Localiza (RENT3) reverte lucro e tem prejuízo no 2º trimestre; MP impactou resultados

Medida Provisória 1.175 que baixou preços de carros novos prejudicou desempenho da Localiza

Equipe InfoMoney

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A Localiza (RENT3) registrou prejuízo de R$ 88,8 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo lucro de R$ 456,7 milhões de um ano antes. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 419 milhões, queda de 38,3% na comparação anual.

O impacto não-caixa advindo da amortização da mais valia, além dos impactos da Medida Provisória 1.175 e da baixa do prejuízo fiscal da Car Rental Systems somaram R$ 507,8 milhões, levando a empresa ao prejuízo trimestral de R$ 88,8 milhões.

Apenas com a MP, o impacto foi de R$ 416,7 milhões, aponta a empresa.

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Considerando apenas do resultado ajustado, ele reflete os efeitos da sazonalidade no Aluguel de Carros e o menor
crescimento da receita líquida de Gestão de Frotas e Seminovos no contexto da MP, além do aumento na depreciação de carros e das despesas financeiras.

“Tivemos um trimestre bastante desafiador”, escreveu a empresa, em relatório de administração, em referência à MP nº 1.175, destinada inicialmente a pessoas físicas, que reduziu o preço dos carros 0Km.

“Como reflexo dessa Medida, reduzimos a velocidade de compra de carros para o aluguel, além dos preços e volumes de venda de Seminovos, com impacto temporário no ritmo de crescimento e no processo de rejuvenescimento da frota”, acrescentou a companhia.

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Entretanto, a empresa destacou que, apesar dos desafios do trimestre, entende que chegou “a um ponto de inflexão, com o início do ciclo de queda de juros; sinais de melhora na demanda de aluguel de carros e processo de retomada dos preços do carro 0 Km para níveis próximos aos patamares pré Medida Provisória”.

“Por fim, esperamos uma melhoria do ciclo de geração de caixa em decorrência da redução do capex de renovação.”

Resultados Localiza (RENT3)

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 2,345 bilhões, alta de 110%. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 2,498 bilhões, alta de 27,9%.

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Em relação ao endividamento, a empresa encerrou o período com uma dívida líquida de R$ 25,897 bilhões, ante R$ 26,110 bilhões do final de 2022. Assim, a relação entre a divida líquida sobre o Ebitda ficou em 2,78 vezes.

A receita líquida atingiu R$ 6,846 bilhões, aumento de 124,5%. Desse total, R$ 3,283 bilhões veio da unidade seminovos (+43,4%) e R$ 3,562 bilhões de alugueis (+27,4%).