falamos. Temos milhões de brasileiros ainda inadimplentes. No entanto, fizemos um bom trabalho de gestão de risco e, ao longo de 2024, vemos a possibilidade de retomar a originação de forma gradativa. Talvez poderemos ver uma melhor contribuição da Realize para o varejo”, explicou dos Santos.

O resultado financeiro, por fim, foi positivo em R$ 10,7 milhões, revertendo prejuízo de R$ 36,5 milhões do quarto trimestre de 2022, principalmente por conta dos maiores ganhos com juros sobre créditos tributários.